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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Chegada

Saiu-se, assim, vida afora.
Melhor ainda: foi-se vida adentro.
Súbito
Como é a vida
(não tem ensaio)

Além de ser-se a si cada um
Somos um do outro também
E assim que é quando amamos.
E é assim o muito que dói
Aparte pra crescer

Vai-se, sem ter certeza
Porque nunca se sabe ao certo.

E melhor é só ir querendo-se
Que só ir por não mais querer.

Melhor ainda: pois vai entrando.
Vai-se assim
Mas entra de vez
Na vida minhadele
Que existe sempre
Que nos encontramos.

Vamos rindo e
Vamos chorando
Porque sem choro
Ninguém consegue
(não de verdade)

(Partida foi o início)
É bem-vinda
Nossa chegada.

Chegada

Saiu-se, assim, vida afora.
Melhor ainda: foi-se vida adentro.
Súbito
Como é a vida
(não tem ensaio)

Além de ser-se a si cada um
Somos um do outro também
E assim que é quando amamos.
E é assim o muito que dói
Aparte pra crescer

Vai-se, sem ter certeza
Porque nunca se sabe ao certo.

E melhor é só ir querendo-se
Que só ir por não mais querer.

Melhor ainda: pois vai entrando.
Vai-se assim
Mas entra de vez
Na vida minhadele
Que existe sempre
Que nos encontramos.

Vamos rindo e
Vamos chorando
Porque sem choro
Ninguém consegue
(não de verdade)

(Partida foi o início)
É bem-vinda
Nossa chegada.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Um Pouco Honesta

Eu ponho meu nome nas coisas que eu faço (hoje).
As críticas são bem-vindas (hoje). Isso é uma conquista minha (hoje).
É assim quando tenho vivos meus dias: sinto-me mais assim.
Não que eu me sinta a mais ou MAIS (com letras capitais). Apenas sinto-me melhor e sinto-me melhor com isso.
Confuso?
Não é para clarificar. Agora, é só para dizer que digo.
E estou só para isso. É a única maneira que consigo.
Digo-me a mim e rio com tudo isso.
E essa é a melhor parte.
Gosto quando o tempo passou e pessoas voltaram para dizer que aquilo que eu tinha dito era mesmo daquele jeito.
Mas não gosto tanto assim. Gosto como quem reencontra um amigo, mas não mais do que isso.
Gosto de ter pessoas próximas, bem próximas. E eu gosto de ficar próxima de pessoas que querem ficar perto. Gosto de Chico Buarque e Carlos Gardel (hoje).
E gosto do amor que dói - não menos do que isso.
Gosto de sentir saudade. Isso também é uma conquista minha (hoje).
E eu sou só para mim (hoje).
Egoísta? Não mais que qualquer um.
Apenas um pouco honesta.

Um Pouco Honesta

Eu ponho meu nome nas coisas que eu faço (hoje).
As críticas são bem-vindas (hoje). Isso é uma conquista minha (hoje).
É assim quando tenho vivos meus dias: sinto-me mais assim.
Não que eu me sinta a mais ou MAIS (com letras capitais). Apenas sinto-me melhor e sinto-me melhor com isso.
Confuso?
Não é para clarificar. Agora, é só para dizer que digo.
E estou só para isso. É a única maneira que consigo.
Digo-me a mim e rio com tudo isso.
E essa é a melhor parte.
Gosto quando o tempo passou e pessoas voltaram para dizer que aquilo que eu tinha dito era mesmo daquele jeito.
Mas não gosto tanto assim. Gosto como quem reencontra um amigo, mas não mais do que isso.
Gosto de ter pessoas próximas, bem próximas. E eu gosto de ficar próxima de pessoas que querem ficar perto. Gosto de Chico Buarque e Carlos Gardel (hoje).
E gosto do amor que dói - não menos do que isso.
Gosto de sentir saudade. Isso também é uma conquista minha (hoje).
E eu sou só para mim (hoje).
Egoísta? Não mais que qualquer um.
Apenas um pouco honesta.

domingo, 26 de agosto de 2007

Caixinha de Música

Se ela defende você, aniquila qualquer possibilidade de relação.
Ela precisa se defender e confiar que você faz o mesmo por você.
Às vezes, você se ajuda com ela, quando ela te convida a saber o que você quer.

Mas a pergunta: 'o que você quer?' precisa estar como que na superfície de uma bobina de caixa de música - com ranhuras e vincos próprios, que, ao girar por sob o pente de mental de dentes heterogêneos, produz o som delicado e contínuo.


A senha gravada na alma pode ajudar a viver junto.

É bom verificar de tempos em tempos se o pente do mecanismo não está banguela, com a bobina a girar em falso - o som mudo, tocando sem leitor.
É bom verificar que não existe nada, nenhum mecanismo externo obrigando você a viver como está vivendo.

