Conversava com uma amiga que reinaugurou o nome de solteira. Ela desabafou:
- Vai ver que esse casamento veio pra me ensinar o que eu não quero de uma relação.
Achei graça. Bem que a gente deseja uma sabedoria preventiva, mas relacionamento não é aula particular. Não é ENEM, não há como aproveitar o histórico escolar. Não existe linha reta, conhecimento acumulado, não partimos em degraus, da 1ª à 4ª série. Pensar que temos condições de evitar enfrentamentos e brigas dobra as possibilidades de separação.
Ao antecipar frustrações de relacionamentos anteriores, apenas criamos uma fórmula e intensificamos a fiscalização. Já entramos armados de pedras e lições dizendo o que o outro deve ou não fazer. Ficamos insatisfeitos antes mesmo de começar. A ânsia em recuperar o tempo nos condicionar a arriscar menos. No lugar da coragem, desenvolvemos fobias e paranóias.
Cobramos resultados iguais à meta de vendas. Acreditamos que, através da prática, podemos antecipar os problemas. Isso funciona no comércio e olhe lá.
Ainda que o par seja conhecido, a convivência não se repete. Não existe jeito de cometer os mesmos erros, já que nunca somos os mesmos.
O amor nada tem que ver com nosso gosto pessoal. É assim que uma patricinha namora um hardcore e um sannyasin de Osho casa com uma militante de esquerda.
A emoção não se refina, não evolui, não amadurece. Voltaremos ao início, desmemoriados. Regressamos ao estado embrionário de fragilidade, insegurança, sensibilidade. E com o volume ao máximo.
Ah, como queríamos não sofrer! Supomos que é um desperdício sofrer por uma coisa que era previsível. Gostar e querer alguém não corresponde a um jogo de adivinhação. O precioso não está no amor em si, no que desfrutamos como casal, mas no que ele empresta: as lembranças ganham sentido, o caos importa menos, os problemas não nos atingem, somos menos arrogantes, mais descompromissados. O amor rouba o controle e devolve o desequilíbrio da infância.
Quer saber como vai ser? Experimenta. E não repete a receita.
Confira esta Crônica Falada, no Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman
- Vai ver que esse casamento veio pra me ensinar o que eu não quero de uma relação.
Achei graça. Bem que a gente deseja uma sabedoria preventiva, mas relacionamento não é aula particular. Não é ENEM, não há como aproveitar o histórico escolar. Não existe linha reta, conhecimento acumulado, não partimos em degraus, da 1ª à 4ª série. Pensar que temos condições de evitar enfrentamentos e brigas dobra as possibilidades de separação.
Ao antecipar frustrações de relacionamentos anteriores, apenas criamos uma fórmula e intensificamos a fiscalização. Já entramos armados de pedras e lições dizendo o que o outro deve ou não fazer. Ficamos insatisfeitos antes mesmo de começar. A ânsia em recuperar o tempo nos condicionar a arriscar menos. No lugar da coragem, desenvolvemos fobias e paranóias.
Cobramos resultados iguais à meta de vendas. Acreditamos que, através da prática, podemos antecipar os problemas. Isso funciona no comércio e olhe lá.
Ainda que o par seja conhecido, a convivência não se repete. Não existe jeito de cometer os mesmos erros, já que nunca somos os mesmos.
O amor nada tem que ver com nosso gosto pessoal. É assim que uma patricinha namora um hardcore e um sannyasin de Osho casa com uma militante de esquerda.
A emoção não se refina, não evolui, não amadurece. Voltaremos ao início, desmemoriados. Regressamos ao estado embrionário de fragilidade, insegurança, sensibilidade. E com o volume ao máximo.
Ah, como queríamos não sofrer! Supomos que é um desperdício sofrer por uma coisa que era previsível. Gostar e querer alguém não corresponde a um jogo de adivinhação. O precioso não está no amor em si, no que desfrutamos como casal, mas no que ele empresta: as lembranças ganham sentido, o caos importa menos, os problemas não nos atingem, somos menos arrogantes, mais descompromissados. O amor rouba o controle e devolve o desequilíbrio da infância.
Quer saber como vai ser? Experimenta. E não repete a receita.
Confira esta Crônica Falada, no Camarote TVCOM.
Apresentação @katiasuman
Oi moça! Vivo a gargalhar com suas postagens no "Matando Carpinejar", muito legal!
ResponderExcluirMas estou divinamente encantada com esse espaço! Gosto daqui!
Bjs!