Conversava com as amigas sobre o bolão na copa do mundo. Bolão de ontem, da manhã, da tarde. Bolão triplo, duplo ou só do Brasil. Bolão do resultado, bolão do campeão. De tudo quanto é jeito.
E torcida. Muita torcida. Na frente da televisão, turmas reunidas festejando, comendo pipoca, soprando cornetas em harmonias desafinadas. E gritos. Gritos da desforra, de desafogar urro encolhido.
Claro que dá alívio, que é divertido, que é gostoso. Mas só na Copa do Mundo? Só no estádio de futebol? Que negócio é esse de vibrar os punhos pelo acaso? É o mesmo que acreditar que a força do pensamento determina a roleta do cassino.
Chamamos de azar quando o acaso não ajuda. Já atribuímos o placar favorável às nossas habilidades em cruzar os dedos. Comemoramos guturalmente. Visceralmente. Bravamente nossos esforços. "Eu sabia" é o que mais se comenta durante a narração entre amigos e familiares.
É quando pensamos que nosso desejo influencia o resultado, que é derivado de uma energia fantástica, uma onda magnética, uma concentração messiânica. Nossa força na frente da televisão é igual a nenhuma, embora a curtição valha a pena.
Mas no dia-a-dia, onde estão os torcedores? Por que não torcemos com o mesmo empenho para nossa vida? Por que não nos tornamos locutores das nossas pequenas alegrias e superações?
Fica difícil viver bem sem reconhecer o milagre que é fazer cada coisa dar certo: consertar a geladeira, concluir o projeto da cozinha, enfrentar a penosa reforma, arredar os móveis e partir pra faxina adiada há meses, finalizar o tratamento dentário ou até mesmo ligar para o amigo no aniversário.
Minúsculas - e tão épicas - cenas da rotina que são desvalorizadas, relegadas ao esquecimento.
Precisamos manter a cantoria desperta, lembrando o quanto é decisivo trabalhar, cuidar das relações, do amor, fazer supermercado e orientar amigos, disciplinar a atividade física e a dieta, manter vistorias regulares da saúde e ainda por cima, lembrar dos aniversários.
Ter uma atitude de quem se comemora e se aproveita, que mantém a bola rolando: aí falamos de responsabilidade. E sorte. Uma responsabilidade sortuda. Diria até que dadivosa.
E torcida. Muita torcida. Na frente da televisão, turmas reunidas festejando, comendo pipoca, soprando cornetas em harmonias desafinadas. E gritos. Gritos da desforra, de desafogar urro encolhido.
Claro que dá alívio, que é divertido, que é gostoso. Mas só na Copa do Mundo? Só no estádio de futebol? Que negócio é esse de vibrar os punhos pelo acaso? É o mesmo que acreditar que a força do pensamento determina a roleta do cassino.
Chamamos de azar quando o acaso não ajuda. Já atribuímos o placar favorável às nossas habilidades em cruzar os dedos. Comemoramos guturalmente. Visceralmente. Bravamente nossos esforços. "Eu sabia" é o que mais se comenta durante a narração entre amigos e familiares.
É quando pensamos que nosso desejo influencia o resultado, que é derivado de uma energia fantástica, uma onda magnética, uma concentração messiânica. Nossa força na frente da televisão é igual a nenhuma, embora a curtição valha a pena.
Mas no dia-a-dia, onde estão os torcedores? Por que não torcemos com o mesmo empenho para nossa vida? Por que não nos tornamos locutores das nossas pequenas alegrias e superações?
Fica difícil viver bem sem reconhecer o milagre que é fazer cada coisa dar certo: consertar a geladeira, concluir o projeto da cozinha, enfrentar a penosa reforma, arredar os móveis e partir pra faxina adiada há meses, finalizar o tratamento dentário ou até mesmo ligar para o amigo no aniversário.
Minúsculas - e tão épicas - cenas da rotina que são desvalorizadas, relegadas ao esquecimento.
Precisamos manter a cantoria desperta, lembrando o quanto é decisivo trabalhar, cuidar das relações, do amor, fazer supermercado e orientar amigos, disciplinar a atividade física e a dieta, manter vistorias regulares da saúde e ainda por cima, lembrar dos aniversários.
Ter uma atitude de quem se comemora e se aproveita, que mantém a bola rolando: aí falamos de responsabilidade. E sorte. Uma responsabilidade sortuda. Diria até que dadivosa.
>>Ouça Esta Crônica Falada
Crônica Falada é um quadro do programa TalkRadio na Rádio Itapema. Apresentação @katiasuman. Crônica de @cinthyaverri exibida em 22.06.2010
(arraste a rolagem para 33'de programa):
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