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terça-feira, 26 de maio de 2009

Documentos e Poemas

Holly The Terrible´s art - u can shop it at http://daubery.com/





Entre nós nunca houve exatamente.

Nem o leite é inteiro.
Despido da nata, um vitral.

A luz do quarto
como uma porta entreaberta.

A boca costurada não denuncia.
O quieto passa por Deus.

Documentos e Poemas

Holly The Terrible´s art - u can shop it at http://daubery.com/





Entre nós nunca houve exatamente.

Nem o leite é inteiro.
Despido da nata, um vitral.

A luz do quarto
como uma porta entreaberta.

A boca costurada não denuncia.
O quieto passa por Deus.

NOVAS DATAS DAS OFICINAS


O Espaço Cultural Clínica Verri fica na cobertura da Clínica Verri: rua Tobias da Silva, 267/506, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, RS.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51)3022.4444 ou pelo email atendimento@clinicaverri.com.br.
Novidades e eventos do Espaço Cultural serão publicadas em www.superbem.com.


________________________________________________
O QUÊ: Oficina Criação Conto com Altair Martins


QUANDO: segundas-feiras - 1º/6, 8/6, 15/6 E 22/6 das 20h às 22h


OBJETIVO DA OFICINA: Trabalhar as estruturas do conto e diferenciar essa narrativa de outros gêneros literários. Estimular a produção do contista, enfatizando a concisão, a precisão, a densidade e a unidade de efeito.

QUEM É ALTAIR MARTINS:
Nasceu em Porto Alegre, em 1975, mas vive desde os três anos de idade em Guaíba. É Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em tradução de língua francesa. Trabalhou como ator em grupos teatrais e como chargista do Jornal Folha Guaibense. É professor de Literatura Brasileira em Porto Alegre.
Martins recebeu inúmeros prêmios, na classificação de 1º lugar, tais como o Prêmio Guimarães Rosa, organizado pela Radio France Internationale, com o conto Como se moesse ferro, em 1994, e com o conto Humano, em 1999. Foi também em primeiro vencedor no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba (São Paulo, Brasil), em 2000, com o conto Sol na chuva à noite, e no Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães (Passo Fundo, Brasil), em 2001, com os contos Teatro de varais, Café com açúcar: café com sal e Esconder vestígios. Ainda no 1º lugar, Altair Martins recebeu o Prêmio Luiz Vilella, promovido pela Universidade Estadual de Minas Gerais, Brasil, em 2000, com o conto Dentro do olho dentro, e foi Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2001, na categoria Contos e Crônicas, com o livro Como se moesse ferro - aliás, por essa obra também recebeu o Açorianos (Porto Alegre, Brasil), na categoria Contos, em 2000. Conquistou Menção Honrosa no Prêmio Cidade de Amora, em Portugal, 2000, com o conto Ira das mães e foi, mais uma vez, Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2003, na categoria Contos e crônicas, com o livro Se choverem pássaros.

$- R$150,00


_______________________________________________________
O QUÊ: Oficina de Contação de Histórias com Celso Sisto



QUANDO: terças-feiras - 9/6 e 23/6 - das 18h às 22h


OBJETIVO DA OFICINA:
A oficina propõe trabalhar os elementos técnicos essenciais da arte de contar histórias, de forma prática e lúdica, de maneira coletiva, sem a utilização de quaisquer outros recursos que não os próprios do instrumental humano. A ênfase maior recairá sobre o tripé da história: texto, corpo, voz.

QUEM É CELSO SISTO:
Escritor, ilustrador, contador de histórias do grupo Morandubetá (RJ), ator, arte-educador, especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutorando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e responsável pela formação de inúmeros grupos de contadores de histórias espalhados pelo país, como Pé de história, História fiada e Tenterê.
Tem 34 livros publicados para crianças e jovens, dentre estes Eles que não se amavam (Nova Fronteira) e Emburrado! (Paulus), além de haver recebido vários prêmios pela qualidade de sua obra, tais como o prêmio de Autor Revelação, em 1994, e Ilustrador Revelação, em 1999, pela Fundação Nacional de Literatura Infantil e Juvenil.

$-R$150,00


_____________________________________________________________
O QUÊ: Oficina Crônica, o Voo da Palavra com Walter Galvani


QUANDO: quintas-feiras, em oito encontros: 4, 11, 18 e 25/6; e 2, 9, 16 e 23/7, das 19h30min às 21h30min


OBJETIVO DA OFICINA: Abrir as cortinas, franquear todos os campos, dar ao escritor, jornalista, autor de blogs e sites, a oportunidade de ser sempre ele mesmo, o criador, individual e ao mesmo tempo soberano. Nas palavras de Galvani: "ao definir o ofício do cronista, assim elaborei minha resposta à uma solicitação da escritora Valesca de Assis: 'Ofício de cronista é como o voo da gaivota. Rente às ondas até a hora de fisgar o peixe. E então vem o mais difícil: voar mais e mais sem deixá-lo cair.' É assim que se apanha o assunto. Fundamental para a crônica. Passo inicial e gigantesco. O resto vem."

QUEM É WALTER GALVANI:
Escritor e jornalista brasileiro, nascido em 1934 em Canoas (RS), tem 55 anos de carreira como jornalista e 39 como escritor. A carreira do escritor garantiu-lhe inúmeros prêmios, honrarias e o reconhecimento da comunidade, dentre estes Prêmio ARI de Jornalismo da categoria Crônicas (1968 e 2001), Troféus Amigo do Livro, Amigo do Teatro, Destaque em Cultura e Jornalismo e o Troféu Imortal da Cultura em 2007. Recebeu ainda o Prêmio "Casa de Las Américas", de Cuba, em 2001; o Prêmio Clio de História do Brasil e o Prêmio Literário "Erico Verissimo", da Câmara Municipal de Porto Alegre, os dois últimos no ano de 2000. Walter Galvani e stá em seu 12º livro: Dolly mudou a minha vida,(AGE Editora) no qual atuou como entrevistador de Christiane Campello Costa, em 2008. O 11°, O prazer de ler jornal (Unisinos) também foi editado no ano passado. Em 2006, publicou Crônica, o vôo da palavra (Mediação). Galvani tem participações em antologias da editora Casa Verde, com minicontos, e uma colaboração na revista “Magma”, dos Açores. Seu livro mais premiado é, até agora, Nau Capitânia, lançado em 1999 e sucesso em todo o Brasil: vendeu 56 mil exemplares.

$- R$260,00 (130,00/mês)

_________________________________________________
O QUÊ: Oficina Escrita Criativa com Luiz Ruffato

QUANDO: sábado, 27/6, das 9h às 12h e das 14h às 17h


OBJETIVO DA OFICINA: Discutir e introduzir elementos de teoria literária e reflexões a respeito do processo de criação da prosa de ficção. Pensar sobre a importância da leitura para a produção.
Cada um dos participantes deve levar um conto de no máximo 6 mil caracteres para ser discutido na oficina.

QUEM É LUIZ RUFFATO:
Nasceu em 4 de fevereiro de 1961, em Cataguases, MG. Jornalista e romancista, iniciou na profissão no Diário Mercantil, de Juiz de Fora. Mas, antes disso foi, “nesta ordem, pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, jornalista, sócio de assessoria de imprensa, gerente de lanchonete, vendedor de livros autônomo e novamente jornalista” . Trabalhou como repórter e redator em outros jornais do interior de Minas até se mudar para São Paulo, onde começou a trabalhar no Jornal da Tarde como repórter, redator, editor, coordenador de área e secretário de redação.
O primeiro livro foi de poemas: Cotidiano do medo (1984); o segundo foi de contos: Histórias de remorsos e rancores (1998), o terceiro também foi de contos: Os sobreviventes (2000).
O primeiro romance do autor foi publicado em 2001: Eles eram muito cavalos, e lhe valeu duas premiações: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, como melhor romance de 2002, além de uma edição italiana.
A partir daí, Ruffato começou a ser visto como uma personalidade de peso na nova literatura brasileira. A hora da poesia veio logo depois, com uma coletânea publicada em 2002: As máscaras singulares. Em seguida, surgiu o organizador de literatura, com 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura (2004).
Em 2005, iniciou a série Inferno provisório, projetada para cinco volumes, com os livros Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo. Destes seguiram-se Vista parcial da noite e O livro das impossibilidades. Esses romances foram premiados pela APCA como melhor ficção de 2005.

