quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Um Fôlego
Ontem, separando os textos para o Sarau, escolhi alguns poemas. Mandei para o Fabrício ver em quais daqueles ele votava. Devolveu um email com quatro deles em ordem. Descobrimos que eu escrevo como se num único fôlego. Olha como ficou:
Sarau
luzes, lanternas, lisuras
nada sabe
a saudade é sinistra.
chegue um pouco mais
vem ver o corpo por dentro
a sujeira tem temperatura
olha a selvageira explícita
meu riso histérico
lavava todo o oriente médio.
Não dormem esses duendes?
Planejo mirabolâncias sangrentas
Raspar, esfolar, desmembrar os mínimos
Nenhum será poupado
Corvos de roubar córneas,
Coragem e rins.
Nunca mais não existe
Diante da minha própria finitude.
Durmo de corpo tomado
O que mais invejo é o que não invento
Me descalço de graça
Preciso sangrar os pés
Finos e magros,
Vejo as vidraças da pele.
Eu me desfaço a pedradas
entre as veias.
meus músicos reunidos
no poço do palco
só a música me enxerga
meus mortos reunidos
na música
gostar de quem
crer em deus
faltas que não sinto
da mãe, do irmão
meus quartos com as camas desfeitas
gente que partiu de mim
gente que mandei embora
sem me despedir dos ouvidos.
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