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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Feliz Aniversário

EPITÁFIO
Amava Wim Wenders e o U2.
Enfim, Tom-Tom.




Aniversário de namoro é comoção. Dá uma ligadura no peito, aquela bobeira por estar junto mais um ano. Chega o dia e, às vezes, a gente só nota quando assina o cheque. E se apercebe sorrindo porque dá tempo de surpreender a pessoa que amamos ainda - e cada vez mais.

Foi bem assim na manhã daquele dia: preenchi a primeira receita e completei a data me dando conta de que era a especial.

Saí no intervalo do meio-dia e preparei presentinhos significativos, cada um com o respectivo bilhetinho.

Não é que estivesse desprevenida – mas é que nossa expectativa de comemorar compreendia uma viagem que se seguiria um par de dias dali, um tipo de lua de mel ou equivalente.

O que me deu foi um ataque de nostalgia, assim, no dia específico em que a gente se conheceu: uma crise romântica. Não quis deixar o calendário à toa. Escrevi uns torpedos melosos, convidando para reencontro no bar em que nos vimos pela primeira vez; coisa rápida. Ele topou e, mais que isso, reservou a mesa em que ficamos, a mesma mesa.

Pensei em ir com a aquela mesma roupa, mas mudei de ideia e me arrumei de arrasar. De arrasar e arrastar – porque coloquei um vestido curto, preto, com fenestras e uma meia arrastão com saltos altíssimos.

Ah, ele adorou. Bitols festeja de me ver com exuberâncias. É meu fã número um. Dá gosto de se por em banquete para ele se fartar. Não economiza o desejo que tem e me honra com olhos de ímã.

Pedimos espumante, uma tacinha, que mal tem, mais não posso, amanhã trabalho cedo.

Beliscamos uma coisinha, fizemos a troca de presentes. Ele, um escândalo, com linduras trazidas de Minas Gerais, roupas deslumbrantes, espetaculares mesmo. Puro luxo.

Bem, vamos acabar cedo, já valeu o momento, tão bonito que a gente voltou aqui hoje, não é mesmo, é sim, adorei os presentes, sabe, enfim, vou ali pagar a conta.

Como Bitols demorasse muito, fui atrás. Aí, como relâmpago dos demônios:

- A avacalhação em massa.

Uma anã frenética loira passou por mim se rindo toda e alcançou, meio que inadvertidamente, um papelote ao Bitols:

- Tá aqui o que você pediu. - disse a miniatura do Atchim.

Bitols, por sua vez, guardou o paraquedas branco de guardanapo no bolso de trás da calça – rápido como quem rouba.

E a micro-pessoa se esvaiu de nós aos trancos em direção ao banheiro, abriu a porta de vai-e-vem rindo alto e sumiu – provavelmente latrina adentro onde deve ter ido se reunir com os seus.

Fiquei eu parada olhando em choque de como-assim-o-que-significa-isso e Bitols, branco das neves, algo como panicando, saiu-se dizendo que não era isso, isso o quê?, o que você está pensando, que a moça pediu pra que eu fosse na mesa delas, que faziam um blog, que queriam que eu escrevesse qualquer coisa, aí eu pedi o contato.

Ahan. Não era uma cantada, imagina!, era uma consultoria literária.

Diante de minha cara de tacho do tipo JUSTO-HOJE, em letras garrafais, ele resolve abrir a chonga e lá estava o endereço, algo equivalente a http://confraria_das_separadas.blogdosinfernos.com.

Não tem saída, não. Só matando.

PS. Gracias, Jacelena Dourado, pela morte sugerida. Tão romântica.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Considerações sobre o Nada [Crônica Falada]

Minhas considerações sobre fazer nada e a aula de forró do Carpinejar no Nordeste.

Crônica Falada é um quadro do programa Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman - crônica de @cinthyaverri exibida em 24/11/10


CINETERAPIA EXIBE O PODEROSO CHEFÃO


Filme escolhido pelo jornalista David Coimbra
terá sessão gratuita no Cinebancários nesta segunda (29/11)

Confira detalhes no blog do Espaço Cultural Clínica Verri

CINETERAPIA EXIBE O PODEROSO CHEFÃO


Filme escolhido pelo jornalista David Coimbra
terá sessão gratuita no Cinebancários nesta segunda (29/11)

Confira detalhes no blog do Espaço Cultural Clínica Verri

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Chefia Dentro de Casa e os Aviões na Coreia do Sul [Crônica Falada]

Assista minha crônica falada relacionando as descobertas de Malcolm Gladwell em seu Outliers e a democaracia familiar.



