Quando fui na casa de Carmen, tinha um Chaplin logo na entrada.
Ela declamou "no meio do caminho tinha uma pedra" do Drummond na minha casa.
Nunca tinha visto assim - sem palco, sem nada - o artista acontecer na minha frente.
Ela fez ambrosia e era muito, muito boa.
Ela tentou me ensinar a me transformar de 'Idéia de Amor' em 'Obsessão'. Mas eu consegui muito pobremente... Tudo bem, acho que fiz o meu melhor.
Ela escreveu peças muito bonitas também. E cantava também.
Ela me contou que todos os natais comprava um presente para Maria Amália Feijó, colocava o nome e juntava aos outros embaixo da árvore. Na hora marcada consigo, dava-se e abria o presente.
Carmen foi a primeira pessoa a me ensinar que cohabitar nosso corpo é uma coisa natural (e não precisa ser uma patologia).
Carmen Silva nasceu em 1939, porque Maria Amália poderia ficar 'mal-falada' em Pelotas.
Coragem para ser artista é preciso muita.
Carmen me disse que o bom de envelhecer era que a gente finalmente perdia a vergonha de dizer o que tinha vontade.
Linda mulher a Maria Amália.
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