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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar.



Uma antiga cultura centro-americana teria previsto que o mundo acabaria em um violento apocalipse no dia 21 de dezembro de 2012. Os Maias criaram um elaborado calendário astronômico que termina abruptamente nesta data. É também quando acontece o equinócio de inverno, mas além disso coincide com um raro alinhamento galáctico que só ocorre uma vez em cada 26.000 anos. O que os Maias acreditavam que aconteceria neste dia?

No céu veremos fogo, com um grande rastro de centelhas. Após grandes sofrimentos para a humanidade, outros ainda maiores virão. O fogo vem do céu. Os oceanos invadem as praias e avançam. De nada servirá a tecnologia. Será a extinção em 2012.

Se for assim, restam, hoje, em torno de 960 dias de vida.

Talvez uma tempestade solar, meteoros, ondas gigantes, apocalipse do petróleo, a explosão da guerra climática, nuclear ou biológica. Os terrores constrangem a imaginação. Somos altamente aniquiláveis.

A descrição do encerramento dos tempos está nas profecias de Nostradamus, em mensagens secretas quando o disco dos Beatles é tocado ao reverso, em anúncios de apóstolos de cristo encarnados em médiuns e na Bíblia há quase dois mil anos.

Quereríamos saber qual dos estrondos será o eleito, assim estaremos melhor preparados.

Eu desligo a torneira enquanto escovo os dentes pelo medo de me arrepender mais tarde: tenho pavor de um dia querer trocar o sangue por um copo da água potável que atualmente desperdiço no vaso sanitário; de precisar oferecer qualquer bem valioso por um banho de dois minutos. Teorizo ao assistir a água fria caindo pelo ralo enquanto o chuveiro não esquenta. E me apavoro ao pensar que uso gás derivado de petróleo para isso!

Fazer o quê? Essa é a minha geração, talvez as próximas já desfrutem de sistemas confortáveis e ecologicamente corretos. Por enquanto durmo fofa, de banho tomado, na cama cheirosa de lençóis lavados na máquina.

Eu uso a aposta de Pascal adaptada à tese de fim de mundo: experimento uma vida plena, cada momento beirando a morte. Lidarei com o arrependimento mais tarde. Se sobrar tempo.

Mas essa sou eu. Outros preparam kits de sobrevivência caprichosos, sondam toda possibilidade de necessidade após o fim: lanternas de dínamo, pastilhas purificadoras de água, vara+molinete+anzois+boia+linha de pesca, fósforos e isqueiros, toalhas embaladas a vácuo, lona impermeável, barraca, estilingue, talheres, abridores, facas maiores e uma mochila para carregar tudo. Tem gente vendendo o conjunto no mercado livre, assim já arremata uns trocados antes do sistema capitalista ruir.

Alguns armazenam comida não perecível, escavam bunkers, treinam técnicas de sobrevivência na selva. Tudo para quando o caos chegar.

E o caos ainda vai chegar? Achei que já estava instalado desde sempre. De qualquer modo, imprimi a lista e fui conferir: não sabia, mas tinha os itens para sobrevivência no porão. Estou a salvo.


Confira a Crônica Falada exibida no Camarote TVCOM dia 28.04.2010. Apresentação Katia Suman (@katiasuman). Presença dos Móveis Coloniais de Acaju (@moveis).

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar.



Uma antiga cultura centro-americana teria previsto que o mundo acabaria em um violento apocalipse no dia 21 de dezembro de 2012. Os Maias criaram um elaborado calendário astronômico que termina abruptamente nesta data. É também quando acontece o equinócio de inverno, mas além disso coincide com um raro alinhamento galáctico que só ocorre uma vez em cada 26.000 anos. O que os Maias acreditavam que aconteceria neste dia?

No céu veremos fogo, com um grande rastro de centelhas. Após grandes sofrimentos para a humanidade, outros ainda maiores virão. O fogo vem do céu. Os oceanos invadem as praias e avançam. De nada servirá a tecnologia. Será a extinção em 2012.

Se for assim, restam, hoje, em torno de 960 dias de vida.

Talvez uma tempestade solar, meteoros, ondas gigantes, apocalipse do petróleo, a explosão da guerra climática, nuclear ou biológica. Os terrores constrangem a imaginação. Somos altamente aniquiláveis.

A descrição do encerramento dos tempos está nas profecias de Nostradamus, em mensagens secretas quando o disco dos Beatles é tocado ao reverso, em anúncios de apóstolos de cristo encarnados em médiuns e na Bíblia há quase dois mil anos.

Quereríamos saber qual dos estrondos será o eleito, assim estaremos melhor preparados.

Eu desligo a torneira enquanto escovo os dentes pelo medo de me arrepender mais tarde: tenho pavor de um dia querer trocar o sangue por um copo da água potável que atualmente desperdiço no vaso sanitário; de precisar oferecer qualquer bem valioso por um banho de dois minutos. Teorizo ao assistir a água fria caindo pelo ralo enquanto o chuveiro não esquenta. E me apavoro ao pensar que uso gás derivado de petróleo para isso!

Fazer o quê? Essa é a minha geração, talvez as próximas já desfrutem de sistemas confortáveis e ecologicamente corretos. Por enquanto durmo fofa, de banho tomado, na cama cheirosa de lençóis lavados na máquina.

Eu uso a aposta de Pascal adaptada à tese de fim de mundo: experimento uma vida plena, cada momento beirando a morte. Lidarei com o arrependimento mais tarde. Se sobrar tempo.

Mas essa sou eu. Outros preparam kits de sobrevivência caprichosos, sondam toda possibilidade de necessidade após o fim: lanternas de dínamo, pastilhas purificadoras de água, vara+molinete+anzois+boia+linha de pesca, fósforos e isqueiros, toalhas embaladas a vácuo, lona impermeável, barraca, estilingue, talheres, abridores, facas maiores e uma mochila para carregar tudo. Tem gente vendendo o conjunto no mercado livre, assim já arremata uns trocados antes do sistema capitalista ruir.

Alguns armazenam comida não perecível, escavam bunkers, treinam técnicas de sobrevivência na selva. Tudo para quando o caos chegar.

E o caos ainda vai chegar? Achei que já estava instalado desde sempre. De qualquer modo, imprimi a lista e fui conferir: não sabia, mas tinha os itens para sobrevivência no porão. Estou a salvo.


Confira a Crônica Falada exibida no Camarote TVCOM dia 28.04.2010. Apresentação Katia Suman (@katiasuman). Presença dos Móveis Coloniais de Acaju (@moveis).

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar.



Uma antiga cultura centro-americana teria previsto que o mundo acabaria em um violento apocalipse no dia 21 de dezembro de 2012. Os Maias criaram um elaborado calendário astronômico que termina abruptamente nesta data. É também quando acontece o equinócio de inverno, mas além disso coincide com um raro alinhamento galáctico que só ocorre uma vez em cada 26.000 anos. O que os Maias acreditavam que aconteceria neste dia?

