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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Trouxe o consultório da Taquara pra Tobias.
Durante o processo de carregamento dos móveis de um lugar para outro (porque usar 'mudança' é descabimento: uma palavra vasta demais para esse evento), percebi que adoraria ter um grupo de homens fortes à disposição constantemente. Um pensamento deliciosamente nababesco esse meu. Aliás, um prazer essa palavra: nababesco. Uma palavra rococó. Enfim. Mas queria mesmo esse séquito de homens forçudos, trabalhadores e disponíveis. Uma beleza. Carregaram todas as minhas coisas e içaram por fora do prédio, na chuva, com cordas. Um feito fantástico. Então se deslocaram pelo espaço da clínica organizando o cacaredo, as malas, os ferros, as madeiras, sei lá mais o que. E eu, olhando, nem suava.
E depois eu tentava donzelicamente tirar um arame de duas madeiras e um dos homenzarrões veio e se ofereceu. Que cena maravilhosa. Nem precisei pedir. Tirou o arame com o alicate num gesto único. Meus Hércules partiram deixando saudade. Fiquei vazia depois que se foram. Senti até que tinha diminuído...

Há algumas trocas de endereço atrás, eu ainda fazia praticamente sozinha os carregamentos todos, as montagens e desmontagens, os arrastamentos e etc. Aos poucos fui juntando mais trecos, como um magneto potente. E precisei de mais ajuda para os transportes.

Como dizem, a cada três mudanças, um incêndio.
De fato, o número de coisas perdidas nos câmbios locais era muito, mas o magneto aumentava a potência em progressão geométrica e logo eu já tinha a maior bagagem possível - o mobiliário de uma casa.

Os Hércules me ajudando formaram uma delícia - uma orgia pessoal e silenciosa foi o acontecimento de não acontecer de precisar carregar nenhuma mala.

Recomendo.

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