Nada impede você de criar a própria vida.
(Exceto deixar de acordar o gnomo minúsculo que vigiava sua caixinha e cochilou na hora de dar corda...)

Caixinha de Música

Se ela defende você, aniquila qualquer possibilidade de relação.
Ela precisa se defender e confiar que você faz o mesmo por você.
Às vezes, você se ajuda com ela, quando ela te convida a saber o que você quer.

Mas a pergunta: 'o que você quer?' precisa estar como que na superfície de uma bobina de caixa de música - com ranhuras e vincos próprios, que, ao girar por sob o pente de mental de dentes heterogêneos, produz o som delicado e contínuo.


A senha gravada na alma pode ajudar a viver junto.

É bom verificar de tempos em tempos se o pente do mecanismo não está banguela, com a bobina a girar em falso - o som mudo, tocando sem leitor.
É bom verificar que não existe nada, nenhum mecanismo externo obrigando você a viver como está vivendo.

Nada impede você de criar a própria vida.
(Exceto deixar de acordar o gnomo minúsculo que vigiava sua caixinha e cochilou na hora de dar corda...)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

It´s only Rock´n Roll (and I do like it)

The Biggest Bang;
No princípio criou os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia;
e havia trevas sobre a face do abismo;
e sua alma se movia sobre a face das águas.

E disse: haja luz; e houve luz.

Vi ele lá - com luz e tudo.
Lá na janela, com doçura própria
Própria de ser quem é.
(and He was all jagged up)
E sorria, e cantava, como que pra nada
Como que pra todos
Como que pra si (sem dó).
Ora referia-se aos músicos
Na reverência que reconhece.

Depois esquecia


Então no seu peito
(Igual que Atena no escudo
tinha a cabeça de Medusa)
Levava a boca das górgonas.

O homônimo
Sobreviveu aos leões de Dario.
Ali, sobrevivia aos seus.

E lá, na janela
Com acento em coragem
Coracionado
Fazia-se a si mesmo
Pela milésima vez
...sabendo que logo terminaria
...como todas as coisas
(Nada é feito pra durar).

E viu que tudo era bom.

(e descansou no sétimo dia;
porque segunda, começa outra vez)

It´s only Rock´n Roll (and I do like it)

The Biggest Bang;
No princípio criou os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia;
e havia trevas sobre a face do abismo;
e sua alma se movia sobre a face das águas.

E disse: haja luz; e houve luz.

Vi ele lá - com luz e tudo.
Lá na janela, com doçura própria
Própria de ser quem é.
(and He was all jagged up)
E sorria, e cantava, como que pra nada
Como que pra todos
Como que pra si (sem dó).
Ora referia-se aos músicos
Na reverência que reconhece.

Depois esquecia


Então no seu peito
(Igual que Atena no escudo
tinha a cabeça de Medusa)
Levava a boca das górgonas.

O homônimo
Sobreviveu aos leões de Dario.
Ali, sobrevivia aos seus.

E lá, na janela
Com acento em coragem
Coracionado
Fazia-se a si mesmo
Pela milésima vez
...sabendo que logo terminaria
...como todas as coisas
(Nada é feito pra durar).

E viu que tudo era bom.

(e descansou no sétimo dia;
porque segunda, começa outra vez)

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Quem ela era

- O valor em mim, quem dá sou eu.
Pensava ela, no mundo dela.
É que ela viu que o valor em si não existe. É de cada um a possibilidade de reconhecer-se em alguém.
- A paixão que tenho, faz o outro em mim. São minhas também todas essas coisas.
Pensava ela, no mundo dela.
Já que ela não podia ser outra; se os seus desenhos não eram como os de Picasso (eram como os dela eram); se a sua dança não era como a de ninguém (era como a dança dela era); então sobrava ela, dentro da realidade que ela podia reconhecer (era como a realidade dela era).
Então sobrava pouco.
E ela aceitou seu pouco - e tratou de versificá-lo em prosa des-rimada (que era como a prosa dela era).
Vestiu seu corpo, com a roupa que tinha ( e que era como a roupa dela era) e pensou que havia muitas outras opções de ser quem ela era.
Depois duvidou que realmente existissem essas opções - umas tais escolhas, sem razão nenhuma.
Então não eram escolhas: era como ela era.
Então seu pensamento encolheu-se, perdeu a garbosidade. Ele não era mais pensamento dela - era pensamento que vinha de uma outra ela, uma que também era ela. Mas que ela desconhecia. E, naquele momento, viu que ela era quem ela era, seja lá quem fosse ela - e por menos que se conhecesse.