No céu veremos fogo, com um grande rastro de centelhas. Após grandes sofrimentos para a humanidade, outros ainda maiores virão. O fogo vem do céu. Os oceanos invadem as praias e avançam. De nada servirá a tecnologia. Será a extinção em 2012.

Se for assim, restam, hoje, em torno de 960 dias de vida.

Talvez uma tempestade solar, meteoros, ondas gigantes, apocalipse do petróleo, a explosão da guerra climática, nuclear ou biológica. Os terrores constrangem a imaginação. Somos altamente aniquiláveis.

A descrição do encerramento dos tempos está nas profecias de Nostradamus, em mensagens secretas quando o disco dos Beatles é tocado ao reverso, em anúncios de apóstolos de cristo encarnados em médiuns e na Bíblia há quase dois mil anos.

Quereríamos saber qual dos estrondos será o eleito, assim estaremos melhor preparados.

Eu desligo a torneira enquanto escovo os dentes pelo medo de me arrepender mais tarde: tenho pavor de um dia querer trocar o sangue por um copo da água potável que atualmente desperdiço no vaso sanitário; de precisar oferecer qualquer bem valioso por um banho de dois minutos. Teorizo ao assistir a água fria caindo pelo ralo enquanto o chuveiro não esquenta. E me apavoro ao pensar que uso gás derivado de petróleo para isso!

Fazer o quê? Essa é a minha geração, talvez as próximas já desfrutem de sistemas confortáveis e ecologicamente corretos. Por enquanto durmo fofa, de banho tomado, na cama cheirosa de lençóis lavados na máquina.

Eu uso a aposta de Pascal adaptada à tese de fim de mundo: experimento uma vida plena, cada momento beirando a morte. Lidarei com o arrependimento mais tarde. Se sobrar tempo.

Mas essa sou eu. Outros preparam kits de sobrevivência caprichosos, sondam toda possibilidade de necessidade após o fim: lanternas de dínamo, pastilhas purificadoras de água, vara+molinete+anzois+boia+linha de pesca, fósforos e isqueiros, toalhas embaladas a vácuo, lona impermeável, barraca, estilingue, talheres, abridores, facas maiores e uma mochila para carregar tudo. Tem gente vendendo o conjunto no mercado livre, assim já arremata uns trocados antes do sistema capitalista ruir.

Alguns armazenam comida não perecível, escavam bunkers, treinam técnicas de sobrevivência na selva. Tudo para quando o caos chegar.

E o caos ainda vai chegar? Achei que já estava instalado desde sempre. De qualquer modo, imprimi a lista e fui conferir: não sabia, mas tinha os itens para sobrevivência no porão. Estou a salvo.


Confira a Crônica Falada exibida no Camarote TVCOM dia 28.04.2010. Apresentação Katia Suman (@katiasuman). Presença dos Móveis Coloniais de Acaju (@moveis).

domingo, 25 de abril de 2010

Os Desajustados Criativos e a Normalidade


De médico, temos cada vez menos. O louco vem comprando as ações da nossa personalidade.

11 de outubro de 2007 foi o Dia Mundial da Pesquisa de Normalidade.

O pessoal do Mindfreedom analisou milhares de pessoas e não encontrou sequer um representante normal, um único sujeito equilibrado.

Com a sofisticação dos diagnósticos e as miudezas na classificação do comportamento é impossível escapar da malha fina.
Se é feliz demais é maníaco; não é feliz o suficiente é depressivo; se não consegue se concentrar tem déficit de atenção; se você se concentra demasiado tem uma compulsão; se pensa muito em sexo é hiperssexualizado; se pensa de menos é hipossexualizado.

Como é que determinamos o que é normal?

Uma das maneiras mais praticadas na medicina e na psiquiatria é a normalidade dentro de parâmetros. Uma medição feita a partir da observação e registro. Aquilo que é mais encontrado atinge os números maiores. O desenho gráfico disso é a curva de Gauss, ou curva de Bell: tem o formato de um sino. Nas extremidades estarão os mais raros: os anormais.

Isso porque os parâmetros estão sendo estreitados e as exigências aumentam.

Numa atitude provocadora, Janet Foner desbancou a ditadura da normalidade, dizendo que sempre é tempo de ser anormal. Criou os dez avisos necessários para não cairmos no conto do vigário e seguir fazendo o que a maioria deseja. Um rol de sintomas e sinais psiquiátrico-símiles. Com bom humor desafia o senso comum do que é saudável.

Por exemplo, ela aponta o caso dos que não confiam em si mesmos:
“Você aprendeu na escola que é importante sempre prestar atenção aos responsáveis e não confiar em seu próprio pensamento. Você aprendeu a "dançar conforme a música" e você ainda está fazendo isso. Você acredita em suas próprias mentiras. Você tem um caso avançado de "schoolmania", que, se não parou em seus estágios iniciais pode levar a graves excessos de trabalho e, em estágios avançados “puxassaquite corporativa".

Ao final, a autora brinca: não se apavore
- Normalidade pode ser curada!
Se você tiver dois ou mais desses sinais, dentro de um ciclo lunar, não é tarde demais. Junte-se ao MindFreedom, leia o Jornal MindFreedom, trate de apoiar um ao outro, sair na natureza e, especialmente, tomar medidas para impedir a opressão psiquiátrica grave, antes de normalidade "persistente" em conjunto!

O problema com o conceito reducionista de normalidade é a pressão em busca de um comportamento consensual, padrão, previsível. O que reforça a fragilidade dos jovens em resistir à nfluência das modinhas, dos fenômenos de grupo, das seitas coletivas.

Para seguir o rebanho, não é preciso ser inteligente. Assim como o que é normal tampouco é natural.

Martin Luther King apontava para as extremidades do gráfico como o lugar onde repousa nossa grande esperança: os desajustados criativos. Aqueles que se sentem exigidos a provocar alguma transformação e mudar o curso das aparências. Sem os incorfomados, não há movimento histórico. Sem os insatisfeitos, não há arte e busca por novas linguagens.

A saída sempre esteve nas pontas.

Confira a Crônica Falada:



Os Desajustados Criativos e a Normalidade


De médico, temos cada vez menos. O louco vem comprando as ações da nossa personalidade.

11 de outubro de 2007 foi o Dia Mundial da Pesquisa de Normalidade.

O pessoal do Mindfreedom analisou milhares de pessoas e não encontrou sequer um representante normal, um único sujeito equilibrado.

Com a sofisticação dos diagnósticos e as miudezas na classificação do comportamento é impossível escapar da malha fina.
Se é feliz demais é maníaco; não é feliz o suficiente é depressivo; se não consegue se concentrar tem déficit de atenção; se você se concentra demasiado tem uma compulsão; se pensa muito em sexo é hiperssexualizado; se pensa de menos é hipossexualizado.

Como é que determinamos o que é normal?

Uma das maneiras mais praticadas na medicina e na psiquiatria é a normalidade dentro de parâmetros. Uma medição feita a partir da observação e registro. Aquilo que é mais encontrado atinge os números maiores. O desenho gráfico disso é a curva de Gauss, ou curva de Bell: tem o formato de um sino. Nas extremidades estarão os mais raros: os anormais.