$- R$ 150,00

NOVAS DATAS DAS OFICINAS


O Espaço Cultural Clínica Verri fica na cobertura da Clínica Verri: rua Tobias da Silva, 267/506, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, RS.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51)3022.4444 ou pelo email atendimento@clinicaverri.com.br.
Novidades e eventos do Espaço Cultural serão publicadas em www.superbem.com.


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O QUÊ: Oficina Criação Conto com Altair Martins


QUANDO: segundas-feiras - 1º/6, 8/6, 15/6 E 22/6 das 20h às 22h


OBJETIVO DA OFICINA: Trabalhar as estruturas do conto e diferenciar essa narrativa de outros gêneros literários. Estimular a produção do contista, enfatizando a concisão, a precisão, a densidade e a unidade de efeito.

QUEM É ALTAIR MARTINS:
Nasceu em Porto Alegre, em 1975, mas vive desde os três anos de idade em Guaíba. É Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em tradução de língua francesa. Trabalhou como ator em grupos teatrais e como chargista do Jornal Folha Guaibense. É professor de Literatura Brasileira em Porto Alegre.
Martins recebeu inúmeros prêmios, na classificação de 1º lugar, tais como o Prêmio Guimarães Rosa, organizado pela Radio France Internationale, com o conto Como se moesse ferro, em 1994, e com o conto Humano, em 1999. Foi também em primeiro vencedor no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba (São Paulo, Brasil), em 2000, com o conto Sol na chuva à noite, e no Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães (Passo Fundo, Brasil), em 2001, com os contos Teatro de varais, Café com açúcar: café com sal e Esconder vestígios. Ainda no 1º lugar, Altair Martins recebeu o Prêmio Luiz Vilella, promovido pela Universidade Estadual de Minas Gerais, Brasil, em 2000, com o conto Dentro do olho dentro, e foi Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2001, na categoria Contos e Crônicas, com o livro Como se moesse ferro - aliás, por essa obra também recebeu o Açorianos (Porto Alegre, Brasil), na categoria Contos, em 2000. Conquistou Menção Honrosa no Prêmio Cidade de Amora, em Portugal, 2000, com o conto Ira das mães e foi, mais uma vez, Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2003, na categoria Contos e crônicas, com o livro Se choverem pássaros.

$- R$150,00


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O QUÊ: Oficina de Contação de Histórias com Celso Sisto



QUANDO: terças-feiras - 9/6 e 23/6 - das 18h às 22h


OBJETIVO DA OFICINA:
A oficina propõe trabalhar os elementos técnicos essenciais da arte de contar histórias, de forma prática e lúdica, de maneira coletiva, sem a utilização de quaisquer outros recursos que não os próprios do instrumental humano. A ênfase maior recairá sobre o tripé da história: texto, corpo, voz.

QUEM É CELSO SISTO:
Escritor, ilustrador, contador de histórias do grupo Morandubetá (RJ), ator, arte-educador, especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutorando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e responsável pela formação de inúmeros grupos de contadores de histórias espalhados pelo país, como Pé de história, História fiada e Tenterê.
Tem 34 livros publicados para crianças e jovens, dentre estes Eles que não se amavam (Nova Fronteira) e Emburrado! (Paulus), além de haver recebido vários prêmios pela qualidade de sua obra, tais como o prêmio de Autor Revelação, em 1994, e Ilustrador Revelação, em 1999, pela Fundação Nacional de Literatura Infantil e Juvenil.

$-R$150,00


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O QUÊ: Oficina Crônica, o Voo da Palavra com Walter Galvani


QUANDO: quintas-feiras, em oito encontros: 4, 11, 18 e 25/6; e 2, 9, 16 e 23/7, das 19h30min às 21h30min


OBJETIVO DA OFICINA: Abrir as cortinas, franquear todos os campos, dar ao escritor, jornalista, autor de blogs e sites, a oportunidade de ser sempre ele mesmo, o criador, individual e ao mesmo tempo soberano. Nas palavras de Galvani: "ao definir o ofício do cronista, assim elaborei minha resposta à uma solicitação da escritora Valesca de Assis: 'Ofício de cronista é como o voo da gaivota. Rente às ondas até a hora de fisgar o peixe. E então vem o mais difícil: voar mais e mais sem deixá-lo cair.' É assim que se apanha o assunto. Fundamental para a crônica. Passo inicial e gigantesco. O resto vem."

QUEM É WALTER GALVANI:
Escritor e jornalista brasileiro, nascido em 1934 em Canoas (RS), tem 55 anos de carreira como jornalista e 39 como escritor. A carreira do escritor garantiu-lhe inúmeros prêmios, honrarias e o reconhecimento da comunidade, dentre estes Prêmio ARI de Jornalismo da categoria Crônicas (1968 e 2001), Troféus Amigo do Livro, Amigo do Teatro, Destaque em Cultura e Jornalismo e o Troféu Imortal da Cultura em 2007. Recebeu ainda o Prêmio "Casa de Las Américas", de Cuba, em 2001; o Prêmio Clio de História do Brasil e o Prêmio Literário "Erico Verissimo", da Câmara Municipal de Porto Alegre, os dois últimos no ano de 2000. Walter Galvani e stá em seu 12º livro: Dolly mudou a minha vida,(AGE Editora) no qual atuou como entrevistador de Christiane Campello Costa, em 2008. O 11°, O prazer de ler jornal (Unisinos) também foi editado no ano passado. Em 2006, publicou Crônica, o vôo da palavra (Mediação). Galvani tem participações em antologias da editora Casa Verde, com minicontos, e uma colaboração na revista “Magma”, dos Açores. Seu livro mais premiado é, até agora, Nau Capitânia, lançado em 1999 e sucesso em todo o Brasil: vendeu 56 mil exemplares.

$- R$260,00 (130,00/mês)

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O QUÊ: Oficina Escrita Criativa com Luiz Ruffato

QUANDO: sábado, 27/6, das 9h às 12h e das 14h às 17h


OBJETIVO DA OFICINA: Discutir e introduzir elementos de teoria literária e reflexões a respeito do processo de criação da prosa de ficção. Pensar sobre a importância da leitura para a produção.
Cada um dos participantes deve levar um conto de no máximo 6 mil caracteres para ser discutido na oficina.

