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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Gainsbourg na Feira do Livro




Vou ao Cinema Porque Sim. O Cinema Porque Sim é aquele dia em que escolho um filme Porque Sim. Chego na sala em um horário qualquer que me convenha mais e opto por um título de que não sei nada a respeito: não conheço o elenco, nunca ouvi o nome do  diretor. E compro como quem pede um sabor de sorvete novo ou uma fruta exótica: me dá um pouco disso. Às vezes, dou de cara com uma película incompreensível e sou toda a plateia. Mas, na maioria das vezes, tenho momentos interessantes. E, uma vez, tive uma experiência sobrenatural.

Foi naquele sábado que elegi O Homem que Amava as Mulheres, filme com Eric Elmosnino. Porque Sim.

Quando a vida de Gainsbourg ganhou a tela gigante, aquele som amplificando toda a intensidade dele, foi um choque. Ele era muito maior que o longa metragem, faltou filme. Saí me sentindo traída pelos franceses: como puderam esconder aquele homem de mim por tanto tempo? Eu incluí no grupo de sonegadores de Gainsbourg as professoras do colégio e o dono da rede Globo. Eles me mantiveram ocupada com a produção norte-americana e não tive notícias de Meu Grande Amor por trinta anos.

Fui atrás do tempo perdido: li as biografias, vi os filmes que encontrei onde ele participa como ator ou diretor. Todos os vídeos da internet que consegui. E, principalmente, ouvi todas as canções. Tudo, tudinho que achei.

A obsessão começou a ficar pública e ganhei até um vinil no aniversário. Quando começam a pensar em Gainsbourg como presente de aniversário é um sinal importante da frequência com que se fala no tema.

Pensei então que era minha vez. Eu não podia perpetuar o que fizeram comigo.

Alguma coisa para chamar a atenção sobre esse homem fabuloso era necessária; uma atitude radical que trouxesse o público mais próximo da obra incrível que ele produziu; uma ação extraordinária que explicasse as letras, que despertasse a curiosidade de meninas perdidas que não sabiam da existência deste gênio; uma montagem que avivasse a chama, que condensasse a alma numa gota, que tocasse quem tivesse a oportunidade de presenciar.

Paixão é assim: a gente fica escancaradamente doente de delírios de grandeza.

A verdade seja dita: não é porque não tenho todo esse arsenal de talento ou conhecimento artístico ou patrocínio da Rede Globo que não posso contar aqui meu desejo. Sim, queria chocar o Brasil com uma visão inovadora e fatal sobre o homem que amo tanto desde aquele sábado.

Mas podemos fazer o que podemos.

Eu estava preparando versões de canções do maestro, livres adaptações, para quando acontecesse alguma coisa. E decidi convidar colegas atores para fazermos vídeo clipes. Isso no encerramento do semestre do curso de atuação para televisão com o Bob Bahlis. E o Bob, sensível como quase ninguém, viu que meu sonho era outro; ele enxergou a faísca e teve a coragem que eu não tive: propôs que fizéssemos um espetáculo. E os colegas quiseram e, mais que isso, abraçaram a ideia e compusemos juntos o encantamento de estar no palco vivendo a vida de Serge Gainsbourg.

Eu me sinto a mais feliz das tietes, a mais realizada das meninas apaixonadas — capaz de colar um pôster do ídolo querido na porta do guardarroupa. Eu, aquela que não foi de nenhuma banda, estou descontando a promissória da adolescência em alto estilo só por causa dos amigos.

E quem sabe uma perdida na audiência descobre que é uma mulher que amava Gainsbourg e não sabia?

É no tapete voador do acaso que a gente descobre que tinha sonhos prontos para a inauguração. Mas só para quem vive o amor, que é o mais absolutamente Porque Sim de todos.

Foto Cristiano Godinho



Espetáculo: As Mulheres que Amavam Gainsbourg.
Quando: Sábado, 27 de Outubro, 20h.
Onde: 58ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre - TENDA PASÁRGADA - entre o Memorial do Rio Grande do Sul e o Santander Cultural.
Quanto: gratuito.

O espetáculo "As mulheres que amavam Gainsbourg" estreia neste sábado, no segundo dia da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre.

A peça é uma homenagem ao músico, cantor, compositor e ator francês Serge Gainsbourg (2/4/1928 – 2/3/1991). É uma aproximação entre o público brasileiro e as composições líricas, criativas e que sempre desafiam o senso comum.

Considerado um poeta da melodia, Gainsbourg revolucionou a letra com histórias de duplo sentido, um gosto todo plástico para temas contemporâneos e personagens do dia-a-dia.

Pela voz dele, ficamos conhecendo o que pensa o bilheteiro do trem, o órfão, o apaixonado, o desiludido, o bêbado.

Na peça, além de belas canções traduzidas do francês para o português, atores interpretam textos na primeira pessoa, como se fossem o próprio Serge Gainsbourg.

