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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pareidolias

(Schubert,
o mais poeta dos músicos)

Eu
poeta enamorada
(e sendo honesta)
(e sendo imodesta)
sou praticamente nada

Sou terravista com lupa
Lúpica do amor
Lupicínico
Que facilita a emoção

Sou a bissexta
(Re)recebida nas voltas
Quando, por acaso chego
É aconchego

No olhar de Guadalupe
Diz-se-ia uma imagem
(dir-se-ia, disseria)
Como em nossas conversas
(se diz)

Eis nossa forja de dois
(Ou trinta e dois)
Para um camafeu

Pois
Sejamos tanto, tantos
Ainda nada somos
Além de tu e eu.

Um comentário:

  1. Ela leu
    Borges
    Clarice
    Tchekhov
    Hilda Hilst
    Dostoiévski
    Saramago
    Irvin D.Yalom
    Fernando Pessoa
    Ela leu.
    Tem meses que lê
    no silêncio
    outros tantos
    que abrem fendas novas
    Deepak Chopra
    Amit Goswami
    Ela olhou
    Gibi
    revista de moda
    culinária
    decoração.
    Zero Hora
    e bula de remédio.
    Muito mais

    e se lê tem uns tempos.
    Todinha
    de novo,
    como sempre.
    Mas também tem sede ânsia de letras daí
    de lá, de lá mesmo.
    Grande perguntas jamais têm resposta
    sabe ela,
    mas não quer saber
    do que talvez não se saberá jamais.
    Nem entender quer.
    Só quer mais letras
    para confundir o todo e
    gerar o caos.
    Mais caos.
    De novo, seu caos.
    Ela é caos.
    E o caos é dela.
    Provocar o sem saída geral
    para a partida surgir.
    Brotar do quântico,
    da onda
    das ondas,
    dos ciclos.

    Nada será.
    Tudo já é.



    Ela ouve Djavan nestes dias

    Por ser exato, o amor, não cabe em si
    Por ser encantado, o amor, revela-se
    Por ser amor, invade, e fim.

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