Era português, avisava que era “português”
a perdoar seu tipo esquivo, rígido.
Escondia as tendências modernas na gaveta,
o abridor elétrico Arno, imaculado,
que não deixava dentes nas latas.
Loiro, alvo, olhos de azul.
Lindo de duvidar da maldade.
Na primeira manhã
Desci as escadas pelo corrimão.
Não devia ter me apressado.
Todos com seus velhinhos de lã.
Colônias grisalhas que envaideciam as mantas.
Meu avô roubava o riso das cócegas.
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