Isso porque os parâmetros estão sendo estreitados e as exigências aumentam.

Numa atitude provocadora, Janet Foner desbancou a ditadura da normalidade, dizendo que sempre é tempo de ser anormal. Criou os dez avisos necessários para não cairmos no conto do vigário e seguir fazendo o que a maioria deseja. Um rol de sintomas e sinais psiquiátrico-símiles. Com bom humor desafia o senso comum do que é saudável.

Por exemplo, ela aponta o caso dos que não confiam em si mesmos:
“Você aprendeu na escola que é importante sempre prestar atenção aos responsáveis e não confiar em seu próprio pensamento. Você aprendeu a "dançar conforme a música" e você ainda está fazendo isso. Você acredita em suas próprias mentiras. Você tem um caso avançado de "schoolmania", que, se não parou em seus estágios iniciais pode levar a graves excessos de trabalho e, em estágios avançados “puxassaquite corporativa".

Ao final, a autora brinca: não se apavore
- Normalidade pode ser curada!
Se você tiver dois ou mais desses sinais, dentro de um ciclo lunar, não é tarde demais. Junte-se ao MindFreedom, leia o Jornal MindFreedom, trate de apoiar um ao outro, sair na natureza e, especialmente, tomar medidas para impedir a opressão psiquiátrica grave, antes de normalidade "persistente" em conjunto!

O problema com o conceito reducionista de normalidade é a pressão em busca de um comportamento consensual, padrão, previsível. O que reforça a fragilidade dos jovens em resistir à nfluência das modinhas, dos fenômenos de grupo, das seitas coletivas.

Para seguir o rebanho, não é preciso ser inteligente. Assim como o que é normal tampouco é natural.

Martin Luther King apontava para as extremidades do gráfico como o lugar onde repousa nossa grande esperança: os desajustados criativos. Aqueles que se sentem exigidos a provocar alguma transformação e mudar o curso das aparências. Sem os incorfomados, não há movimento histórico. Sem os insatisfeitos, não há arte e busca por novas linguagens.

A saída sempre esteve nas pontas.

Confira a Crônica Falada:



Os Desajustados Criativos e a Normalidade


De médico, temos cada vez menos. O louco vem comprando as ações da nossa personalidade.

11 de outubro de 2007 foi o Dia Mundial da Pesquisa de Normalidade.

O pessoal do Mindfreedom analisou milhares de pessoas e não encontrou sequer um representante normal, um único sujeito equilibrado.

Com a sofisticação dos diagnósticos e as miudezas na classificação do comportamento é impossível escapar da malha fina.
Se é feliz demais é maníaco; não é feliz o suficiente é depressivo; se não consegue se concentrar tem déficit de atenção; se você se concentra demasiado tem uma compulsão; se pensa muito em sexo é hiperssexualizado; se pensa de menos é hipossexualizado.

Como é que determinamos o que é normal?

Uma das maneiras mais praticadas na medicina e na psiquiatria é a normalidade dentro de parâmetros. Uma medição feita a partir da observação e registro. Aquilo que é mais encontrado atinge os números maiores. O desenho gráfico disso é a curva de Gauss, ou curva de Bell: tem o formato de um sino. Nas extremidades estarão os mais raros: os anormais.

Isso porque os parâmetros estão sendo estreitados e as exigências aumentam.

Numa atitude provocadora, Janet Foner desbancou a ditadura da normalidade, dizendo que sempre é tempo de ser anormal. Criou os dez avisos necessários para não cairmos no conto do vigário e seguir fazendo o que a maioria deseja. Um rol de sintomas e sinais psiquiátrico-símiles. Com bom humor desafia o senso comum do que é saudável.

Por exemplo, ela aponta o caso dos que não confiam em si mesmos:
“Você aprendeu na escola que é importante sempre prestar atenção aos responsáveis e não confiar em seu próprio pensamento. Você aprendeu a "dançar conforme a música" e você ainda está fazendo isso. Você acredita em suas próprias mentiras. Você tem um caso avançado de "schoolmania", que, se não parou em seus estágios iniciais pode levar a graves excessos de trabalho e, em estágios avançados “puxassaquite corporativa".

Ao final, a autora brinca: não se apavore
- Normalidade pode ser curada!
Se você tiver dois ou mais desses sinais, dentro de um ciclo lunar, não é tarde demais. Junte-se ao MindFreedom, leia o Jornal MindFreedom, trate de apoiar um ao outro, sair na natureza e, especialmente, tomar medidas para impedir a opressão psiquiátrica grave, antes de normalidade "persistente" em conjunto!

O problema com o conceito reducionista de normalidade é a pressão em busca de um comportamento consensual, padrão, previsível. O que reforça a fragilidade dos jovens em resistir à nfluência das modinhas, dos fenômenos de grupo, das seitas coletivas.

Para seguir o rebanho, não é preciso ser inteligente. Assim como o que é normal tampouco é natural.

Martin Luther King apontava para as extremidades do gráfico como o lugar onde repousa nossa grande esperança: os desajustados criativos. Aqueles que se sentem exigidos a provocar alguma transformação e mudar o curso das aparências. Sem os incorfomados, não há movimento histórico. Sem os insatisfeitos, não há arte e busca por novas linguagens.

A saída sempre esteve nas pontas.

Confira a Crônica Falada:



quinta-feira, 22 de abril de 2010

O FEIO QUE PODE SER BONITO



26/04, 2a feira, 20h, no Cinebancários -
Rua General Câmara, 424 - Centro
(Pertinho do Theatro São Pedro)
EVENTO GRATUITO

Cineterapia exibe "Homem Elefante" com entrada franca e faz debate com Claudia Tajes sobre a tirania da estética.

O projeto Cineterapia apresenta o "Homem Elefante", de David Lynch. Com entrada franca, a exibição será nesta segunda (26/4), às 20h, no Cinebancários (Rua General Câmara, 424 - Centro), em Porto Alegre.

A escritora Claudia Tajes é a convidada especial para a discussão cinematográfica. A badalada autora do romance "A Vida Sexual da Mulher Feia" comentará sobre a exclusão do diferente e a maldade das aparências, com mediação dos terapeutas Cínthya Verri e Roberto Azambuja.
Em sua 4ª edição, o projeto disponibiliza clássicos que tematizam a saúde mental e ainda possibilita análise comportamental por destacados pensadores, psiquiatras e escritores gaúchos.

O Homem Elefante tornou-se um cult instantâneo na década de 80, com oito indicações ao Oscar. Foi o primeiro grande filme de Lynch, que seguiria com uma das carreiras autorais mais significativas e polêmicas dos Estados Unidos ("Veludo Azul" e "Estrada Perdida", por exemplo).
Estrelado por Anthony Hopkins, John Hurt, Anne Bancroft e John Gielgud, acompanha a trajetória perturbadora do inglês John Merrick (1862-1890), portador de uma doença que provocou deformidades em 90% do corpo.