QUEM É LUIZ RUFFATO:
Nasceu em 4 de fevereiro de 1961, em Cataguases, MG. Jornalista e romancista, iniciou na profissão no Diário Mercantil, de Juiz de Fora. Mas, antes disso foi, “nesta ordem, pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, jornalista, sócio de assessoria de imprensa, gerente de lanchonete, vendedor de livros autônomo e novamente jornalista” . Trabalhou como repórter e redator em outros jornais do interior de Minas até se mudar para São Paulo, onde começou a trabalhar no Jornal da Tarde como repórter, redator, editor, coordenador de área e secretário de redação.
O primeiro livro foi de poemas: Cotidiano do medo (1984); o segundo foi de contos: Histórias de remorsos e rancores (1998), o terceiro também foi de contos: Os sobreviventes (2000).
O primeiro romance do autor foi publicado em 2001: Eles eram muito cavalos, e lhe valeu duas premiações: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, como melhor romance de 2002, além de uma edição italiana.
A partir daí, Ruffato começou a ser visto como uma personalidade de peso na nova literatura brasileira. A hora da poesia veio logo depois, com uma coletânea publicada em 2002: As máscaras singulares. Em seguida, surgiu o organizador de literatura, com 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura (2004).
Em 2005, iniciou a série Inferno provisório, projetada para cinco volumes, com os livros Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo. Destes seguiram-se Vista parcial da noite e O livro das impossibilidades. Esses romances foram premiados pela APCA como melhor ficção de 2005.

$- R$ 150,00

sábado, 23 de maio de 2009

Cultura - Zero Hora, 23 de maio de 2009


23 de maio de 2009 | N° 15978

LIVRO

Dor de filósofo

Obra póstuma de Roland Barthes fala da perda da mãe

CYNTHÍA VERRY*

(Errata: CÍNTHYA VERRI)



Diário póstumo de Roland Barthes (1915 - 1980) acende novamente a luz de seu escritório. Sob alarde, foi publicado agora na França, Journal de Deuil. O livro, ainda inédito no Brasil, retrata anotações dos dois anos de sofrimento do pensador francês diante da perda da mãe, sua fiel companheira de toda vida.

Henriette morreu em 25 de outubro de 1977. No dia seguinte, Barthes, temendo por sua sanidade, agarrou-se em anotações do seu quadro psicológico como a uma guia. A nota introdutória já pede uma atenção especial ao assunto, tratado culturalmente com laconismo sinistro. Quebra o tabu ao reivindicar que a primeira noite de luto receba a importância equivalente a uma noite de núpcias.

Assim inicia a colagem de confidências registradas em fichas, cortadas em quatro partes de folhas de ofício. Propõe o contato com os retalhos da colcha antes de ser costurada.

Em pinceladas cáusticas, espirituosas e contraditórias, sem nenhuma censura, o autor percorre os limites da memória e arde entre a remissão e o castigo. Em muitos momentos, assaltado pela angústia, acredita na desistência: “Às vezes eu não posso mais e quebro”.

Barthes persegue a si mesmo e, acima de tudo, procura não enlouquecer no reconhecimento da ausência materna, agora definitiva. Entende-se o calvário: sua mãe foi sua única tutela legítima, encadernadora de livros que o criou sozinha, após a morte de seu pai, oficial naval, quando tinha um ano.

Aprendendo uma orfandade que o atinge na maturidade, assume todos os papéis do tribunal familiar: é testemunha e acusador; vítima e juiz. Essa inquisição pessoal o conduz a queimar suas vaidades e escarnecer de seus limites.

Talvez tenha sido a mais complexa e difícil luta para um canhoto, protestante e homossexual que viveu no fronte revidando preconceitos e venceu 12 anos de guerra contra a tuberculose.

Diário do Luto não é uma obra para um fim editorial, com a efígie conclusiva de testamento, mas um clarão da transição de seu pensamento. Expõe os bastidores de vários trabalhos do autor. Durante sua escritura, organizou O Neutro, A Câmara Clara, e os dois volumes de A Preparação do Romance.

Atrás das cortinas, o menos previsto acontece – Barthes é mais original naquilo que é rascunho.

Alguns meses antes do falecimento da mãe, na aula inaugural de sua cadeira de Semiologia Literária, o professor inflamava dizendo que esquecer é a verdadeira força da vida viva. Este é precisamente o desafio que o luto propõe: raro é aquele que assume a autoria do esquecimento.

31 de outubro de 1977

“Uma parte de mim é véspera do desespero e, simultaneamente, outra se agita mentalmente armazenando meus assuntos mais frívolos. Eu vejo isso como uma doença.”

Muito sensivelmente, Barthes sabia que nada disso era doentio, mas preferiu pensar que sim. A deslealdade cobra filiação. Alegrar-se, depois da perda, produz o efeito de traição à memória da pessoa amada, ao amor e a si mesmo. Toda diversão se torna inoportuna e é ilícita. No mal-estar é que habita a liberdade.

4 novembro de 1977

“(...) como se, coisa horrível, eu aprecie o apartamento arrumado “do meu jeito”, mas meu gozo adere ao desespero.”

Para que a leveza ocorra, mesmo que brevíssima, é necessário suspender o processo. A alegria vem da força do esquecimento: aponta para o adiante, para o que segue em movimento. Devolve à realidade imperiosa da perda e ao fato de que contra isso nada se pode. É a “náusea do irremediável”.

Barthes mostra que a vivência do luto acontece em salvos. Chamou estas ‘características descontínuas’ de ‘blocos’, comparou à esclerose e descreveu-se caminhando claudicante. Embora os considerasse caóticos e erráticos, os movimentos do luto são peristálticos e, igual que a vida, terminam: têm sentido natural dirigido para o fim.

3 novembro de 1977

“De um lado, ela me demanda tudo, toda a dor, em absoluto (mas então não é ela, sou eu que me invisto de demandar isso). E, de outro lado (sendo realmente ela mesma), ela me recomenda leveza, vida, como se dissesse novamente: ‘mas vá sair, se distrair).”

Um jeito criativo de não experimentar a solidão é adotar uma imagem e um comportamento que se acredite esperado. Neste caso, a dor ficará reservada como um segredo. É o encistamento da agonia que confere altivez, quase elegância: empresta a ilusão de controle. O avesso, realmente consentir o sofrimento, é voltar a ficar só, pois quando existe a entrega, nada pode ser mantido e a tristeza fenece.

O comportamento bajulador não é ajuda: é amortecimento. Promover um ambiente excessivamente generoso, de calma monástica, enclausura. A solidão aumenta. É preciso que se compartilhe: a verdade é sempre o melhor caminho. Além disso, um outro que peça cuidados provoca o sofrente a acessar a própria saúde para oferecer.

A travessia do luto exige perseverança, seguimento, compreensão de si. Como a fantasia e o sonho, ela acontece autônoma. Precisa de um tipo de espera incomum: a paciência íntima. Toda emoção é um descontrole, ela não cessa porque se quer: apenas quando chega ao fim.

A poetisa Maria Carpi ensina:

“A Dor não tem nada a ver com tuas características individuais. A Dor é uma pessoa que te confronta.”

Barthes foi incorruptível diante de si. Observou-se permitindo não saber. Tomou a si mesmo como referência. Se existe algum fundamento, é esse: assumir a experiência como própria. Se ela é mais ou menos saudável, pouco importa. Vale que lhe pertença, é única. Barthes leciona com sua coragem de conhecer e dispensar a antecipação. Ficou com a vidência interior. Ao final, a prova real: o amor restou intacto.

2 setembro de 1979

“Cochilo.

Sonho: exatamente o sorriso dela.

Sonho: memória integral, bem sucedida.”


* Médica



DOR DE FILÓSOFO - Caderno de Cultura da Zero Hora - 23/05/09


*CYNTHÍA VERRY (Errata: leia-se CÍNTHYA VERRI)


Link para artigo na Zero Hora

Link para ver no Midiática



texto original (porque saiu com algumas alterações):

A Difícil Autoria do Esquecimento
Anotações póstumas de Roland Barthes são publicadas na França. Diário apresenta caminhos para aceitação do luto.

Cínthya Verri
Médica e Psicoterapeuta

Diário póstumo de Roland Barthes acende novamente a luz de seu escritório. Sob alarde, foi publicado agora na França Journal de Deuil. O livro, ainda inédito no Brasil, retrata dois anos de sofrimento do pensador francês diante da perda da mãe, sua fiel companheira de toda vida.

