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segunda-feira, 11 de junho de 2007

Dia dos Namorados

(Queria ter

Uma máquina de escrever)

(Mentira)

Amor e Só

(Ou: O Amor é só.)

(Ou: É Só o Amor)

Fugir do lugar comum

Por tanto e tão longe tempo

Quis

Ser algo mais que só humana

Ser

Um algo superior

(era algoz)

Um algo que de nada precisasse

Que fosse por si e em si total

Um ente mui inteligente

Muito mais que toda a gente

Essa gente gemente

Do amor e da vida em geral

Um alguém de letra cursiva

Bonita, clara e discursiva

Mas que nada

Não deu em nada a luta armada

Arapuca de mim

Dei foi c´os burro n´água

(Cos burro: bem assim)

E me joguei

Nadando no mar sem fim

Perdida

Burra das que não emburra

Nem tão feliz – mais viva

Cheia do amor que dói

(o amor que dois)

Que arde, arde, arde bom

Humana e só

Sozinha

Chorando faltas

A falta tua também

Que bem

(Saudade é bem)

De amar assim sem dó de mim

Com prazer afogueado

A rachar o peito em dois

(O teu e o meu)

Descubro-me ser sem por que

(ou porque)

Cheia do amor mais clichê

Carente, precisada e aflita

Até que fiquei mais bonita

Com suores noturnos

Essas coisas todas

De quem sabe não saber

E que acha que ‘não sei’

É uma linda resposta.

Amor meu,

Ama-me com romance chinfrim

Sou aquela da novela

No mais banal de mim

Que é também o meu mais puro

Meu mais outro, meu mais ouro

Meu mais eu.

Hoje

E só para ti só

(com medo que te desapontes)

Fiz cantar o meu amor.

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