Numa parceria do Sindibancários e do Espaço Cultural Clínica Verri, as sessões estão previstas sempre para última segunda de todo mês. O objetivo é colocar o cinema como extensão psicanalítica e aprofundar reflexões sobre temas controversos da atualidade como alienação parental, precocidade sexual e fobias.

Natural de Porto Alegre, publicitária, criadora de seis obras entre contos e romances e uma das integrantes do Sarau Elétrico, a ficcionista Claudia Tajes é assunto do momento pela adaptação do livro "Louca por Homem" pelo canal HBO do Brasil. Com o título "Mulher de Fases", a série terá 13 episódios de trinta minutos. As filmagens começaram em 16 de janeiro e seguem até o fim do mês.

Reservas de ingressos deverão ser feitas por email atendimento@clinicaverri.com.br

O FEIO QUE PODE SER BONITO



26/04, 2a feira, 20h, no Cinebancários -
Rua General Câmara, 424 - Centro
(Pertinho do Theatro São Pedro)
EVENTO GRATUITO

Cineterapia exibe "Homem Elefante" com entrada franca e faz debate com Claudia Tajes sobre a tirania da estética.

O projeto Cineterapia apresenta o "Homem Elefante", de David Lynch. Com entrada franca, a exibição será nesta segunda (26/4), às 20h, no Cinebancários (Rua General Câmara, 424 - Centro), em Porto Alegre.

A escritora Claudia Tajes é a convidada especial para a discussão cinematográfica. A badalada autora do romance "A Vida Sexual da Mulher Feia" comentará sobre a exclusão do diferente e a maldade das aparências, com mediação dos terapeutas Cínthya Verri e Roberto Azambuja.
Em sua 4ª edição, o projeto disponibiliza clássicos que tematizam a saúde mental e ainda possibilita análise comportamental por destacados pensadores, psiquiatras e escritores gaúchos.

O Homem Elefante tornou-se um cult instantâneo na década de 80, com oito indicações ao Oscar. Foi o primeiro grande filme de Lynch, que seguiria com uma das carreiras autorais mais significativas e polêmicas dos Estados Unidos ("Veludo Azul" e "Estrada Perdida", por exemplo).
Estrelado por Anthony Hopkins, John Hurt, Anne Bancroft e John Gielgud, acompanha a trajetória perturbadora do inglês John Merrick (1862-1890), portador de uma doença que provocou deformidades em 90% do corpo.

Numa parceria do Sindibancários e do Espaço Cultural Clínica Verri, as sessões estão previstas sempre para última segunda de todo mês. O objetivo é colocar o cinema como extensão psicanalítica e aprofundar reflexões sobre temas controversos da atualidade como alienação parental, precocidade sexual e fobias.

Natural de Porto Alegre, publicitária, criadora de seis obras entre contos e romances e uma das integrantes do Sarau Elétrico, a ficcionista Claudia Tajes é assunto do momento pela adaptação do livro "Louca por Homem" pelo canal HBO do Brasil. Com o título "Mulher de Fases", a série terá 13 episódios de trinta minutos. As filmagens começaram em 16 de janeiro e seguem até o fim do mês.

Reservas de ingressos deverão ser feitas por email atendimento@clinicaverri.com.br

Polêmica [22.04.2010]



Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco? Os convidados de hoje são:

- Psicanalista MARCELO BLAYA PERES

- Advogado e Presidente do Instituto Despertar para Ser, GILBERTO STANIESKI FILHO

- Lauro Quadros

- Coordenador do Controle de Operações Especiais da EPTC, PAULO GUMERCINDO MACHADO

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

- Professor de ética LUÍS OSWALDO LEITE

Ouça aqui:



Interativa do Programa
Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco?

Cobrar - 83%
Calar - 17%
Total de votos: 470

Polêmica [22.04.2010]



Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco? Os convidados de hoje são:

- Psicanalista MARCELO BLAYA PERES

- Advogado e Presidente do Instituto Despertar para Ser, GILBERTO STANIESKI FILHO

- Lauro Quadros

- Coordenador do Controle de Operações Especiais da EPTC, PAULO GUMERCINDO MACHADO

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

- Professor de ética LUÍS OSWALDO LEITE

Ouça aqui:



Interativa do Programa
Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco?

Cobrar - 83%
Calar - 17%
Total de votos: 470

Polêmica [22.04.2010]



Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco? Os convidados de hoje são:

- Psicanalista MARCELO BLAYA PERES

- Advogado e Presidente do Instituto Despertar para Ser, GILBERTO STANIESKI FILHO

- Lauro Quadros

- Coordenador do Controle de Operações Especiais da EPTC, PAULO GUMERCINDO MACHADO

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

- Professor de ética LUÍS OSWALDO LEITE

Ouça aqui:



Interativa do Programa
Cidadão repreende quem estacionou em vaga para deficiente e é agredido. O certo é cobrar ou calar para não correr o risco?

Cobrar - 83%
Calar - 17%
Total de votos: 470

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Bestialismo e o Bestialogia - Crônica Falada [14.04.2010]

O Brasil tem a segunda maior população de cachorros, com 30 milhões. Somente atrás dos Estados Unidos. Porto Alegre é uma das capitais mais cachorreiras do país. Todo mundo que passeia pelas praças encontra o lado solar do afeto, donos dedicados, todo tipo de raça, animais brincando e até dispensers de sacos nas esquinas para recolher o cocô.

Para ver o fenômeno, basta sair do prédio e pisar na calçada: sempre terá um dono puxando coleira.

A pet shop tem sido um dos negócios mais rentáveis. Só no meu quarteirão, na Bela Vista, tem três lojas.

Por detrás da civilização, há sempre a doença. Debaixo da doença, a bizarrice. A primeira delas é a edição de abril da revista Void. Parecia brincadeira, mas era verdade. Uma das principais reportagens ensinava a ter relações sexuais com seu animal de estimação. Inclusive, com dicas e o passo-a-passo. O que significa: qual produto passar na genitália para o animal lamber.

Marques de Sade é fichinha.

Não é meu objetivo a crucificação de quem escreveu ou publicou, nem mesmo acredito que uma revista pode agravar as estatísticas das perversões sexuais.

O fato é que o texto legitima o desvio, autoriza a acharmos normal o que é patológico.

Não é que o bestialismo não exista ou precise de linchamentos e condenações morais. Kinsey, um cientista norteamericano, entrevistou 20 mil conterrâneos a respeito de sua sexualidade. Descobriu que 8% dos homens e 3,5% das mulheres tiveram algum tipo de experiência com animais. Na área rural, o índice alcançou 50% de positividade.

Considerando a fauna doméstica brasileira, os dados de Kinsey acenam com algo em torno de 300 mil pessoas com este tipo de transtorno da preferência sexual: uma população doente que passa a ser autorizada, confortada e estimulada pelo artigo a seguir silenciosa com suas práticas.
A Void insinua uma tendência através do modo fetichista com que apresentou a matéria. Emprestou charme e bom humor ao que deveria receber uma atenção terapêutica.

Nem estou falando das exceções, dos atos movidos pela desinformação, pela curiosidade infantil ou induzidos culturalmente.

O problema é dar informação para aperfeiçoar a atitude.