Henriette morreu em 25 de outubro de 1977. No dia seguinte, Barthes, temendo por sua sanidade, agarrou-se em anotações do seu quadro psicológico como a uma guia. A nota introdutória já pede uma atenção especial ao assunto, tratado culturalmente com laconismo sinistro. Quebra o tabu ao reivindicar que a primeira noite de luto receba a importância equivalente a uma noite de núpcias.

Assim inicia a colagem de confidências registradas em ‘fichas’, cortadas em quatro partes de folhas de ofício. Propõe o contato com os retalhos da colcha antes de ser costurada.

Em pinceladas cáusticas, espirituosas e contraditórias, sem nenhuma censura, o autor percorre os limites da memória e arde entre a remissão e o castigo. Em muitos momentos, assaltado pela angústia, acredita na desistência: “Às vezes eu não posso mais e quebro.”

Barthes persegue a si mesmo e, acima de tudo, procura não enlouquecer no reconhecimento da ausência materna, agora definitiva. Entende-se o calvário: sua mãe foi sua única tutela legítima, encadernadora de livros que o criou sozinha, após a morte de seu pai, oficial naval, quando tinha um ano.

Aprendendo uma orfandade que o atinge na maturidade, assume todos os papéis do tribunal familiar: é testemunha e acusador; vítima e juiz. Essa inquisição pessoal o conduz a queimar suas vaidades e escarnecer de seus limites.

Talvez tenha sido a mais complexa e difícil luta para um canhoto, protestante e homossexual que viveu no front revidando preconceitos e venceu 12 anos de guerra contra a tuberculose.

Diário do Luto não é uma obra para um fim editorial, com a efígie conclusiva de testamento, mas um clarão da transição de seu pensamento. Expõe os bastidores de vários trabalhos do autor.
Durante sua escritura, organizou ‘O Neutro’ (Le Neutre); ‘A Câmara Clara’ (La Chambre Claire); e os dois volumes de ‘A Preparação do Romance’ (La Preparation du Roman).

Atrás das cortinas, o menos previsto acontece – Barthes é mais original naquilo que é rascunho.

Alguns meses antes do falecimento da mãe, na aula inaugural de sua consagrada cadeira de Semiologia Literária, o professor inflamava dizendo que esquecer é a verdadeira força da vida viva. Este é precisamente o desafio que o luto propõe: raro é aquele que assume a autoria do esquecimento.

31 de outubro de 1977
Uma parte de mim é véspera do desespero e, simultaneamente, outra se agita mentalmente armazenando meus assuntos mais frívolos. Eu vejo isso como uma doença.

Muito sensivelmente, Barthes sabia que nada disso era doentio, mas preferiu pensar que sim. A deslealdade cobra filiação. Alegrar-se, depois da perda, produz o efeito de traição à memória da pessoa amada, ao amor e a si mesmo. Toda diversão se torna inoportuna e ilícita. No malestar é que habita a liberdade.

4 novembro de 1977
(...) como se, coisa horrível, eu aprecie o apartamento arrumado “do meu jeito”, mas meu gozo adere ao desespero.

Para que a leveza ocorra, mesmo que brevíssima, é necessário suspender o processo. A alegria vem da força do esquecimento: aponta para o adiante, para o que segue em movimento. Devolve à realidade imperiosa da perda e ao fato de que contra isso nada se pode. É a “náusea do irremediável”.

Barthes mostra que a vivência do luto acontece em salvos. Chamou estas ‘características descontínuas’ de ‘blocos’ comparados à esclerose. Embora os considerasse caóticos e erráticos, os movimentos do luto são peristálticos e, igual que a vida, terminam: têm sentido natural dirigido para o fim.

3 novembro de 1977
“De um lado, ela me demanda tudo, toda a dor, em absoluto (mas então não é ela, sou eu que me invisto de demandar isso). E, de outro lado (sendo realmente ela mesma), ela me recomenda leveza, vida, como se dissesse novamente: ‘mas vá sair, se distrair).

Um jeito criativo de não experimentar a solidão é adotar uma imagem e um comportamento que se acredite esperado. Neste caso, a dor ficará reservada como um segredo. É o encistamento da agonia que confere altivez, quase elegância: empresta a ilusão de controle. O avesso, realmente consentir o sofrimento, é voltar a ficar só, pois quando existe a entrega, nada pode ser mantido e a tristeza fenece.

8 janeiro de 1978
Todo mundo é muito gentil – e, portanto, eu me sinto sozinho (abandonado)

O comportamento bajulador não é ajuda: é amortecimento. Promover um ambiente excessivamente generoso, de calma monástica, enclausura. A solidão aumenta. É preciso que se compartilhe: a verdade é sempre o melhor caminho. Além disso, um outro que peça cuidados provoca o sofrente a acessar a própria saúde para oferecer.

18 de maio de 1978
(...) e eu vejo que a não-neurose não é boa, não está bem.

A travessia do luto exige perseverança, seguimento. Como a fantasia e o sonho, ela acontece autônoma. Precisa de um tipo de espera incomum: a paciência íntima. Toda emoção é um descontrole.

Barthes foi incorruptível porque se deixou corromper pela dor. Observou-se permitindo não saber. Dispensou a apresentação, ficou com a vidência interior. Se existe algum fundamento é receber a experiência como leigo. Se ela é mais ou menos saudável, pouco importa. Despedir-se é permanecer. Lealdade não é submissão. Ao testar e contrariar o amor, ele restou intacto.

2 setembro de 1979
Cochilo.
Sonho: exatamente o sorriso dela.
Sonho: memória integral, bem sucedida.

DOR DE FILÓSOFO - Caderno de Cultura da Zero Hora - 23/05/09


*CYNTHÍA VERRY (Errata: leia-se CÍNTHYA VERRI)


Link para artigo na Zero Hora

Link para ver no Midiática



texto original (porque saiu com algumas alterações):

A Difícil Autoria do Esquecimento
Anotações póstumas de Roland Barthes são publicadas na França. Diário apresenta caminhos para aceitação do luto.

Cínthya Verri
Médica e Psicoterapeuta

Diário póstumo de Roland Barthes acende novamente a luz de seu escritório. Sob alarde, foi publicado agora na França Journal de Deuil. O livro, ainda inédito no Brasil, retrata dois anos de sofrimento do pensador francês diante da perda da mãe, sua fiel companheira de toda vida.

Henriette morreu em 25 de outubro de 1977. No dia seguinte, Barthes, temendo por sua sanidade, agarrou-se em anotações do seu quadro psicológico como a uma guia. A nota introdutória já pede uma atenção especial ao assunto, tratado culturalmente com laconismo sinistro. Quebra o tabu ao reivindicar que a primeira noite de luto receba a importância equivalente a uma noite de núpcias.

Assim inicia a colagem de confidências registradas em ‘fichas’, cortadas em quatro partes de folhas de ofício. Propõe o contato com os retalhos da colcha antes de ser costurada.

Em pinceladas cáusticas, espirituosas e contraditórias, sem nenhuma censura, o autor percorre os limites da memória e arde entre a remissão e o castigo. Em muitos momentos, assaltado pela angústia, acredita na desistência: “Às vezes eu não posso mais e quebro.”

Barthes persegue a si mesmo e, acima de tudo, procura não enlouquecer no reconhecimento da ausência materna, agora definitiva. Entende-se o calvário: sua mãe foi sua única tutela legítima, encadernadora de livros que o criou sozinha, após a morte de seu pai, oficial naval, quando tinha um ano.

