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sábado, 5 de maio de 2007

Soltura


Os cadarços do tempo são desamarrados
Ele anda com os sapatos soltos
Confortável e folgado
Eu às vezes ando com pressa
Como se os sapatos me apertassem
Quando acontece perco detalhes
Que são irmãos do vagar.

Às vezes teimo que ele se aprume
Que aperte o passo
Mas ele, nada.
Me responde bocejando
Com hálito de manhã dominical
Que tudo chega na sua hora.

Se dou a mão para ele
Ando mais solta
E ele vem para dentro de mim
E traz junto o acaso

Deixo de me sentir com sorte
Passo a ver que faço parte
De um esquema que desconheço
Mas que apreendo e recrio
Até que saia como quero
(Quando tenho coragem
De querer saber o que estou querendo)

Meu querer é como eu
Movediço
Mas não quebradiço
Ele é arredondado e relaxado
Feliz em ser como é.

Por isso é que eles se entendem
O Tempo, o Acaso e meu Querer
Juntos, tudo resolvem.

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