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quinta-feira, 26 de março de 2009

Doubt: Sermão do Father Flynn



Se não assistiu ainda, não perca: Doubt.

A screenplay by
John Patrick Shanley

INT. THE CHURCH ALTAR - FATHER FLYNN AT THE PULPIT - DAY

FLYNN
What do you do when you’re not
sure? That’s the topic of my sermon
today.

Last year, when President Kennedy
was assassinated, who among us did
not experience the most profound
disorientation? Despair?

Which way? What now?

What do I say to my kids? What do I
tell myself? It was a time of
people sitting together, bound
together by a common feeling of
hopelessness.


But think of that! Your BOND with
your fellow being was your Despair.
It was a public experience. It was
awful, but we were in it together.


How much worse is it then for the
lone man, the lone woman, stricken
by a private calamity?

"No one knows I’m sick."

"No one knows I’ve lost my last
real friend."

“No one knows I’ve done something
wrong.” Imagine the isolation.

Now you see the world as through a
window. On one side of the glass:
happy, untroubled people, and on
the other side: you.

I want to tell you a story.

A cargo ship sank one night. It
caught fire and went down. And
only this one sailor survived.
He found a lifeboat, rigged a
sail...and being of a nautical
discipline...turned his eyes to the
Heavens and read the stars

He set a course for his home, and
exhausted, fell asleep

Clouds rolled in. And for the next
twenty nights, he could no longer
see the stars. He thought he was
on course, but there was no way to
be certain

And as the days rolled on, and the
sailor wasted away, he began to
have doubts

Had he set his course right? Was he
still going on towards his home?

Or was he horribly lost and doomed to a terrible death?

No way to know. The message of the
constellations - had he imagined
it because of his desperate
circumstance? Or had he seen truth
once and now had to hold on to it
without further reassurance?

There are those of you in church
today who know exactly the crisis
of faith I describe.

And I want to say to you:
Doubt can be a bond as
powerful and sustaining as
certainty. When you are lost, you
are not alone.

In the name of the Father, the Son,
and the Holy Ghost.

Doubt: Sermão do Father Flynn



Se não assistiu ainda, não perca: Doubt.

A screenplay by
John Patrick Shanley

INT. THE CHURCH ALTAR - FATHER FLYNN AT THE PULPIT - DAY

FLYNN
What do you do when you’re not
sure? That’s the topic of my sermon
today.

Last year, when President Kennedy
was assassinated, who among us did
not experience the most profound
disorientation? Despair?

Which way? What now?

What do I say to my kids? What do I
tell myself? It was a time of
people sitting together, bound
together by a common feeling of
hopelessness.


But think of that! Your BOND with
your fellow being was your Despair.
It was a public experience. It was
awful, but we were in it together.


How much worse is it then for the
lone man, the lone woman, stricken
by a private calamity?

"No one knows I’m sick."

"No one knows I’ve lost my last
real friend."

“No one knows I’ve done something
wrong.” Imagine the isolation.

Now you see the world as through a
window. On one side of the glass:
happy, untroubled people, and on
the other side: you.

I want to tell you a story.

A cargo ship sank one night. It
caught fire and went down. And
only this one sailor survived.
He found a lifeboat, rigged a
sail...and being of a nautical
discipline...turned his eyes to the
Heavens and read the stars

He set a course for his home, and
exhausted, fell asleep

Clouds rolled in. And for the next
twenty nights, he could no longer
see the stars. He thought he was
on course, but there was no way to
be certain

And as the days rolled on, and the
sailor wasted away, he began to
have doubts

Had he set his course right? Was he
still going on towards his home?

Or was he horribly lost and doomed to a terrible death?

No way to know. The message of the
constellations - had he imagined
it because of his desperate
circumstance? Or had he seen truth
once and now had to hold on to it
without further reassurance?

There are those of you in church
today who know exactly the crisis
of faith I describe.

And I want to say to you:
Doubt can be a bond as
powerful and sustaining as
certainty. When you are lost, you
are not alone.

In the name of the Father, the Son,
and the Holy Ghost.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Errância - O Navio Fantasma

Dois maravilhosos, um ontem, outro hoje.

Diz meu adorado amigo Leandro Galvin em seu a thousand ways:
KEEP ON TRYING
Novamente, acho que não me fiz entender. É o menor dos pecados: deveríamos nos ajoelhar em agradecimento à nossa cotidiana incapacidade de expressar com precisão o que queremos dizer, seja numa conversa, num texto ou numa fotografia. Pois é justamente essa inexatidão que nos move a continuar tentando, rumo a um novo ponto de desconforto, e a outro, e a um próximo, na mais ou menos longa sequência de fracassos que reconheceremos como a nossa vida – quando terminar.

(ele me contou que não foi de sua autoria o texto, foi o autor do reconhecimento de Cuenca)

Diz o maravilhoso Barthes, em seus Fragmentos do Discurso Amoroso:


(...)não posso eu mesmo (sujeito enamorado) construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (o recitante) apenas quanto ao começo; o fim dessa história, assim como minha própria morte, pertence aos outros, a eles cabe escrever esse romance, narrativa exterior, mítica.


(...)Procuro, começo, tento, vou mais longe, corro, mas nunca sei que acabo: da Fênix, não dizemos que morre, mas apenas que renasce (posso pois renascer sem morrer?)
Posto que não me sinto pleno e que entretanto não me mato, o errar amoroso é fatal.