Aprendendo uma orfandade que o atinge na maturidade, assume todos os papéis do tribunal familiar: é testemunha e acusador; vítima e juiz. Essa inquisição pessoal o conduz a queimar suas vaidades e escarnecer de seus limites.

Talvez tenha sido a mais complexa e difícil luta para um canhoto, protestante e homossexual que viveu no front revidando preconceitos e venceu 12 anos de guerra contra a tuberculose.

Diário do Luto não é uma obra para um fim editorial, com a efígie conclusiva de testamento, mas um clarão da transição de seu pensamento. Expõe os bastidores de vários trabalhos do autor.
Durante sua escritura, organizou ‘O Neutro’ (Le Neutre); ‘A Câmara Clara’ (La Chambre Claire); e os dois volumes de ‘A Preparação do Romance’ (La Preparation du Roman).

Atrás das cortinas, o menos previsto acontece – Barthes é mais original naquilo que é rascunho.

Alguns meses antes do falecimento da mãe, na aula inaugural de sua consagrada cadeira de Semiologia Literária, o professor inflamava dizendo que esquecer é a verdadeira força da vida viva. Este é precisamente o desafio que o luto propõe: raro é aquele que assume a autoria do esquecimento.

31 de outubro de 1977
Uma parte de mim é véspera do desespero e, simultaneamente, outra se agita mentalmente armazenando meus assuntos mais frívolos. Eu vejo isso como uma doença.

Muito sensivelmente, Barthes sabia que nada disso era doentio, mas preferiu pensar que sim. A deslealdade cobra filiação. Alegrar-se, depois da perda, produz o efeito de traição à memória da pessoa amada, ao amor e a si mesmo. Toda diversão se torna inoportuna e ilícita. No malestar é que habita a liberdade.

4 novembro de 1977
(...) como se, coisa horrível, eu aprecie o apartamento arrumado “do meu jeito”, mas meu gozo adere ao desespero.

Para que a leveza ocorra, mesmo que brevíssima, é necessário suspender o processo. A alegria vem da força do esquecimento: aponta para o adiante, para o que segue em movimento. Devolve à realidade imperiosa da perda e ao fato de que contra isso nada se pode. É a “náusea do irremediável”.

Barthes mostra que a vivência do luto acontece em salvos. Chamou estas ‘características descontínuas’ de ‘blocos’ comparados à esclerose. Embora os considerasse caóticos e erráticos, os movimentos do luto são peristálticos e, igual que a vida, terminam: têm sentido natural dirigido para o fim.

3 novembro de 1977
“De um lado, ela me demanda tudo, toda a dor, em absoluto (mas então não é ela, sou eu que me invisto de demandar isso). E, de outro lado (sendo realmente ela mesma), ela me recomenda leveza, vida, como se dissesse novamente: ‘mas vá sair, se distrair).

Um jeito criativo de não experimentar a solidão é adotar uma imagem e um comportamento que se acredite esperado. Neste caso, a dor ficará reservada como um segredo. É o encistamento da agonia que confere altivez, quase elegância: empresta a ilusão de controle. O avesso, realmente consentir o sofrimento, é voltar a ficar só, pois quando existe a entrega, nada pode ser mantido e a tristeza fenece.

8 janeiro de 1978
Todo mundo é muito gentil – e, portanto, eu me sinto sozinho (abandonado)

O comportamento bajulador não é ajuda: é amortecimento. Promover um ambiente excessivamente generoso, de calma monástica, enclausura. A solidão aumenta. É preciso que se compartilhe: a verdade é sempre o melhor caminho. Além disso, um outro que peça cuidados provoca o sofrente a acessar a própria saúde para oferecer.

18 de maio de 1978
(...) e eu vejo que a não-neurose não é boa, não está bem.

A travessia do luto exige perseverança, seguimento. Como a fantasia e o sonho, ela acontece autônoma. Precisa de um tipo de espera incomum: a paciência íntima. Toda emoção é um descontrole.

Barthes foi incorruptível porque se deixou corromper pela dor. Observou-se permitindo não saber. Dispensou a apresentação, ficou com a vidência interior. Se existe algum fundamento é receber a experiência como leigo. Se ela é mais ou menos saudável, pouco importa. Despedir-se é permanecer. Lealdade não é submissão. Ao testar e contrariar o amor, ele restou intacto.

2 setembro de 1979
Cochilo.
Sonho: exatamente o sorriso dela.
Sonho: memória integral, bem sucedida.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

PANTERINHA DOS PAMPAS


Marion Peck´s 'Li Li Ridin' Through the Garden of Eden'

Minha mãe não me ensinou a ser mulher para um homem.
Meu pai só me atrapalhou.

Quando nasci, publicaram nota no jornal de Constantina:
"A Panterinha dos Pampas, que chegou para ser a companheirinha da mamãe".

Não há como ser feliz. Conseguiram afastar os candidatos das duas próximas gerações.

Recebi instrução Maiko da pior qualidade. Digo da pior qualidade e Maiko porque nasci gueixa ocidental. E isso não se escolhe.

No tempo de doutoranda, estreando no hospital, os colegas me reconheciam: "Inadequada para Mais". Foi o único concurso que ganhei. Também se recebesse o título de Miss Constantina, não faria muita diferença.

Eu sobrava. Em competência, em agilidade, em persistência. Inadequada para o amor. Porque tinha muita informação, muito zelo, muita dedicação. Inadequada para mais.

Mais um motivo para desejar ser gueigi: por aquilo que sofri e por aquilo que não deixei de sofrer. Poderia até dormir com madeiras ao pescoço para proteger o penteado. Tudo o que produzo e tudo no que me produzo é para eu-outro. Sem outro a quem amar, perco o sentido, não existo, não sou eu

Eu vejo acontecendo uma emancipação feminina às avessas, com destino à solitude. A tentativa triste de independência, com desvalia de ser junto, de atender, de servir a quem se ama, de somar ao diferente, de apaziguar-se na diligência. Diligens é latim e significa aquele que ama. É a disposição de não se economizar.

Teorizo que é uma compensação feita pelas filhas de pais queixosos que não tiveram coragem de se divorciar. Meninas que nunca tentaram, mas 'viver junto não dá'.

Ouço lamentos sobre a falta de cuidado de parceiros desatentos, sem uma nesga de cavalheirismo ou um grauzinho de quentura masculina. Mas se isso não é oferecido, se o feminino clássico não é desenvolvido, não há convite. Ficam dois andrógenos se faltando. E culpar não resolve nada.

On the other hand, eu me habilito em muito do que eu preciso - abro potes, troco lâmpadas, gás, programo qualquer equipamento eletrônico, troco pneus, resistência de chuveiro, spots de luz, faço furos com furadeira, monto móveis, dirijo. Uma vez instalei uma torneira.

Isso não tem rigorosamente nada que ver com o quanto preciso de um homem.

(cantando Fitzgerald: A house is just a house. A house is not a home without a man around the house.)

PANTERINHA DOS PAMPAS


Marion Peck´s 'Li Li Ridin' Through the Garden of Eden'

Minha mãe não me ensinou a ser mulher para um homem.
Meu pai só me atrapalhou.

Quando nasci, publicaram nota no jornal de Constantina:
"A Panterinha dos Pampas, que chegou para ser a companheirinha da mamãe".

Não há como ser feliz. Conseguiram afastar os candidatos das duas próximas gerações.

Recebi instrução Maiko da pior qualidade. Digo da pior qualidade e Maiko porque nasci gueixa ocidental. E isso não se escolhe.

No tempo de doutoranda, estreando no hospital, os colegas me reconheciam: "Inadequada para Mais". Foi o único concurso que ganhei. Também se recebesse o título de Miss Constantina, não faria muita diferença.