Quem ela era

- O valor em mim, quem dá sou eu.
Pensava ela, no mundo dela.
É que ela viu que o valor em si não existe. É de cada um a possibilidade de reconhecer-se em alguém.
- A paixão que tenho, faz o outro em mim. São minhas também todas essas coisas.
Pensava ela, no mundo dela.
Já que ela não podia ser outra; se os seus desenhos não eram como os de Picasso (eram como os dela eram); se a sua dança não era como a de ninguém (era como a dança dela era); então sobrava ela, dentro da realidade que ela podia reconhecer (era como a realidade dela era).
Então sobrava pouco.
E ela aceitou seu pouco - e tratou de versificá-lo em prosa des-rimada (que era como a prosa dela era).
Vestiu seu corpo, com a roupa que tinha ( e que era como a roupa dela era) e pensou que havia muitas outras opções de ser quem ela era.
Depois duvidou que realmente existissem essas opções - umas tais escolhas, sem razão nenhuma.
Então não eram escolhas: era como ela era.
Então seu pensamento encolheu-se, perdeu a garbosidade. Ele não era mais pensamento dela - era pensamento que vinha de uma outra ela, uma que também era ela. Mas que ela desconhecia. E, naquele momento, viu que ela era quem ela era, seja lá quem fosse ela - e por menos que se conhecesse.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Caçador de Mim

Depois de muitos anos é que fui entender a letra de 'Eu, caçador de mim'.
E também porque não tinha mais pensado nisso.
Agora, meu computador escreve lento, beeeeem depois de mim.
Termino de escrever a frase e depois ela aparece - letra por letra, como que com soletradas palavras. Um ditado de escola.
Isso gera um efeito interessante - tipo eu, caçadora de mim.
Meu nome - Cínthya - diz a lenda que era um título dado a mulheres que eram boas caçadoras.
Coincidência ou não, também gera um efeito interessante.
Assisto-me a mim. E eu me busco, eu me caço. Às vezes me acho. Se eu me desencontro, fico como o computador - soletrando, a ver se eu escuto com mais clareza.
Mas às vezes, nem mesmo assim, eu me ouço.
Gasto bastante energia nisso, a ver se eu me sinto bem.
É coisa matreira isso de sentir-se bem.
Mas até que eu levo jeito! Especialmente na arte de ajudar - isso me ajuda muito.
Então, a ver se eu me acho, me voy.
Eu, Cínthya de mim.

Caçador de Mim

Depois de muitos anos é que fui entender a letra de 'Eu, caçador de mim'.
E também porque não tinha mais pensado nisso.
Agora, meu computador escreve lento, beeeeem depois de mim.
Termino de escrever a frase e depois ela aparece - letra por letra, como que com soletradas palavras. Um ditado de escola.
Isso gera um efeito interessante - tipo eu, caçadora de mim.
Meu nome - Cínthya - diz a lenda que era um título dado a mulheres que eram boas caçadoras.
Coincidência ou não, também gera um efeito interessante.
Assisto-me a mim. E eu me busco, eu me caço. Às vezes me acho. Se eu me desencontro, fico como o computador - soletrando, a ver se eu escuto com mais clareza.
Mas às vezes, nem mesmo assim, eu me ouço.
Gasto bastante energia nisso, a ver se eu me sinto bem.
É coisa matreira isso de sentir-se bem.
Mas até que eu levo jeito! Especialmente na arte de ajudar - isso me ajuda muito.
Então, a ver se eu me acho, me voy.
Eu, Cínthya de mim.

domingo, 19 de agosto de 2007

Do "Veja Bem"

Como eu me sinto quando ouço o 'Veja Bem'...

Fico eu surda - e Cega - do Veja Bem.
Já foi anunciado, por amiga muito querida, os riscos do Veja Bem.

Aí, se me dizes, antes de qualquer frase, esse par de contas, sinto muito (ou pouco): mas não te ouvirei.

Remoendo-me nos dois termos, eu me perco: é o prenúncio de que tu sabes o que vais dizer, já foi pensado antes, um conselho mui importante, cosa muito seriíssima, que eu já não vou querer saber.

Olhos que compartilham não costumam usar a boca para comandar a visão do outro.
Ama comigo e vamos. Aí, veremos
(Como diz o tal, famoso, velho cego).

Do "Veja Bem"

Como eu me sinto quando ouço o 'Veja Bem'...

Fico eu surda - e Cega - do Veja Bem.
Já foi anunciado, por amiga muito querida, os riscos do Veja Bem.

Aí, se me dizes, antes de qualquer frase, esse par de contas, sinto muito (ou pouco): mas não te ouvirei.

Remoendo-me nos dois termos, eu me perco: é o prenúncio de que tu sabes o que vais dizer, já foi pensado antes, um conselho mui importante, cosa muito seriíssima, que eu já não vou querer saber.

Olhos que compartilham não costumam usar a boca para comandar a visão do outro.
Ama comigo e vamos. Aí, veremos
(Como diz o tal, famoso, velho cego).