O show quer revestir as canções com traduções lúcidas e irreverentes, na intenção de manter o espírito e a ideia do autor, mas alcançando o sentido à audiência brasileira.

As versões não são adaptações com objetivo comercial. Os temas são desenvolvidos buscando uma tríade de melodia, inteligência e surpresa.

Tudo para aumentar a experiência com o universo do autor.

A direção geral e roteiro são de Bob Bahlis.

“Serge Gainsbourg está no inconsciente da minha geração. Quando criança, lembro perfeitamente de escutar as músicas do francês por tabela, na vitrola dos meus pais. Sem contar que a música Je t'aime  me deixava muito curioso”, diz Bob Bahlis.

Je t'aime moi non plus havia sido composta originalmente para Brigitte, mas ela, insegura com o escândalo que a música poderia causar — e que certamente causou, preferiu não lançar o dueto. Serge investiu na gravação com a esposa Jane Birkin e o sucesso atingiu proporções mundiais. Após quebrar a expectativa moral com a canção mais sexual da história, Serge ainda rompeu o tabu ufanista gravando uma versão reggae do hino nacional francês — no primeiro disco de reggae do idioma, gravado na Jamaica.

Playlist do Espetáculo:
Comic Strip (Comic Strip)
Marilou Sobre a Neve (Marilou Sous la Neige)
Eu Bebo (Je bois/Intoxicated Man)
A Javanesa (La Javanaise)
Canário na Varanda (Le Canari Est Sur le Balcon)
Senhor William (Monsieur William)
Aux Armes (Aux Armes)
Outono nos Livros (Je Suis venu te Dire que Je m'en Vais)
Eu te Amo... Nem Eu. (Je T'aime... Moi non plus)

As canções foram traduzidas e reescritas por Cinthya Verri e receberam uma roupagem nova, pelo grupo que ama Serge.

Gainsbourg na Feira do Livro




Vou ao Cinema Porque Sim. O Cinema Porque Sim é aquele dia em que escolho um filme Porque Sim. Chego na sala em um horário qualquer que me convenha mais e opto por um título de que não sei nada a respeito: não conheço o elenco, nunca ouvi o nome do  diretor. E compro como quem pede um sabor de sorvete novo ou uma fruta exótica: me dá um pouco disso. Às vezes, dou de cara com uma película incompreensível e sou toda a plateia. Mas, na maioria das vezes, tenho momentos interessantes. E, uma vez, tive uma experiência sobrenatural.

Foi naquele sábado que elegi O Homem que Amava as Mulheres, filme com Eric Elmosnino. Porque Sim.

Quando a vida de Gainsbourg ganhou a tela gigante, aquele som amplificando toda a intensidade dele, foi um choque. Ele era muito maior que o longa metragem, faltou filme. Saí me sentindo traída pelos franceses: como puderam esconder aquele homem de mim por tanto tempo? Eu incluí no grupo de sonegadores de Gainsbourg as professoras do colégio e o dono da rede Globo. Eles me mantiveram ocupada com a produção norte-americana e não tive notícias de Meu Grande Amor por trinta anos.

Fui atrás do tempo perdido: li as biografias, vi os filmes que encontrei onde ele participa como ator ou diretor. Todos os vídeos da internet que consegui. E, principalmente, ouvi todas as canções. Tudo, tudinho que achei.

A obsessão começou a ficar pública e ganhei até um vinil no aniversário. Quando começam a pensar em Gainsbourg como presente de aniversário é um sinal importante da frequência com que se fala no tema.

Pensei então que era minha vez. Eu não podia perpetuar o que fizeram comigo.

Alguma coisa para chamar a atenção sobre esse homem fabuloso era necessária; uma atitude radical que trouxesse o público mais próximo da obra incrível que ele produziu; uma ação extraordinária que explicasse as letras, que despertasse a curiosidade de meninas perdidas que não sabiam da existência deste gênio; uma montagem que avivasse a chama, que condensasse a alma numa gota, que tocasse quem tivesse a oportunidade de presenciar.

Paixão é assim: a gente fica escancaradamente doente de delírios de grandeza.

A verdade seja dita: não é porque não tenho todo esse arsenal de talento ou conhecimento artístico ou patrocínio da Rede Globo que não posso contar aqui meu desejo. Sim, queria chocar o Brasil com uma visão inovadora e fatal sobre o homem que amo tanto desde aquele sábado.

Mas podemos fazer o que podemos.

Eu estava preparando versões de canções do maestro, livres adaptações, para quando acontecesse alguma coisa. E decidi convidar colegas atores para fazermos vídeo clipes. Isso no encerramento do semestre do curso de atuação para televisão com o Bob Bahlis. E o Bob, sensível como quase ninguém, viu que meu sonho era outro; ele enxergou a faísca e teve a coragem que eu não tive: propôs que fizéssemos um espetáculo. E os colegas quiseram e, mais que isso, abraçaram a ideia e compusemos juntos o encantamento de estar no palco vivendo a vida de Serge Gainsbourg.