Eu sobrava. Em competência, em agilidade, em persistência. Inadequada para o amor. Porque tinha muita informação, muito zelo, muita dedicação. Inadequada para mais.

Mais um motivo para desejar ser gueigi: por aquilo que sofri e por aquilo que não deixei de sofrer. Poderia até dormir com madeiras ao pescoço para proteger o penteado. Tudo o que produzo e tudo no que me produzo é para eu-outro. Sem outro a quem amar, perco o sentido, não existo, não sou eu

Eu vejo acontecendo uma emancipação feminina às avessas, com destino à solitude. A tentativa triste de independência, com desvalia de ser junto, de atender, de servir a quem se ama, de somar ao diferente, de apaziguar-se na diligência. Diligens é latim e significa aquele que ama. É a disposição de não se economizar.

Teorizo que é uma compensação feita pelas filhas de pais queixosos que não tiveram coragem de se divorciar. Meninas que nunca tentaram, mas 'viver junto não dá'.

Ouço lamentos sobre a falta de cuidado de parceiros desatentos, sem uma nesga de cavalheirismo ou um grauzinho de quentura masculina. Mas se isso não é oferecido, se o feminino clássico não é desenvolvido, não há convite. Ficam dois andrógenos se faltando. E culpar não resolve nada.

On the other hand, eu me habilito em muito do que eu preciso - abro potes, troco lâmpadas, gás, programo qualquer equipamento eletrônico, troco pneus, resistência de chuveiro, spots de luz, faço furos com furadeira, monto móveis, dirijo. Uma vez instalei uma torneira.

Isso não tem rigorosamente nada que ver com o quanto preciso de um homem.

(cantando Fitzgerald: A house is just a house. A house is not a home without a man around the house.)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Cínthya Verri no Sarau Elétrico - 19.05.09


http://www.marionpeck.com - Night in Venice


Culpados por tudo o que acontece com as mulheres. Sempre acusados de machismo. Execrados porque nunca, mas nunca mesmo,
baixam o assento da privada.
Nessa terça, o SARAU ELÉTRICO abre espaço para falar de HOMENS.
Um tema para arrancar reações apaixonadas da platéia feminina e masculina. Com a presença dos dois machos-alfa do Sarau, LUÍS AUGUSTO FISCHER e CLÁUDIO MORENO mais as eternas admiradoras da raça, CÍNTHYA VERRI e KATIA SUMAN.

Sarau dos HOMENS. Um noite que vai ser mágica,
independente do tamanho da varinha de condão.

Canja – Ronald Algusto

SARAU DOS HOMENS – TERÇA – 19.05.09
OCIDENTE – 21h – 10 pilas

Apoio etílico – CHAMPANHARIA OVELHA NEGRA

Cínthya Verri no Sarau Elétrico - 19.05.09


http://www.marionpeck.com - Night in Venice


Culpados por tudo o que acontece com as mulheres. Sempre acusados de machismo. Execrados porque nunca, mas nunca mesmo,
baixam o assento da privada.
Nessa terça, o SARAU ELÉTRICO abre espaço para falar de HOMENS.
Um tema para arrancar reações apaixonadas da platéia feminina e masculina. Com a presença dos dois machos-alfa do Sarau, LUÍS AUGUSTO FISCHER e CLÁUDIO MORENO mais as eternas admiradoras da raça, CÍNTHYA VERRI e KATIA SUMAN.

Sarau dos HOMENS. Um noite que vai ser mágica,
independente do tamanho da varinha de condão.

Canja – Ronald Algusto

SARAU DOS HOMENS – TERÇA – 19.05.09
OCIDENTE – 21h – 10 pilas

Apoio etílico – CHAMPANHARIA OVELHA NEGRA

Despejo

Eric White's "Unit 9" (2007, oil on canvas, 24" x 24")


José na varanda
as alunas de crochê zumbindo a porta
Cecília que não vinha

José desligava a janela
fervia por dentro
as veias aos gritos
Cecília não chegava

José quebrava as agulhas,
as porcelanas, as pias, os pés
Cecília que não pisava

José rezava a soleira
amanhecia
arrependimento
tapete, toalha
José era a bacia
toda vez que Cecília voltava.

Despejo

Eric White's "Unit 9" (2007, oil on canvas, 24" x 24")


José na varanda
as alunas de crochê zumbindo a porta
Cecília que não vinha

José desligava a janela
fervia por dentro
as veias aos gritos
Cecília não chegava

José quebrava as agulhas,
as porcelanas, as pias, os pés
Cecília que não pisava

José rezava a soleira
amanhecia
arrependimento
tapete, toalha
José era a bacia
toda vez que Cecília voltava.

domingo, 10 de maio de 2009

CLÍNICA VERRI INAUGURA ESPAÇO CULTURAL COM OFICINAS LITERÁRIAS



O Espaço Cultural Clínica Verri abre as portas em grande estilo com oficinas literárias de contação de histórias, conto, crônica e escrita criativa ministradas por premiados escritores brasileiros.

As oficinas são abertas ao público em geral e têm por objetivo estimular a produção literária e aperfeiçoar talentos, além de oferecer ao participante a oportunidade de conversar com autores reconhecidos em todo o país.

A Clínica Verri é um Centro Médico que se ocupa de ajudar as pessoas a viverem melhor. É um conceito conhecido no mundo como "Wellness". Chamamos de Qualidade de Vida e vai além de estar bem fisicamente: inclui cuidados emocionais e estéticos.

Inaugurar um ambiente para exercício da cultura é mais um passo no cuidado global do indivíduo.

O Espaço Cultural Clínica Verri fica na cobertura da Clínica Verri: rua Tobias da Silva, 267/506, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, RS.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51)3022.4444 ou pelo email atendimento@clinicaverri.com.br.
Novidades e eventos do Espaço Cultural serão publicadas em www.superbem.com.


_______________________________________________________
O QUÊ: Oficina de Contação de Histórias com Celso Sisto

QUANDO: terças-feiras - 19/5, 26/5, 9/6 e 23/6 - das 19h30min às 21h30min

OBJETIVO DA OFICINA:
A oficina propõe trabalhar os elementos técnicos essenciais da arte de contar histórias, de forma prática e lúdica, de maneira coletiva, sem a utilização de quaisquer outros recursos que não os próprios do instrumental humano. A ênfase maior recairá sobre o tripé da história: texto, corpo, voz.

QUEM É CELSO SISTO:
Escritor, ilustrador, contador de histórias do grupo Morandubetá (RJ), ator, arte-educador, especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutorando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e responsável pela formação de inúmeros grupos de contadores de histórias espalhados pelo país, como Pé de história, História fiada e Tenterê.
Tem 34 livros publicados para crianças e jovens, dentre estes Eles que não se amavam (Nova Fronteira) e Emburrado! (Paulus), além de haver recebido vários prêmios pela qualidade de sua obra, tais como o prêmio de Autor Revelação, em 1994, e Ilustrador Revelação, em 1999, pela Fundação Nacional de Literatura Infantil e Juvenil.

________________________________________________
O QUÊ: Oficina Criação Conto com Altair Martins

QUANDO: segundas-feiras - 18/5, 25/5, 1º/6 e 8/6, das 20h às 22h

OBJETIVO DA OFICINA: Trabalhar as estruturas do conto e diferenciar essa narrativa de outros gêneros literários. Estimular a produção do contista, enfatizando a concisão, a precisão, a densidade e a unidade de efeito.