4. No transcorrer de uma vida, todos os "fracassos" de amor se assemelham ( e com razão: todos eles procedem da mesma falha). X... e Y... não souberam (quiseram, puderam) responder à minha "demanda", aderir à minha "verdade"; não mexeram uma vírgula em seu sistema; para mim, um não faz senão repetir o outro. E contudo X... e Y... são incomparáveis; é em sua diferença, modelo de uma diferença infinitamente renovada, que extraio a energia para recomeçar. A "mutabilidade perpétua" (
in inconstantia constans) que me anima, longe de esmagar todos os que encontro sob o mesmo tipo funcional (não responder à minha demanda), desloca com violência sua falsa comunidade: o errar não alinha, faz rebrilhar: o que se repete é a nuança. Continuo assim, até o fim da tapeçaria, de uma nuança a outra (a nuança é o último estado da cor, aquele que não pode ser nomeado; a nuança é o Intratável).

Uma vida só é pouco.

Errância - O Navio Fantasma

Dois maravilhosos, um ontem, outro hoje.

Diz meu adorado amigo Leandro Galvin em seu a thousand ways:

KEEP ON TRYING
Novamente, acho que não me fiz entender. É o menor dos pecados: deveríamos nos ajoelhar em agradecimento à nossa cotidiana incapacidade de expressar com precisão o que queremos dizer, seja numa conversa, num texto ou numa fotografia. Pois é justamente essa inexatidão que nos move a continuar tentando, rumo a um novo ponto de desconforto, e a outro, e a um próximo, na mais ou menos longa sequência de fracassos que reconheceremos como a nossa vida – quando terminar.

(ele me contou que não foi de sua autoria o texto, foi o autor do reconhecimento de Cuenca)

Diz o maravilhoso Barthes, em seus Fragmentos do Discurso Amoroso:


(...)não posso eu mesmo (sujeito enamorado) construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (o recitante) apenas quanto ao começo; o fim dessa história, assim como minha própria morte, pertence aos outros, a eles cabe escrever esse romance, narrativa exterior, mítica.

(...)Procuro, começo, tento, vou mais longe, corro, mas nunca sei que acabo: da Fênix, não dizemos que morre, mas apenas que renasce (posso pois renascer sem morrer?)
Posto que não me sinto pleno e que entretanto não me mato, o errar amoroso é fatal.

4. No transcorrer de uma vida, todos os "fracassos" de amor se assemelham ( e com razão: todos eles procedem da mesma falha). X... e Y... não souberam (quiseram, puderam) responder à minha "demanda", aderir à minha "verdade"; não mexeram uma vírgula em seu sistema; para mim, um não faz senão repetir o outro. E contudo X... e Y... são incomparáveis; é em sua diferença, modelo de uma diferença infinitamente renovada, que extraio a energia para recomeçar. A "mutabilidade perpétua" (
in inconstantia constans) que me anima, longe de esmagar todos os que encontro sob o mesmo tipo funcional (não responder à minha demanda), desloca com violência sua falsa comunidade: o errar não alinha, faz rebrilhar: o que se repete é a nuança. Continuo assim, até o fim da tapeçaria, de uma nuança a outra (a nuança é o último estado da cor, aquele que não pode ser nomeado; a nuança é o Intratável).

Uma vida só é pouco.

domingo, 22 de março de 2009

Noir

Desenho oitocentista de Léopold Massard,
reportado ao reinado de Henrique III de França



luzes, lanternas, lisuras
nada sabe
a saudade é sinistra.

chegue um pouco mais
vem ver o corpo por dentro
a sujeira tem temperatura

olha a selvageira explícita
meu riso histérico
lavava todo o oriente médio.



[quando trazia fé
esperava a revelação

sou solidão apenas
resta a câmara lúcida]

Noir

Desenho oitocentista de Léopold Massard,
reportado ao reinado de Henrique III de França



luzes, lanternas, lisuras
nada sabe
a saudade é sinistra.

chegue um pouco mais
vem ver o corpo por dentro
a sujeira tem temperatura

olha a selvageira explícita
meu riso histérico
lavava todo o oriente médio.



[quando trazia fé
esperava a revelação

sou solidão apenas
resta a câmara lúcida]

segunda-feira, 9 de março de 2009

Tânia Carvalho entrevista: Cínthya Verri e Ana Guedes



Hoje, ao vivo no programa Falando:
Tânia Carvalho, eu e Ana Guedes conversaremos sobre Amor Próprio, Culpa e otras cositas más.

Assista na TVCOM às 18h canal 36 ou na internet no Link para o frame do "ao vivo na TVCOM":
clique aqui

domingo, 1 de março de 2009

EMBALSAMADA


(Arte: Frida Kahlo)


Não dormem esses duendes?
Planejo mirabolâncias sangrentas
Raspar, esfolar, desmembrar os mínimos
Nenhum será poupado
Corvos de roubar córneas,
Coragem e rins.
Nunca mais não existe
Diante da minha própria finitude.

EMBALSAMADA


(Arte: Frida Kahlo)


Não dormem esses duendes?
Planejo mirabolâncias sangrentas
Raspar, esfolar, desmembrar os mínimos
Nenhum será poupado
Corvos de roubar córneas,
Coragem e rins.
Nunca mais não existe
Diante da minha própria finitude.