Na reportagem, é citada uma corrente filosófica como referência bibliográfica, a defesa dos animais praticada por Peter Singer.

Não está aqui em questão a tradição judaico-cristã, onde somos separados dos animais por termos semelhança a deus; não está em pauta a superioridade suposta pelo homem sobre os bichos: é o contrário. Por termos um intelecto privilegiado é que precisamos protegê-los.

Afirmar que o animal aceita o prazer oferecido pelo humano é o mesmo que concluir que a criança molestada também está apta a consentir.

Sabemos que no abuso sexual, o ofensor, na maioria dos casos, alega estar apenas proporcionando uma coisa boa, sensações prazerosas e carícias.

Semelhança aqui não é coincidência.

Seduzir um animal é um sintoma. Quem vive desse prazer precisa de ajuda especializada. O resto é folia irresponsável para aumentar o número de leitores.

Confira a Crônica Falada:




Quer ler a matéria em questão?
Clique aqui

Quer ler Peter Singer?
Clique aqui (em inglês)

O Bestialismo e o Bestialogia - Crônica Falada [14.04.2010]

O Brasil tem a segunda maior população de cachorros, com 30 milhões. Somente atrás dos Estados Unidos. Porto Alegre é uma das capitais mais cachorreiras do país. Todo mundo que passeia pelas praças encontra o lado solar do afeto, donos dedicados, todo tipo de raça, animais brincando e até dispensers de sacos nas esquinas para recolher o cocô.

Para ver o fenômeno, basta sair do prédio e pisar na calçada: sempre terá um dono puxando coleira.

A pet shop tem sido um dos negócios mais rentáveis. Só no meu quarteirão, na Bela Vista, tem três lojas.

Por detrás da civilização, há sempre a doença. Debaixo da doença, a bizarrice. A primeira delas é a edição de abril da revista Void. Parecia brincadeira, mas era verdade. Uma das principais reportagens ensinava a ter relações sexuais com seu animal de estimação. Inclusive, com dicas e o passo-a-passo. O que significa: qual produto passar na genitália para o animal lamber.

Marques de Sade é fichinha.

Não é meu objetivo a crucificação de quem escreveu ou publicou, nem mesmo acredito que uma revista pode agravar as estatísticas das perversões sexuais.

O fato é que o texto legitima o desvio, autoriza a acharmos normal o que é patológico.

Não é que o bestialismo não exista ou precise de linchamentos e condenações morais. Kinsey, um cientista norteamericano, entrevistou 20 mil conterrâneos a respeito de sua sexualidade. Descobriu que 8% dos homens e 3,5% das mulheres tiveram algum tipo de experiência com animais. Na área rural, o índice alcançou 50% de positividade.

Considerando a fauna doméstica brasileira, os dados de Kinsey acenam com algo em torno de 300 mil pessoas com este tipo de transtorno da preferência sexual: uma população doente que passa a ser autorizada, confortada e estimulada pelo artigo a seguir silenciosa com suas práticas.
A Void insinua uma tendência através do modo fetichista com que apresentou a matéria. Emprestou charme e bom humor ao que deveria receber uma atenção terapêutica.

Nem estou falando das exceções, dos atos movidos pela desinformação, pela curiosidade infantil ou induzidos culturalmente.

O problema é dar informação para aperfeiçoar a atitude.

Na reportagem, é citada uma corrente filosófica como referência bibliográfica, a defesa dos animais praticada por Peter Singer.

Não está aqui em questão a tradição judaico-cristã, onde somos separados dos animais por termos semelhança a deus; não está em pauta a superioridade suposta pelo homem sobre os bichos: é o contrário. Por termos um intelecto privilegiado é que precisamos protegê-los.

Afirmar que o animal aceita o prazer oferecido pelo humano é o mesmo que concluir que a criança molestada também está apta a consentir.

Sabemos que no abuso sexual, o ofensor, na maioria dos casos, alega estar apenas proporcionando uma coisa boa, sensações prazerosas e carícias.

Semelhança aqui não é coincidência.

Seduzir um animal é um sintoma. Quem vive desse prazer precisa de ajuda especializada. O resto é folia irresponsável para aumentar o número de leitores.

Confira a Crônica Falada:




Quer ler a matéria em questão?
Clique aqui

Quer ler Peter Singer?
Clique aqui (em inglês)

O Bestialismo e o Bestialogia - Crônica Falada [14.04.2010]

O Brasil tem a segunda maior população de cachorros, com 30 milhões. Somente atrás dos Estados Unidos. Porto Alegre é uma das capitais mais cachorreiras do país. Todo mundo que passeia pelas praças encontra o lado solar do afeto, donos dedicados, todo tipo de raça, animais brincando e até dispensers de sacos nas esquinas para recolher o cocô.

Para ver o fenômeno, basta sair do prédio e pisar na calçada: sempre terá um dono puxando coleira.

A pet shop tem sido um dos negócios mais rentáveis. Só no meu quarteirão, na Bela Vista, tem três lojas.

Por detrás da civilização, há sempre a doença. Debaixo da doença, a bizarrice. A primeira delas é a edição de abril da revista Void. Parecia brincadeira, mas era verdade. Uma das principais reportagens ensinava a ter relações sexuais com seu animal de estimação. Inclusive, com dicas e o passo-a-passo. O que significa: qual produto passar na genitália para o animal lamber.

Marques de Sade é fichinha.

Não é meu objetivo a crucificação de quem escreveu ou publicou, nem mesmo acredito que uma revista pode agravar as estatísticas das perversões sexuais.

O fato é que o texto legitima o desvio, autoriza a acharmos normal o que é patológico.

Não é que o bestialismo não exista ou precise de linchamentos e condenações morais. Kinsey, um cientista norteamericano, entrevistou 20 mil conterrâneos a respeito de sua sexualidade. Descobriu que 8% dos homens e 3,5% das mulheres tiveram algum tipo de experiência com animais. Na área rural, o índice alcançou 50% de positividade.

Considerando a fauna doméstica brasileira, os dados de Kinsey acenam com algo em torno de 300 mil pessoas com este tipo de transtorno da preferência sexual: uma população doente que passa a ser autorizada, confortada e estimulada pelo artigo a seguir silenciosa com suas práticas.
A Void insinua uma tendência através do modo fetichista com que apresentou a matéria. Emprestou charme e bom humor ao que deveria receber uma atenção terapêutica.

Nem estou falando das exceções, dos atos movidos pela desinformação, pela curiosidade infantil ou induzidos culturalmente.

O problema é dar informação para aperfeiçoar a atitude.

Na reportagem, é citada uma corrente filosófica como referência bibliográfica, a defesa dos animais praticada por Peter Singer.

Não está aqui em questão a tradição judaico-cristã, onde somos separados dos animais por termos semelhança a deus; não está em pauta a superioridade suposta pelo homem sobre os bichos: é o contrário. Por termos um intelecto privilegiado é que precisamos protegê-los.

Afirmar que o animal aceita o prazer oferecido pelo humano é o mesmo que concluir que a criança molestada também está apta a consentir.

