Interessa-me às vezes manter essas conversas com outro que eu acho que está entendendo tudo o que digo nas entrelinhas. Isso me interessa tanto que às vezes me iludo de que isso realmente aconteça. E isso quando acontece é paixão. Esse é o estado curativo de não estar sozinho, de estar junto - que para estar junto ao outro, é preciso estar junto de si. A vontade de chegar junto do outro, a saudade do que seria ser com o outro é que me puxa.
Eu, se me largo, sou uma desolada. Uma desconsuelo. Eu vivo da fome que tenho do outro. Sem ele não existo. Chame-me dependente, carente, essas coisas todas que soam elogiosas. Ao menos com a tela, com o papel, com as teclas.
E não é qualquer um, não.
Apesar da intensa e urgente necessidade, isso não DÁ com qualquer um. É uma trabalheira. Daí que é uma festa quando isso é facilitado e uma tortura quando vemos o outro acabando com tuuuudooooooo - aí, é ruína.
E tem mais: não é só despejar palavreado, não... Precisa de muito cuidado pra não derramar as palavras, mesmo quando a pressão de dentro é um orgasmo retido (sabe orgasmo retido, né? quando o desgraçado termina e a gente fica pendurada como toalha no gancho).
Respira e segura mais um pouco.
Quando me sinto assim, eu vejo a loucura propriamente dita querendo vomitar-se de mim. A questão é: eu a vejo e ela me dá vontade de rir. Pronto - já não é mais loucura, é piada.
Saída eu não sei bem qual é, mas sei que é via tentativa.
Lindas tuas duas últimas postagens. Tão conectadas (se é que isso é uma expressão completa para outras pessoas que não eu...).
ResponderExcluirDescrevo então 'conectadas' - vivas, quentes, insights presentes. Posso te ver conectando e interagindo contigo mesmo, usando como espelho o inconsciente coletivo da tela do computador.
Fico feliz por poder, assim, ter notícias tuas tão abertamente.
Estás vivendo - é o que leio nas tuas escritas querida amiga.
Beijo grande e orgulho eterno