Eu me sinto a mais feliz das tietes, a mais realizada das meninas apaixonadas — capaz de colar um pôster do ídolo querido na porta do guardarroupa. Eu, aquela que não foi de nenhuma banda, estou descontando a promissória da adolescência em alto estilo só por causa dos amigos.

E quem sabe uma perdida na audiência descobre que é uma mulher que amava Gainsbourg e não sabia?

É no tapete voador do acaso que a gente descobre que tinha sonhos prontos para a inauguração. Mas só para quem vive o amor, que é o mais absolutamente Porque Sim de todos.

Foto Cristiano Godinho



Espetáculo: As Mulheres que Amavam Gainsbourg.
Quando: Sábado, 27 de Outubro, 20h.
Onde: 58ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre - TENDA PASÁRGADA - entre o Memorial do Rio Grande do Sul e o Santander Cultural.
Quanto: gratuito.

O espetáculo "As mulheres que amavam Gainsbourg" estreia neste sábado, no segundo dia da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre.

A peça é uma homenagem ao músico, cantor, compositor e ator francês Serge Gainsbourg (2/4/1928 – 2/3/1991). É uma aproximação entre o público brasileiro e as composições líricas, criativas e que sempre desafiam o senso comum.

Considerado um poeta da melodia, Gainsbourg revolucionou a letra com histórias de duplo sentido, um gosto todo plástico para temas contemporâneos e personagens do dia-a-dia.

Pela voz dele, ficamos conhecendo o que pensa o bilheteiro do trem, o órfão, o apaixonado, o desiludido, o bêbado.

Na peça, além de belas canções traduzidas do francês para o português, atores interpretam textos na primeira pessoa, como se fossem o próprio Serge Gainsbourg.

O show quer revestir as canções com traduções lúcidas e irreverentes, na intenção de manter o espírito e a ideia do autor, mas alcançando o sentido à audiência brasileira.

As versões não são adaptações com objetivo comercial. Os temas são desenvolvidos buscando uma tríade de melodia, inteligência e surpresa.

Tudo para aumentar a experiência com o universo do autor.

A direção geral e roteiro são de Bob Bahlis.

“Serge Gainsbourg está no inconsciente da minha geração. Quando criança, lembro perfeitamente de escutar as músicas do francês por tabela, na vitrola dos meus pais. Sem contar que a música Je t'aime  me deixava muito curioso”, diz Bob Bahlis.

Je t'aime moi non plus havia sido composta originalmente para Brigitte, mas ela, insegura com o escândalo que a música poderia causar — e que certamente causou, preferiu não lançar o dueto. Serge investiu na gravação com a esposa Jane Birkin e o sucesso atingiu proporções mundiais. Após quebrar a expectativa moral com a canção mais sexual da história, Serge ainda rompeu o tabu ufanista gravando uma versão reggae do hino nacional francês — no primeiro disco de reggae do idioma, gravado na Jamaica.

Playlist do Espetáculo:
Comic Strip (Comic Strip)
Marilou Sobre a Neve (Marilou Sous la Neige)
Eu Bebo (Je bois/Intoxicated Man)
A Javanesa (La Javanaise)
Canário na Varanda (Le Canari Est Sur le Balcon)
Senhor William (Monsieur William)
Aux Armes (Aux Armes)
Outono nos Livros (Je Suis venu te Dire que Je m'en Vais)
Eu te Amo... Nem Eu. (Je T'aime... Moi non plus)

As canções foram traduzidas e reescritas por Cinthya Verri e receberam uma roupagem nova, pelo grupo que ama Serge.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CVExplica #Tatuagem

Confecção da tatuagem nova pelo Edu Tattoo.


CVExplica: sua sessão imperdível de explicações fundamentais na Rádio Elétrica. 

Acompanhe na http://www.radioeletrica.com
 [+ou- 21h], quintas, na Rádio Elétrica

participe ao vivo no msn/email cvexplica@hotmail.com
add Skype CVExplica
curta no http://facebook.com/CVExplica

OUÇA O AUDIO do programa de hoje:

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

[Preview] Documentário As Mulheres que Amavam Gainsbourg




Prévia do documentário que apresenta a vida e a obra de Serge Gainsbourg.
[Em breve, estreia o espetáculo As Mulheres que Amavam Gainsbourg]
Direção: Bob Bahlis
Produção e Edição: Cinthya Verri
Elenco deste documentário: Boni Rangel, Eliana Guedes, Fátima Reis, Cinthya Verri e Jordan Martini

Ficha Técnica do Espetáculo [As Mulheres que Amavam Gainsbourg]
Direção: Bob Bahlis
Elenco: Boni Rangel, Cinthya Verri, Cristiano Godinho, Eliana Guedes, Fabíola Barreto, Fernanda Moreno, Jordan Maritini, Martha Brito.
Músicos: Cinthya Verri, Cristiano Sassá, Danniel Coelho, Eliana Guedes e Lule Bruno.