Crônica Falada é um quadro do programa Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman - crônica de @cinthyaverri exibida em 10/11/10

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DIETA DO AMOR [Crônica Falada]

Tanakun Jonglertlum at his own http://itchy.carbonmade.com/



O clima começa a esquentar, a primavera desponta e uma explosão de cores invade as praças, as ruas e os corações. Clichê? Com certeza. Sabe o que mais é clichê nesta época do ano? Dieta. Regime. Restrição calórica. E bandos de desesperados correndo para as academias. Um grupo de afetados pela febre da véspera do verão.

É como se descobrissem de repente que tudo está terrivelmente errado: mudanças drásticas tomam conta dos lares. As geladeiras ficam repletas de proteínas, o liquidificador assume destaque de madrinha da bateria e os shakes ganham volume nas pás de metal. Coquetéis de pílulas mágicas substituem as reservas de sabonete no armário do banheiro. Tudo para curar-se de gordurinhas indesejadas, para inchar as cadeias musculares anteriores e posteriores. Tudo para ser mais atraente para o sexo oposto.

Atraente?

A carranca da fome? O mau hálito? O cabelo caindo, as unhas quebradiças, a frustração nos olhos opacos, o cansaço, a fraqueza e a irritação? Isso lá é atraente? Regime drástico é um pesticida do amor. Ninguém suporta a companhia de um mártir, de um autêntico penitente do inverno.

A aparência mais “sarada” pode chamar um olhar desatento, mas não garante companhia. O homem, cheio de anabolizantes, consegue curvas nos ombros, mas não conquistará mais que alguns minutos de papo: não resiste ao preâmbulo e já descamba para a conversinha de série de exercícios, pesos no supino e centímetros de bíceps. Qualquer moça está atrás de atenção, inteligência e largo par de ouvidos. Sabemos.

A mulher, famélica, não oferecerá mais que péssimo humor e nenhuma parceria. Nada pior que a acompanhante adita em sushi. Só topa japonês. No segundo encontro, será ippon. O telefone, falecido, jamais piscará o nome do ex-pretendente novamente. A pobre intensificará a dieta, certa de que foi o excesso de pneus na cintura. Garanto que foi a ausência de alegria.

Mudar de hábito bem que pode valer a pena, reeducação alimentar é benvinda, ninguém duvida e exercício é gostoso e traz saúde. Mas o bom humor ainda é o maior afrodisíaco.


ASSISTA ESTA CRÔNICA FALADA
Crônica Falada é um quadro do programa Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman - crônica de @cinthyaverri exibida em 03/11/10

DIETA DO AMOR [Crônica Falada - 03/11/2010]

Tanakun Jonglertlum at his own http://itchy.carbonmade.com/



O clima começa a esquentar, a primavera desponta e uma explosão de cores invade as praças, as ruas e os corações. Clichê? Com certeza. Sabe o que mais é clichê nesta época do ano? Dieta. Regime. Restrição calórica. E bandos de desesperados correndo para as academias. Um grupo de afetados pela febre da véspera do verão.

É como se descobrissem de repente que tudo está terrivelmente errado: mudanças drásticas tomam conta dos lares. As geladeiras ficam repletas de proteínas, o liquidificador assume destaque de madrinha da bateria e os shakes ganham volume nas pás de metal. Coquetéis de pílulas mágicas substituem as reservas de sabonete no armário do banheiro. Tudo para curar-se de gordurinhas indesejadas, para inchar as cadeias musculares anteriores e posteriores. Tudo para ser mais atraente para o sexo oposto.

Atraente?

A carranca da fome? O mau hálito? O cabelo caindo, as unhas quebradiças, a frustração nos olhos opacos, o cansaço, a fraqueza e a irritação? Isso lá é atraente? Regime drástico é um pesticida do amor. Ninguém suporta a companhia de um mártir, de um autêntico penitente do inverno.