QUEM É ALTAIR MARTINS:
Nasceu em Porto Alegre, em 1975, mas vive desde os três anos de idade em Guaíba. É Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em tradução de língua francesa. Trabalhou como ator em grupos teatrais e como chargista do Jornal Folha Guaibense. É professor de Literatura Brasileira em Porto Alegre.
Martins recebeu inúmeros prêmios, na classificação de 1º lugar, tais como o Prêmio Guimarães Rosa, organizado pela Radio France Internationale, com o conto Como se moesse ferro, em 1994, e com o conto Humano, em 1999. Foi também em primeiro vencedor no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba (São Paulo, Brasil), em 2000, com o conto Sol na chuva à noite, e no Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães (Passo Fundo, Brasil), em 2001, com os contos Teatro de varais, Café com açúcar: café com sal e Esconder vestígios. Ainda no 1º lugar, Altair Martins recebeu o Prêmio Luiz Vilella, promovido pela Universidade Estadual de Minas Gerais, Brasil, em 2000, com o conto Dentro do olho dentro, e foi Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2001, na categoria Contos e Crônicas, com o livro Como se moesse ferro - aliás, por essa obra também recebeu o Açorianos (Porto Alegre, Brasil), na categoria Contos, em 2000. Conquistou Menção Honrosa no Prêmio Cidade de Amora, em Portugal, 2000, com o conto Ira das mães e foi, mais uma vez, Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2003, na categoria Contos e crônicas, com o livro Se choverem pássaros.


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O QUÊ: Oficina Escrita Criativa com Luiz Ruffato

QUANDO: sábado, 27/6, das 9h às 12h e das 14h às 17h

OBJETIVO DA OFICINA: Discutir e introduzir elementos de teoria literária e reflexões a respeito do processo de criação da prosa de ficção. Pensar sobre a importância da leitura para a produção.
Cada um dos participantes deve levar um conto de no máximo 6 mil caracteres para ser discutido na oficina.

QUEM É LUIZ RUFFATO:
Nasceu em 4 de fevereiro de 1961, em Cataguases, MG. Jornalista e romancista, iniciou na profissão no Diário Mercantil, de Juiz de Fora. Mas, antes disso foi, “nesta ordem, pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, jornalista, sócio de assessoria de imprensa, gerente de lanchonete, vendedor de livros autônomo e novamente jornalista” . Trabalhou como repórter e redator em outros jornais do interior de Minas até se mudar para São Paulo, onde começou a trabalhar no Jornal da Tarde como repórter, redator, editor, coordenador de área e secretário de redação.
O primeiro livro foi de poemas: Cotidiano do medo (1984); o segundo foi de contos: Histórias de remorsos e rancores (1998), o terceiro também foi de contos: Os sobreviventes (2000).
O primeiro romance do autor foi publicado em 2001: Eles eram muito cavalos, e lhe valeu duas premiações: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, como melhor romance de 2002, além de uma edição italiana.
A partir daí, Ruffato começou a ser visto como uma personalidade de peso na nova literatura brasileira. A hora da poesia veio logo depois, com uma coletânea publicada em 2002: As máscaras singulares. Em seguida, surgiu o organizador de literatura, com 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura (2004).
Em 2005, iniciou a série Inferno provisório, projetada para cinco volumes, com os livros Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo. Destes seguiram-se Vista parcial da noite e O livro das impossibilidades. Esses romances foram premiados pela APCA como melhor ficção de 2005.



_____________________________________________________________
O QUÊ: Oficina Crônica, o Voo da Palavra com Walter Galvani

QUANDO: quintas-feiras, em oito encontros: 4, 11, 18 e 25/6; e 2, 9, 16 e 23/7, das 19h30min às 21h30min
OBJETIVO DA OFICINA: Abrir as cortinas, franquear todos os campos, dar ao escritor, jornalista, autor de blogs e sites, a oportunidade de ser sempre ele mesmo, o criador, individual e ao mesmo tempo soberano. Nas palavras de Galvani: "ao definir o ofício do cronista, assim elaborei minha resposta à uma solicitação da escritora Valesca de Assis: 'Ofício de cronista é como o voo da gaivota. Rente às ondas até a hora de fisgar o peixe. E então vem o mais difícil: voar mais e mais sem deixá-lo cair.' É assim que se apanha o assunto. Fundamental para a crônica. Passo inicial e gigantesco. O resto vem."

QUEM É WALTER GALVANI:
Escritor e jornalista brasileiro, nascido em 1934 em Canoas (RS), tem 55 anos de carreira como jornalista e 39 como escritor. A carreira do escritor garantiu-lhe inúmeros prêmios, honrarias e o reconhecimento da comunidade, dentre estes Prêmio ARI de Jornalismo da categoria Crônicas (1968 e 2001), Troféus Amigo do Livro, Amigo do Teatro, Destaque em Cultura e Jornalismo e o Troféu Imortal da Cultura em 2007. Recebeu ainda o Prêmio "Casa de Las Américas", de Cuba, em 2001; o Prêmio Clio de História do Brasil e o Prêmio Literário "Erico Verissimo", da Câmara Municipal de Porto Alegre, os dois últimos no ano de 2000. Walter Galvani e stá em seu 12º livro: Dolly mudou a minha vida,(AGE Editora) no qual atuou como entrevistador de Christiane Campello Costa, em 2008. O 11°, O prazer de ler jornal (Unisinos) também foi editado no ano passado. Em 2006, publicou Crônica, o vôo da palavra (Mediação). Galvani tem participações em antologias da editora Casa Verde, com minicontos, e uma colaboração na revista “Magma”, dos Açores. Seu livro mais premiado é, até agora, Nau Capitânia, lançado em 1999 e sucesso em todo o Brasil: vendeu 56 mil exemplares.

CLÍNICA VERRI INAUGURA ESPAÇO CULTURAL COM OFICINAS LITERÁRIAS



O Espaço Cultural Clínica Verri abre as portas em grande estilo com oficinas literárias de contação de histórias, conto, crônica e escrita criativa ministradas por premiados escritores brasileiros.

As oficinas são abertas ao público em geral e têm por objetivo estimular a produção literária e aperfeiçoar talentos, além de oferecer ao participante a oportunidade de conversar com autores reconhecidos em todo o país.

A Clínica Verri é um Centro Médico que se ocupa de ajudar as pessoas a viverem melhor. É um conceito conhecido no mundo como "Wellness". Chamamos de Qualidade de Vida e vai além de estar bem fisicamente: inclui cuidados emocionais e estéticos.

Inaugurar um ambiente para exercício da cultura é mais um passo no cuidado global do indivíduo.

O Espaço Cultural Clínica Verri fica na cobertura da Clínica Verri: rua Tobias da Silva, 267/506, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, RS.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51)3022.4444 ou pelo email atendimento@clinicaverri.com.br.
Novidades e eventos do Espaço Cultural serão publicadas em www.superbem.com.


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O QUÊ: Oficina de Contação de Histórias com Celso Sisto

QUANDO: terças-feiras - 19/5, 26/5, 9/6 e 23/6 - das 19h30min às 21h30min

OBJETIVO DA OFICINA:
A oficina propõe trabalhar os elementos técnicos essenciais da arte de contar histórias, de forma prática e lúdica, de maneira coletiva, sem a utilização de quaisquer outros recursos que não os próprios do instrumental humano. A ênfase maior recairá sobre o tripé da história: texto, corpo, voz.

QUEM É CELSO SISTO:
Escritor, ilustrador, contador de histórias do grupo Morandubetá (RJ), ator, arte-educador, especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutorando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e responsável pela formação de inúmeros grupos de contadores de histórias espalhados pelo país, como Pé de história, História fiada e Tenterê.
Tem 34 livros publicados para crianças e jovens, dentre estes Eles que não se amavam (Nova Fronteira) e Emburrado! (Paulus), além de haver recebido vários prêmios pela qualidade de sua obra, tais como o prêmio de Autor Revelação, em 1994, e Ilustrador Revelação, em 1999, pela Fundação Nacional de Literatura Infantil e Juvenil.