Sabemos que no abuso sexual, o ofensor, na maioria dos casos, alega estar apenas proporcionando uma coisa boa, sensações prazerosas e carícias.

Semelhança aqui não é coincidência.

Seduzir um animal é um sintoma. Quem vive desse prazer precisa de ajuda especializada. O resto é folia irresponsável para aumentar o número de leitores.

Confira a Crônica Falada:




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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Piromania

EPITÁFIO
O Fogo não depende
de roupas de baixo.

Acordou sábado e gritou do quarto. Como uma urgência no closet, um infarto nas prateleiras:

- Preciso comprar cuecas!

Primeiro, não dei bola e continuei o café. Mas ele deu sequência:

- Não tenho mais! Não sei onde estão as cuecas. Acabaram? Sumiram?

- Sei lá, Bitols.

- Já vasculhei na casa da mãe. Minha esperança estava nas tuas gavetas.

- Tá bem. Que drama. A gente compra cuecas.

Como não dei importância, saiu à cata de meu irmão. Achou um compadre. Discorreram sobre o tema das cuecas velhas, que gastavam, que sumiam. Filosofaram sobre o sinal de maturidade masculina que é poder comprar as próprias roupas íntimas, debateram sobre as grifes e os modelos. Relembraram a infância das sungas, a jovialidade das boxers e trocaram minúncias acerca dos tecidos sintéticos.

Logo mais, antes do almoço, fomos aos salão. Chegando na manicure, pedi:

- Bitols, vai comigo no posto fazer minha vacina?

- Tá, mas eu preciso ir comprar cuecas.

Mas que merda de história de precisar urgentemente de calçolas era aquela? Comecei a desconfiar. Por que não foi no mês passado? Por que não pensou nisso antes? Por que não lembrou nem no auge do verão? Um pouco mais de meditação e concluí:

- Ah, sim, o senhor vai viajar a partir da próxima semana e pelo mês todo! Quer fazer um tour cuequístico pelo Brasil. Canalha!

- Como assim, amor?

- Mas é óbvio! Como não vi de cara? Tu quer motivo pra tirar as calças com orgulho. Escuta aqui, Fabrício, eu, quando sabia que ninguém ia ver, não combinava calcinha e sutiã, não. Ia de time misto. Time misto é a prova da boa intenção. Cueca velha é o time misto do homem!

- Não é isso, amor, são para ti.

- Pra mim? Pois se é assim, de cueca eu tô legal. Quanto mais velhas e mais descoloridas, mais me sentirei amada.

Ele riu, afirmou-me paranóica e assumiu que poderia deixar para a volta, tudo bem.

- É, pode ser.

- Tu tem as calcinhas mais bonitas sempre, nunca te acusei por usá-las fora da cidade!

- É, pode ser.

Eu fui me acalmando. Terminei rindo com a Val enquanto ela esmaltava as unhas e me apoiava. Cochichou:

- Não deixa viajar de cueca nova jamais!

Confessou que seu o marido não recebia essa liberdade. No minuto final, ela abria a mala e fazia a troca. Tinha um fundo falso de peças íntimas puídas e manchadas só para o caso.

Voltamos em casa para resgatar meu irmão e fomos comer. Dentro do carro, a comédia voltou a baila. Bitols quis garantir o apoio machístico para a desforra final da minha suposta vã desconfiança. Meu irmão, fanzoca de um deixa disso como poucos, saiu com a pérola:

- É claro! Imagina, muito pior seria ele voltando de São Paulo com as cuecas novas.

- Claro, imagina. – apoiou Bitols.

É claro. Mas pra que imaginar se a gente pode lembrar do moço em questão CHEGANDO com várias cuecas novas da última viagem.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Polêmica [09.04.2010]


Você consulta a internet para saber sobre sintomas, doenças e medicamentos? Em debate no Polêmica de hoje. Os convidados são:

- Cardiologista NELSON NONOHAY

- Cardiologista FERNANDO LUCCHESE

- Lauro Quadros

- Psiquiatra JAIME VAZ BRASIL

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

Ouça o Polêmica que foi ao ar [09.04.2010]




Resultado da Enquete:
As consultas na internet sobre doenças e medicamentos

ajudam - 74%

ou prejudicam? - 26%

Polêmica [09.04.2010]


Você consulta a internet para saber sobre sintomas, doenças e medicamentos? Em debate no Polêmica de hoje. Os convidados são:

- Cardiologista NELSON NONOHAY

- Cardiologista FERNANDO LUCCHESE

- Lauro Quadros

- Psiquiatra JAIME VAZ BRASIL

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

Ouça o Polêmica que foi ao ar [09.04.2010]




Resultado da Enquete:
As consultas na internet sobre doenças e medicamentos

ajudam - 74%

ou prejudicam? - 26%

Polêmica [09.04.2010]


Você consulta a internet para saber sobre sintomas, doenças e medicamentos? Em debate no Polêmica de hoje. Os convidados são:

- Cardiologista NELSON NONOHAY

- Cardiologista FERNANDO LUCCHESE

- Lauro Quadros

- Psiquiatra JAIME VAZ BRASIL

- Médica e psicoterapeuta CINTHYA VERRI

Ouça o Polêmica que foi ao ar [09.04.2010]




Resultado da Enquete:
As consultas na internet sobre doenças e medicamentos

ajudam - 74%

ou prejudicam? - 26%

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Por um consultório sem clichês.



Depois que o Humberto Werneck lançou o seu “Pai dos Burros”, decidi fazer um manifesto sobre os lugares-comuns e frases feitas da terapia.

Pretendo antecipar algumas dúvidas comuns e resolver desde já algumas neuroses: economizaremos a terapia e o terapeuta.

Não, você não é gordo porque não mamou no peito.
Algumas pessoas comemoram a descoberta de qualquer suposto trauma infantil. Um dos favoritos é o de não ter sido amamentado ao peito. Explica tudo, principalmente leva a culpa de ter sido gerador da insaciedade e da voracidade pela comida.
Uma mãe atenta ou um pai terno podem substituir o peito com qualquer alimentação.
Engordar acontece por uma questão matemática: ingerir mais calorias do que gasta faz com que a gente acumule. Com a industrialização dos alimentos e com a oferta fantástica nas gôndolas dos supermercados, fica muito difícil não ter sobrepeso. E ponto.

Se você é adolescente e seus pais se separaram: sim, isso afeta você.
Não faça como eu e finja que tudo está normal quando os pais se separarem. É difícil de verdade e em um nível que pouco compreendemos. Só se resolve mais tarde.

Você não bebe porque tem tendência ao alcoolismo.
Pare de atribuir aos antepassados a culpa por seus atos. Dizer que bebe porque o pai bebia e o avô bebia é bobagem. Você bebe porque gosta. Vale para todos os vícios. Você joga porque gosta, fuma porque gosta e assim por diante.

Se ele ainda não se separou, esqueça.
Se você é a amante e ele desabafa que o casamento está infeliz, mas ainda não se separou, esqueça. Afinal, ele jamais iria elogiar o casamento. Ele está usando você para se manter casado.