A aparência mais “sarada” pode chamar um olhar desatento, mas não garante companhia. O homem, cheio de anabolizantes, consegue curvas nos ombros, mas não conquistará mais que alguns minutos de papo: não resiste ao preâmbulo e já descamba para a conversinha de série de exercícios, pesos no supino e centímetros de bíceps. Qualquer moça está atrás de atenção, inteligência e largo par de ouvidos. Sabemos.

A mulher, famélica, não oferecerá mais que péssimo humor e nenhuma parceria. Nada pior que a acompanhante adita em sushi. Só topa japonês. No segundo encontro, será ippon. O telefone, falecido, jamais piscará o nome do ex-pretendente novamente. A pobre intensificará a dieta, certa de que foi o excesso de pneus na cintura. Garanto que foi a ausência de alegria.

Mudar de hábito bem que pode valer a pena, reeducação alimentar é benvinda, ninguém duvida e exercício é gostoso e traz saúde. Mas o bom humor ainda é o maior afrodisíaco.


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Crônica Falada é um quadro do programa Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman - crônica de @cinthyaverri exibida em 03/11/10

DIETA DO AMOR [Crônica Falada]

Tanakun Jonglertlum at his own http://itchy.carbonmade.com/



O clima começa a esquentar, a primavera desponta e uma explosão de cores invade as praças, as ruas e os corações. Clichê? Com certeza. Sabe o que mais é clichê nesta época do ano? Dieta. Regime. Restrição calórica. E bandos de desesperados correndo para as academias. Um grupo de afetados pela febre da véspera do verão.

É como se descobrissem de repente que tudo está terrivelmente errado: mudanças drásticas tomam conta dos lares. As geladeiras ficam repletas de proteínas, o liquidificador assume destaque de madrinha da bateria e os shakes ganham volume nas pás de metal. Coquetéis de pílulas mágicas substituem as reservas de sabonete no armário do banheiro. Tudo para curar-se de gordurinhas indesejadas, para inchar as cadeias musculares anteriores e posteriores. Tudo para ser mais atraente para o sexo oposto.

Atraente?

A carranca da fome? O mau hálito? O cabelo caindo, as unhas quebradiças, a frustração nos olhos opacos, o cansaço, a fraqueza e a irritação? Isso lá é atraente? Regime drástico é um pesticida do amor. Ninguém suporta a companhia de um mártir, de um autêntico penitente do inverno.

A aparência mais “sarada” pode chamar um olhar desatento, mas não garante companhia. O homem, cheio de anabolizantes, consegue curvas nos ombros, mas não conquistará mais que alguns minutos de papo: não resiste ao preâmbulo e já descamba para a conversinha de série de exercícios, pesos no supino e centímetros de bíceps. Qualquer moça está atrás de atenção, inteligência e largo par de ouvidos. Sabemos.

A mulher, famélica, não oferecerá mais que péssimo humor e nenhuma parceria. Nada pior que a acompanhante adita em sushi. Só topa japonês. No segundo encontro, será ippon. O telefone, falecido, jamais piscará o nome do ex-pretendente novamente. A pobre intensificará a dieta, certa de que foi o excesso de pneus na cintura. Garanto que foi a ausência de alegria.

Mudar de hábito bem que pode valer a pena, reeducação alimentar é benvinda, ninguém duvida e exercício é gostoso e traz saúde. Mas o bom humor ainda é o maior afrodisíaco.


ASSISTA ESTA CRÔNICA FALADA
Crônica Falada é um quadro do programa Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman - crônica de @cinthyaverri exibida em 03/11/10

Fala Fróide: estarei lá na 4a, 10/11/2010

“FALA, FRÓIDE!”

e Cinthya Verri


Desde Maio 2010, “Fala, Fróide! – um papo cabeça na Oca” é a nova opção de entretenimento na cena cultural cotidiana de Porto Alegre.
Em toda primeira quarta-feira do mês, no conhecido Café da Oca (r. joão telles, 512 – BomFim), tradicional ponto de encontro para um bom cafezinho, refeições e bate-papos, você é nosso convidado a assistir e participar do programa “Fala, Fróide! – um papo cabeça na Oca”, produção de Iran Rosa, conduzido pelo músico e comunicador Jottagá entrevistando personalidades do meio artístico, político e cultural, comentando assuntos da atualidade e da agenda de eventos da capital, entremeado com atrações artísticas, esquetes e intervenções de toda a ordem, num programa diferenciado que mescla atualidade, cultura, arte e informação, temperados com uma sutil pitada de irreverência, beirando o surpreendente e, não raro poeticamente, o absurdo.
Descubra “Fala, Fróide!” e suas inter-invenções arteiras, aterrisando no palco do impressionante universo da psiu-o-quê? humana, divertidamente em uma hora ou duas de inteligente conversa fiada.
“Fala, Fróide!” é o legítimo e perfeito programa feito para o seu umbigo, meio e fim.
Solte os cintos e seja bem-vindo! Os bons tempos do Bom Fim voltaram.
~:~
Nesta semana “FALA, FRÓIDE!” convida:

Cinthya Verri,

cinthya_verri Cinthya Verri nasceu em Constantina (RS), em 1980. É blogueira, cantora e artista plástica. Por excesso de alternativas, escolheu ser médica e psiquiatra. Conduz a Clínica Verri, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Articula o projeto Cineterapia, no Sindibancários, em que recebe um convidado para discutir clássicos da saúde mental. É autora dos blogs “Boucheville” e “Matando Carpinejar” e colunista da TV COM e da Rádio Itapema [acompanhe em http://bouchevillemidiatica.blogspot.com]. Siga no twitter @cinthyaverri.
Confere nesta próxima sessão, FALAFRÓIDE entrevisitando a Cantora, Compositora, Artista Plástica, Médica e Psiquiatra Cinthya Verri, a Blogueira e Serial Killer que anda Matando o Carpinejar! Ali no Café da Oca, o melhor ponto de encontro com a sua Psiqué, psi o quê?! Quem perder não irá para o céu…
~:~
Aproveite! Os bons tempos do BomFim voltaram!
~:~
serviço:
O quê? “FALA, FRÓIDE” – um papo cabeça na Oca CONVIDA Cinthya Verri
Onde? no Café da Oca
(r. João Telles, 512 – Bom Fim – Porto Alegre/RS)
Quando? dia 10 de NOVEMBRO, (quarta-feira)
às 21h
Ingresso: R$ 8,00
reservas:
[51] 3023.3538
~:~
produção:
Fróide Estúdio
www.youtube.com/user/froideexplica8
e
CaféStùdio produções
www.cafestudio.com.br
som:
IranRosa DJ1000K7
www.facebook.com/djmilk7
promoção:
Café da Oca
www.cafedaoca.com.br

Fala Fróide: estarei lá na 4a, 10/11/2010

“FALA, FRÓIDE!”

e Cinthya Verri


Desde Maio 2010, “Fala, Fróide! – um papo cabeça na Oca” é a nova opção de entretenimento na cena cultural cotidiana de Porto Alegre.
Em toda primeira quarta-feira do mês, no conhecido Café da Oca (r. joão telles, 512 – BomFim), tradicional ponto de encontro para um bom cafezinho, refeições e bate-papos, você é nosso convidado a assistir e participar do programa “Fala, Fróide! – um papo cabeça na Oca”, produção de Iran Rosa, conduzido pelo músico e comunicador Jottagá entrevistando personalidades do meio artístico, político e cultural, comentando assuntos da atualidade e da agenda de eventos da capital, entremeado com atrações artísticas, esquetes e intervenções de toda a ordem, num programa diferenciado que mescla atualidade, cultura, arte e informação, temperados com uma sutil pitada de irreverência, beirando o surpreendente e, não raro poeticamente, o absurdo.
Descubra “Fala, Fróide!” e suas inter-invenções arteiras, aterrisando no palco do impressionante universo da psiu-o-quê? humana, divertidamente em uma hora ou duas de inteligente conversa fiada.
“Fala, Fróide!” é o legítimo e perfeito programa feito para o seu umbigo, meio e fim.
Solte os cintos e seja bem-vindo! Os bons tempos do Bom Fim voltaram.
~:~
Nesta semana “FALA, FRÓIDE!” convida:

Cinthya Verri,

cinthya_verri Cinthya Verri nasceu em Constantina (RS), em 1980. É blogueira, cantora e artista plástica. Por excesso de alternativas, escolheu ser médica e psiquiatra. Conduz a Clínica Verri, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Articula o projeto Cineterapia, no Sindibancários, em que recebe um convidado para discutir clássicos da saúde mental. É autora dos blogs “Boucheville” e “Matando Carpinejar” e colunista da TV COM e da Rádio Itapema [acompanhe em http://bouchevillemidiatica.blogspot.com]. Siga no twitter @cinthyaverri.
Confere nesta próxima sessão, FALAFRÓIDE entrevisitando a Cantora, Compositora, Artista Plástica, Médica e Psiquiatra Cinthya Verri, a Blogueira e Serial Killer que anda Matando o Carpinejar! Ali no Café da Oca, o melhor ponto de encontro com a sua Psiqué, psi o quê?! Quem perder não irá para o céu…
~:~
Aproveite! Os bons tempos do BomFim voltaram!
~:~
serviço:
O quê? “FALA, FRÓIDE” – um papo cabeça na Oca CONVIDA Cinthya Verri
Onde? no Café da Oca
(r. João Telles, 512 – Bom Fim – Porto Alegre/RS)
Quando? dia 10 de NOVEMBRO, (quarta-feira)
às 21h
Ingresso: R$ 8,00
reservas:
[51] 3023.3538
~:~
produção:
Fróide Estúdio
www.youtube.com/user/froideexplica8
e
CaféStùdio produções
www.cafestudio.com.br
som:
IranRosa DJ1000K7
www.facebook.com/djmilk7
promoção:
Café da Oca
www.cafedaoca.com.br

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Debate: Culpa e Responsabilidade não são sinônimos.


Confira o debate realizado na Feira do Livro, 03.11.2010.
Com Paulo Guedes, Cínthya Verri, Cíntia Moscovich. Mediação de Fabrício Carpinejar.
Transmitido via twitcam
(ou acesse no link http://twitcam.livestream.com/2lppt )

Debate: Culpa e Responsabilidade não são sinônimos.


Confira o debate realizado na Feira do Livro, 03.11.2010.
Com Paulo Guedes, Cínthya Verri, Cíntia Moscovich. Mediação de Fabrício Carpinejar.
Transmitido via twitcam
(ou acesse no link http://twitcam.livestream.com/2lppt )

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cumplicidade Feminina [Crônica Falada]



Estava na festa de 50 anos da Diana Corso, um jantar entre amigos. Todas as mulheres sentadas no sofá; os homens, em pé ao redor da mesa. Até hoje não entendo o motivo destes clubes do Bolinha e da Luluzinha, mas sempre acho graça. A conversa girava mais para comentários evasivos, não havia engatado, o pessoal se estudando e se conhecendo. Até que uma delas disse que não
usava salto pelo desequilíbrio:

- Eu caio, sou desengonçada.

Ali, naquele momento, acendeu a cumplicidade feminina. Como?

- Quanto você calça?

- 37.

- Eu também.

Logo tirei meu salto para que experimentasse. Ela desfilou. Gostou. As outras perderam o pudor para também testar o meu par. Começamos a rir, abriu-se o sinal verde da confidência. A mulher usa a aparência para encontrar a verdade. Para ajudar a verdade.

É pela superfície que entendemos o fundo.

Não apenas somos próximas: somos acessíveis fisicamente uma para a outra. A amizade entre mulheres permite carinho, dividir a cama, fazer cafuné, andar de mãos dadas.

Quando fiz treze anos, meu pai me chamou para um solene diálogo:

- Pode confessar. Já sei que está namorando aquela Mírian.

Namorando a Mírian? Que comédia. Eu e minha melhor amiga gastávamos horas e horas ao telefone, escrevíamos cartas, trocávamos segredos. A maior parte sobre meninos. Quem não conhece o grau de entrega, pode desconfiar e achar que é amasso.

Há uma espontaneidade que a ala masculina não conhece e não tenta. Imagine um bando de marmanjos no vestiário calçando a chuteira do colega? Ou numa festa, repassando um sapato italiano?

É recente a abertura de alguns meninos, dados à carícia e à sentimentalidade. Alguns recriminam as atitudes, mas pode ser que sejam uma resposta a tanta falta de contato. Carência nunca foi questão de gênero.