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O QUÊ: Oficina Criação Conto com Altair Martins

QUANDO: segundas-feiras - 18/5, 25/5, 1º/6 e 8/6, das 20h às 22h

OBJETIVO DA OFICINA: Trabalhar as estruturas do conto e diferenciar essa narrativa de outros gêneros literários. Estimular a produção do contista, enfatizando a concisão, a precisão, a densidade e a unidade de efeito.

QUEM É ALTAIR MARTINS:
Nasceu em Porto Alegre, em 1975, mas vive desde os três anos de idade em Guaíba. É Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em tradução de língua francesa. Trabalhou como ator em grupos teatrais e como chargista do Jornal Folha Guaibense. É professor de Literatura Brasileira em Porto Alegre.
Martins recebeu inúmeros prêmios, na classificação de 1º lugar, tais como o Prêmio Guimarães Rosa, organizado pela Radio France Internationale, com o conto Como se moesse ferro, em 1994, e com o conto Humano, em 1999. Foi também em primeiro vencedor no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba (São Paulo, Brasil), em 2000, com o conto Sol na chuva à noite, e no Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães (Passo Fundo, Brasil), em 2001, com os contos Teatro de varais, Café com açúcar: café com sal e Esconder vestígios. Ainda no 1º lugar, Altair Martins recebeu o Prêmio Luiz Vilella, promovido pela Universidade Estadual de Minas Gerais, Brasil, em 2000, com o conto Dentro do olho dentro, e foi Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2001, na categoria Contos e Crônicas, com o livro Como se moesse ferro - aliás, por essa obra também recebeu o Açorianos (Porto Alegre, Brasil), na categoria Contos, em 2000. Conquistou Menção Honrosa no Prêmio Cidade de Amora, em Portugal, 2000, com o conto Ira das mães e foi, mais uma vez, Finalista do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), em 2003, na categoria Contos e crônicas, com o livro Se choverem pássaros.


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O QUÊ: Oficina Escrita Criativa com Luiz Ruffato

QUANDO: sábado, 27/6, das 9h às 12h e das 14h às 17h

OBJETIVO DA OFICINA: Discutir e introduzir elementos de teoria literária e reflexões a respeito do processo de criação da prosa de ficção. Pensar sobre a importância da leitura para a produção.
Cada um dos participantes deve levar um conto de no máximo 6 mil caracteres para ser discutido na oficina.

QUEM É LUIZ RUFFATO:
Nasceu em 4 de fevereiro de 1961, em Cataguases, MG. Jornalista e romancista, iniciou na profissão no Diário Mercantil, de Juiz de Fora. Mas, antes disso foi, “nesta ordem, pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, jornalista, sócio de assessoria de imprensa, gerente de lanchonete, vendedor de livros autônomo e novamente jornalista” . Trabalhou como repórter e redator em outros jornais do interior de Minas até se mudar para São Paulo, onde começou a trabalhar no Jornal da Tarde como repórter, redator, editor, coordenador de área e secretário de redação.
O primeiro livro foi de poemas: Cotidiano do medo (1984); o segundo foi de contos: Histórias de remorsos e rancores (1998), o terceiro também foi de contos: Os sobreviventes (2000).
O primeiro romance do autor foi publicado em 2001: Eles eram muito cavalos, e lhe valeu duas premiações: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte e Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, como melhor romance de 2002, além de uma edição italiana.
A partir daí, Ruffato começou a ser visto como uma personalidade de peso na nova literatura brasileira. A hora da poesia veio logo depois, com uma coletânea publicada em 2002: As máscaras singulares. Em seguida, surgiu o organizador de literatura, com 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura (2004).
Em 2005, iniciou a série Inferno provisório, projetada para cinco volumes, com os livros Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo. Destes seguiram-se Vista parcial da noite e O livro das impossibilidades. Esses romances foram premiados pela APCA como melhor ficção de 2005.



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O QUÊ: Oficina Crônica, o Voo da Palavra com Walter Galvani

QUANDO: quintas-feiras, em oito encontros: 4, 11, 18 e 25/6; e 2, 9, 16 e 23/7, das 19h30min às 21h30min
OBJETIVO DA OFICINA: Abrir as cortinas, franquear todos os campos, dar ao escritor, jornalista, autor de blogs e sites, a oportunidade de ser sempre ele mesmo, o criador, individual e ao mesmo tempo soberano. Nas palavras de Galvani: "ao definir o ofício do cronista, assim elaborei minha resposta à uma solicitação da escritora Valesca de Assis: 'Ofício de cronista é como o voo da gaivota. Rente às ondas até a hora de fisgar o peixe. E então vem o mais difícil: voar mais e mais sem deixá-lo cair.' É assim que se apanha o assunto. Fundamental para a crônica. Passo inicial e gigantesco. O resto vem."

QUEM É WALTER GALVANI:
Escritor e jornalista brasileiro, nascido em 1934 em Canoas (RS), tem 55 anos de carreira como jornalista e 39 como escritor. A carreira do escritor garantiu-lhe inúmeros prêmios, honrarias e o reconhecimento da comunidade, dentre estes Prêmio ARI de Jornalismo da categoria Crônicas (1968 e 2001), Troféus Amigo do Livro, Amigo do Teatro, Destaque em Cultura e Jornalismo e o Troféu Imortal da Cultura em 2007. Recebeu ainda o Prêmio "Casa de Las Américas", de Cuba, em 2001; o Prêmio Clio de História do Brasil e o Prêmio Literário "Erico Verissimo", da Câmara Municipal de Porto Alegre, os dois últimos no ano de 2000. Walter Galvani e stá em seu 12º livro: Dolly mudou a minha vida,(AGE Editora) no qual atuou como entrevistador de Christiane Campello Costa, em 2008. O 11°, O prazer de ler jornal (Unisinos) também foi editado no ano passado. Em 2006, publicou Crônica, o vôo da palavra (Mediação). Galvani tem participações em antologias da editora Casa Verde, com minicontos, e uma colaboração na revista “Magma”, dos Açores. Seu livro mais premiado é, até agora, Nau Capitânia, lançado em 1999 e sucesso em todo o Brasil: vendeu 56 mil exemplares.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

aridez

entendo que me sinta arisca

tive berço de cactus.

Em casa,
pouca água,
terra vermelha.

Mais máfia que família.

aridez

entendo que me sinta arisca

tive berço de cactus.

Em casa,
pouca água,
terra vermelha.

Mais máfia que família.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Le Cadeau

Man Ray´s "Le Cadeau"



Era português, avisava que era “português”
a perdoar seu tipo esquivo, rígido.
Escondia as tendências modernas na gaveta,
o abridor elétrico Arno, imaculado,
que não deixava dentes nas latas.

Loiro, alvo, olhos de azul.
Lindo de duvidar da maldade.

Na primeira manhã
Desci as escadas pelo corrimão.
Não devia ter me apressado.

Todos com seus velhinhos de lã.
Colônias grisalhas que envaideciam as mantas.

Meu avô roubava o riso das cócegas.

Le Cadeau

Man Ray´s "Le Cadeau"



Era português, avisava que era “português”
a perdoar seu tipo esquivo, rígido.
Escondia as tendências modernas na gaveta,
o abridor elétrico Arno, imaculado,
que não deixava dentes nas latas.

Loiro, alvo, olhos de azul.
Lindo de duvidar da maldade.

Na primeira manhã
Desci as escadas pelo corrimão.
Não devia ter me apressado.

Todos com seus velhinhos de lã.
Colônias grisalhas que envaideciam as mantas.

Meu avô roubava o riso das cócegas.