Se agora não é um bom momento, então o bom momento não existe.
Não adianta começar dieta segunda-feira, preparar listas de intenções na virada do ano, escolher cadernos novos em março para melhorar a letra, comprar apenas mais aquilo no cartão, encontrar com ela só mais uma vez, levar a roupa que você nunca usa na mala. Se agora não é o melhor momento é porque não vai acontecer.

Você não deve a vida a seus pais.
Quando você nasceu, seu pai queria ser pai e sua mãe queria ser mãe. Tiveram você. Ou seja, você nasceu para que eles fossem aquilo que queriam ser e ainda por cima, você foi obrigado a viver. Se alguém deve alguma coisa são eles.

Confira a Crônica Falada

Por um consultório sem clichês.



Depois que o Humberto Werneck lançou o seu “Pai dos Burros”, decidi fazer um manifesto sobre os lugares-comuns e frases feitas da terapia.

Pretendo antecipar algumas dúvidas comuns e resolver desde já algumas neuroses: economizaremos a terapia e o terapeuta.

Não, você não é gordo porque não mamou no peito.
Algumas pessoas comemoram a descoberta de qualquer suposto trauma infantil. Um dos favoritos é o de não ter sido amamentado ao peito. Explica tudo, principalmente leva a culpa de ter sido gerador da insaciedade e da voracidade pela comida.
Uma mãe atenta ou um pai terno podem substituir o peito com qualquer alimentação.
Engordar acontece por uma questão matemática: ingerir mais calorias do que gasta faz com que a gente acumule. Com a industrialização dos alimentos e com a oferta fantástica nas gôndolas dos supermercados, fica muito difícil não ter sobrepeso. E ponto.

Se você é adolescente e seus pais se separaram: sim, isso afeta você.
Não faça como eu e finja que tudo está normal quando os pais se separarem. É difícil de verdade e em um nível que pouco compreendemos. Só se resolve mais tarde.

Você não bebe porque tem tendência ao alcoolismo.
Pare de atribuir aos antepassados a culpa por seus atos. Dizer que bebe porque o pai bebia e o avô bebia é bobagem. Você bebe porque gosta. Vale para todos os vícios. Você joga porque gosta, fuma porque gosta e assim por diante.

Se ele ainda não se separou, esqueça.
Se você é a amante e ele desabafa que o casamento está infeliz, mas ainda não se separou, esqueça. Afinal, ele jamais iria elogiar o casamento. Ele está usando você para se manter casado.

Se agora não é um bom momento, então o bom momento não existe.
Não adianta começar dieta segunda-feira, preparar listas de intenções na virada do ano, escolher cadernos novos em março para melhorar a letra, comprar apenas mais aquilo no cartão, encontrar com ela só mais uma vez, levar a roupa que você nunca usa na mala. Se agora não é o melhor momento é porque não vai acontecer.

Você não deve a vida a seus pais.
Quando você nasceu, seu pai queria ser pai e sua mãe queria ser mãe. Tiveram você. Ou seja, você nasceu para que eles fossem aquilo que queriam ser e ainda por cima, você foi obrigado a viver. Se alguém deve alguma coisa são eles.

Confira a Crônica Falada

Por um consultório sem clichês



Depois que o Humberto Werneck lançou o seu “Pai dos Burros”, decidi fazer um manifesto sobre os lugares-comuns e frases feitas da terapia.

Pretendo antecipar algumas dúvidas comuns e resolver desde já algumas neuroses: economizaremos a terapia e o terapeuta.

Não, você não é gordo porque não mamou no peito.
Algumas pessoas comemoram a descoberta de qualquer suposto trauma infantil. Um dos favoritos é o de não ter sido amamentado ao peito. Explica tudo, principalmente leva a culpa de ter sido gerador da insaciedade e da voracidade pela comida.
Uma mãe atenta ou um pai terno podem substituir o peito com qualquer alimentação.
Engordar acontece por uma questão matemática: ingerir mais calorias do que gasta faz com que a gente acumule. Com a industrialização dos alimentos e com a oferta fantástica nas gôndolas dos supermercados, fica muito difícil não ter sobrepeso. E ponto.

Se você é adolescente e seus pais se separaram: sim, isso afeta você.
Não faça como eu e finja que tudo está normal quando os pais se separarem. É difícil de verdade e em um nível que pouco compreendemos. Só se resolve mais tarde.

Você não bebe porque tem tendência ao alcoolismo.
Pare de atribuir aos antepassados a culpa por seus atos. Dizer que bebe porque o pai bebia e o avô bebia é bobagem. Você bebe porque gosta. Vale para todos os vícios. Você joga porque gosta, fuma porque gosta e assim por diante.

Se ele ainda não se separou, esqueça.
Se você é a amante e ele desabafa que o casamento está infeliz, mas ainda não se separou, esqueça. Afinal, ele jamais iria elogiar o casamento. Ele está usando você para se manter casado.

Se agora não é um bom momento, então o bom momento não existe.
Não adianta começar dieta segunda-feira, preparar listas de intenções na virada do ano, escolher cadernos novos em março para melhorar a letra, comprar apenas mais aquilo no cartão, encontrar com ela só mais uma vez, levar a roupa que você nunca usa na mala. Se agora não é o melhor momento é porque não vai acontecer.

Você não deve a vida a seus pais.
Quando você nasceu, seu pai queria ser pai e sua mãe queria ser mãe. Tiveram você. Ou seja, você nasceu para que eles fossem aquilo que queriam ser e ainda por cima, você foi obrigado a viver. Se alguém deve alguma coisa são eles.

Confira a Crônica Falada

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nós e a Anormalidade (ou como parei de fumar) - Crônica Falada no Camarote TVCOM [31.03.2010]



No filme 28 dias, Sandra Bullock apresenta Gwen, seu alcoolismo e a jornada deste tratamento. O drama traz, além de bons roteiro e atores, uma excelente definição: a personagem conta que anormal ou doente é aquele que, mesmo conhecendo o desfecho ruim, insiste em repetir algum hábito esperando que, um dia, o final seja outro.

Por que adoecemos e seguimos contestando a realidade matemática de algumas ações? Todo mundo sabe que inistir em um erro é burrice.

O que muitos não sabem é que eu fumava. Sim, que horror, cigarros. Então eu desfrutei da nicotina por uns bons seis anos, mais ou menos. Eu vivia doente. Não acho que essa é a realidade de todos os tabagistas, mas a minha vida era entrar e sair de infecções respiratórias. Juro. Não do tipo resfriadinhos, mas tosses purulentas, nojentas, catarros esverdeados e afins. Eu não acreditava que fosse o cigarro. justificava com explicações sobre a relação entre imunidade baixa e alta ansiedade. E mais: não admitia que fumava mais de uma carteira por dia – sempre alegava que, naquele dia específico, tinha fumado mais - era o estresse.

Quando finalmente admiti que era sim o hábito fumacento o que me ajudava a adoecer, veio o passo seguinte - passei a interpretar meus atos:

Fumo porque me ajuda; fumo porque combina comigo; fumo porque sou insegura; fumo porque não sei o que fazer com as mãos; fumo porque tenho fixação na fase oral.