ASSISTA ESTA CRÔNICA FALADA
Crônica Falada é um quadro do Programa Camarote TVCOM
Apresentação: @katiasuman
Crônica exibida em 27.10.2010

Cumplicidade Feminina [Crônica Falada - 27.10.2010]



Estava na festa de 50 anos da Diana Corso, um jantar entre amigos. Todas as mulheres sentadas no sofá; os homens, em pé ao redor da mesa. Até hoje não entendo o motivo destes clubes do Bolinha e da Luluzinha, mas sempre acho graça. A conversa girava mais para comentários evasivos, não havia engatado, o pessoal se estudando e se conhecendo. Até que uma delas disse que não
usava salto pelo desequilíbrio:

- Eu caio, sou desengonçada.

Ali, naquele momento, acendeu a cumplicidade feminina. Como?

- Quanto você calça?

- 37.

- Eu também.

Logo tirei meu salto para que experimentasse. Ela desfilou. Gostou. As outras perderam o pudor para também testar o meu par. Começamos a rir, abriu-se o sinal verde da confidência. A mulher usa a aparência para encontrar a verdade. Para ajudar a verdade.

É pela superfície que entendemos o fundo.

Não apenas somos próximas: somos acessíveis fisicamente uma para a outra. A amizade entre mulheres permite carinho, dividir a cama, fazer cafuné, andar de mãos dadas.

Quando fiz treze anos, meu pai me chamou para um solene diálogo:

- Pode confessar. Já sei que está namorando aquela Mírian.

Namorando a Mírian? Que comédia. Eu e minha melhor amiga gastávamos horas e horas ao telefone, escrevíamos cartas, trocávamos segredos. A maior parte sobre meninos. Quem não conhece o grau de entrega, pode desconfiar e achar que é amasso.

Há uma espontaneidade que a ala masculina não conhece e não tenta. Imagine um bando de marmanjos no vestiário calçando a chuteira do colega? Ou numa festa, repassando um sapato italiano?

É recente a abertura de alguns meninos, dados à carícia e à sentimentalidade. Alguns recriminam as atitudes, mas pode ser que sejam uma resposta a tanta falta de contato. Carência nunca foi questão de gênero.


ASSISTA ESTA CRÔNICA FALADA
Crônica Falada é um quadro do Programa Camarote TVCOM
Apresentação: @katiasuman
Crônica exibida em 27.10.2010

Cumplicidade Feminina [Crônica Falada]



Estava na festa de 50 anos da Diana Corso, um jantar entre amigos. Todas as mulheres sentadas no sofá; os homens, em pé ao redor da mesa. Até hoje não entendo o motivo destes clubes do Bolinha e da Luluzinha, mas sempre acho graça. A conversa girava mais para comentários evasivos, não havia engatado, o pessoal se estudando e se conhecendo. Até que uma delas disse que não
usava salto pelo desequilíbrio:

- Eu caio, sou desengonçada.

Ali, naquele momento, acendeu a cumplicidade feminina. Como?

- Quanto você calça?

- 37.

- Eu também.

Logo tirei meu salto para que experimentasse. Ela desfilou. Gostou. As outras perderam o pudor para também testar o meu par. Começamos a rir, abriu-se o sinal verde da confidência. A mulher usa a aparência para encontrar a verdade. Para ajudar a verdade.

É pela superfície que entendemos o fundo.

Não apenas somos próximas: somos acessíveis fisicamente uma para a outra. A amizade entre mulheres permite carinho, dividir a cama, fazer cafuné, andar de mãos dadas.

Quando fiz treze anos, meu pai me chamou para um solene diálogo:

- Pode confessar. Já sei que está namorando aquela Mírian.

Namorando a Mírian? Que comédia. Eu e minha melhor amiga gastávamos horas e horas ao telefone, escrevíamos cartas, trocávamos segredos. A maior parte sobre meninos. Quem não conhece o grau de entrega, pode desconfiar e achar que é amasso.

Há uma espontaneidade que a ala masculina não conhece e não tenta. Imagine um bando de marmanjos no vestiário calçando a chuteira do colega? Ou numa festa, repassando um sapato italiano?

É recente a abertura de alguns meninos, dados à carícia e à sentimentalidade. Alguns recriminam as atitudes, mas pode ser que sejam uma resposta a tanta falta de contato. Carência nunca foi questão de gênero.


ASSISTA ESTA CRÔNICA FALADA
Crônica Falada é um quadro do Programa Camarote TVCOM
Apresentação: @katiasuman
Crônica exibida em 27.10.2010