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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um eu branco

Acho divertido quem ainda não me sabe e vai descobrindo.
É bonito assistir o florescimento do outro, o sorriso depois da estranheza.
Sim, que muitas vezes recebo olhares de estranheza, num bom sentido.
É o olhar de quem vai reconhecendo um desenho novo, que vira letra e enfim faz som dentro da memória.
Quem não sabe nada sobre minha pessoa e fala comigo pela primeira vez é uma aventura pra mim.
Gosto de me debruçar sobre a imagem do outro me olhando e assim vou tentando captar o que viaja no silêncio, o além da palavra - o discurso.
Assim vou cerzindo o dizer por vir (o porvir), sem muito pensar, mas como alguém que anda com notas em uma certa harmonia musical.
Quero me facilitar a quem ouve, quero muito.
Cuido para que isso seja o mais possível: é tão difícil!
Não gosto particularmente dessa artesania, mas tenho muito gosto pela conversa quando aquecida, então me coloco a produzir isso com capricho.

Hoje uma moça de balcão me dirigiu a voz como que a uma menininha. Eu sorri para ela, procurando inagredir.
Quero transgredir, isso sim e logo ali, a barreira da conversa seca.
Sendo assim, eu sorri para ela. E fui respondendo às perguntas que ela me fazia. Vi que foi percebendo que era julgamento o que ela tinha feito sobre mim. Para não constranger, fui-me indo. Volto lá outra hora, teremos chance de fazer um novo.

Gosto muito de rir e chorar junto com quem gosto muito. É um prazer multidimensional.

Chega-se melhor que vem branco. Eu tento ir branca. Eu cuido muito o alvejar de meus olhos e ouvidos quando conheço alguém. Quanto mais faço isso, melhores resultam meus encontros. Recomendo que façam isso, alvejante é um grande facilitador do encontro.

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