As revelações que o cigarro fazia sobre minha personalidade e sobre minha infância eram encantadoras, mas em nada resolviam o pigarro, a afonia ou meu cansaço.

Um dia decidi parar. Descobri porque eu adiava tanto o momento: evitava a experiência pavorosa que intuía. Aprendi que a famosa abstinência era pior do que eu imaginava. Tive suores noturnos, pânicos, angústias e calafrios. Chorava por qualquer motivo e, principalmente, chorava porque não queria engordar.

Usei remédio, adesivo, pastilha e goma de mascar. Tomei chá, aceitei bênção e reza forte. Fui nos índios xamãs e purguei suando as toxinas. O diabo. Aos poucos fui serenando, agarrada na notícia de que, em duas semanas, passaria tudo.

Não foi bem assim, mas vontade de parar venceu, provavelmente porque tenho sorte de gozar uma genética que me permita a façanha.

A experiência me ensinou outra coisa: não são poucos os motivos para permanecermos doentes e são mínimas as razões para agirmos diferentemente.

Em especial, porque mudar é a coisa mais difícil que existe. Rilke dizia: força é mudar de vida. Eu também acho - o resto é fichinha.

Confira a Crônica Falada no Camarote TVCOM:




Obrigada ao Marcelo e seu blog: Macieiras Contra Newton

Nós e a Anormalidade (ou como parei de fumar) - Crônica Falada no Camarote TVCOM [31.03.2010]



No filme 28 dias, Sandra Bullock apresenta Gwen, seu alcoolismo e a jornada deste tratamento. O drama traz, além de bons roteiro e atores, uma excelente definição: a personagem conta que anormal ou doente é aquele que, mesmo conhecendo o desfecho ruim, insiste em repetir algum hábito esperando que, um dia, o final seja outro.

Por que adoecemos e seguimos contestando a realidade matemática de algumas ações? Todo mundo sabe que inistir em um erro é burrice.

O que muitos não sabem é que eu fumava. Sim, que horror, cigarros. Então eu desfrutei da nicotina por uns bons seis anos, mais ou menos. Eu vivia doente. Não acho que essa é a realidade de todos os tabagistas, mas a minha vida era entrar e sair de infecções respiratórias. Juro. Não do tipo resfriadinhos, mas tosses purulentas, nojentas, catarros esverdeados e afins. Eu não acreditava que fosse o cigarro. justificava com explicações sobre a relação entre imunidade baixa e alta ansiedade. E mais: não admitia que fumava mais de uma carteira por dia – sempre alegava que, naquele dia específico, tinha fumado mais - era o estresse.

Quando finalmente admiti que era sim o hábito fumacento o que me ajudava a adoecer, veio o passo seguinte - passei a interpretar meus atos:

Fumo porque me ajuda; fumo porque combina comigo; fumo porque sou insegura; fumo porque não sei o que fazer com as mãos; fumo porque tenho fixação na fase oral.

As revelações que o cigarro fazia sobre minha personalidade e sobre minha infância eram encantadoras, mas em nada resolviam o pigarro, a afonia ou meu cansaço.

Um dia decidi parar. Descobri porque eu adiava tanto o momento: evitava a experiência pavorosa que intuía. Aprendi que a famosa abstinência era pior do que eu imaginava. Tive suores noturnos, pânicos, angústias e calafrios. Chorava por qualquer motivo e, principalmente, chorava porque não queria engordar.

Usei remédio, adesivo, pastilha e goma de mascar. Tomei chá, aceitei bênção e reza forte. Fui nos índios xamãs e purguei suando as toxinas. O diabo. Aos poucos fui serenando, agarrada na notícia de que, em duas semanas, passaria tudo.

Não foi bem assim, mas vontade de parar venceu, provavelmente porque tenho sorte de gozar uma genética que me permita a façanha.

A experiência me ensinou outra coisa: não são poucos os motivos para permanecermos doentes e são mínimas as razões para agirmos diferentemente.

Em especial, porque mudar é a coisa mais difícil que existe. Rilke dizia: força é mudar de vida. Eu também acho - o resto é fichinha.

Confira a Crônica Falada no Camarote TVCOM:




Obrigada ao Marcelo e seu blog: Macieiras Contra Newton

Nós e a Anormalidade (ou como parei de fumar) - Crônica Falada no Camarote TVCOM [31.03.2010]



No filme 28 dias, Sandra Bullock apresenta Gwen, seu alcoolismo e a jornada deste tratamento. O drama traz, além de bons roteiro e atores, uma excelente definição: a personagem conta que anormal ou doente é aquele que, mesmo conhecendo o desfecho ruim, insiste em repetir algum hábito esperando que, um dia, o final seja outro.

Por que adoecemos e seguimos contestando a realidade matemática de algumas ações? Todo mundo sabe que inistir em um erro é burrice.

O que muitos não sabem é que eu fumava. Sim, que horror, cigarros. Então eu desfrutei da nicotina por uns bons seis anos, mais ou menos. Eu vivia doente. Não acho que essa é a realidade de todos os tabagistas, mas a minha vida era entrar e sair de infecções respiratórias. Juro. Não do tipo resfriadinhos, mas tosses purulentas, nojentas, catarros esverdeados e afins. Eu não acreditava que fosse o cigarro. justificava com explicações sobre a relação entre imunidade baixa e alta ansiedade. E mais: não admitia que fumava mais de uma carteira por dia – sempre alegava que, naquele dia específico, tinha fumado mais - era o estresse.

Quando finalmente admiti que era sim o hábito fumacento o que me ajudava a adoecer, veio o passo seguinte - passei a interpretar meus atos:

Fumo porque me ajuda; fumo porque combina comigo; fumo porque sou insegura; fumo porque não sei o que fazer com as mãos; fumo porque tenho fixação na fase oral.

As revelações que o cigarro fazia sobre minha personalidade e sobre minha infância eram encantadoras, mas em nada resolviam o pigarro, a afonia ou meu cansaço.

Um dia decidi parar. Descobri porque eu adiava tanto o momento: evitava a experiência pavorosa que intuía. Aprendi que a famosa abstinência era pior do que eu imaginava. Tive suores noturnos, pânicos, angústias e calafrios. Chorava por qualquer motivo e, principalmente, chorava porque não queria engordar.

Usei remédio, adesivo, pastilha e goma de mascar. Tomei chá, aceitei bênção e reza forte. Fui nos índios xamãs e purguei suando as toxinas. O diabo. Aos poucos fui serenando, agarrada na notícia de que, em duas semanas, passaria tudo.

Não foi bem assim, mas vontade de parar venceu, provavelmente porque tenho sorte de gozar uma genética que me permita a façanha.

A experiência me ensinou outra coisa: não são poucos os motivos para permanecermos doentes e são mínimas as razões para agirmos diferentemente.

Em especial, porque mudar é a coisa mais difícil que existe. Rilke dizia: força é mudar de vida. Eu também acho - o resto é fichinha.

Confira a Crônica Falada no Camarote TVCOM: