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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Olha aí - Novembro de novo!

[Faz de conta que o tempo não passa?
Faz a conta do tempo que passa
Paga a conta do tempo a tempo.]

Dentro de cada coisa corre um tempo

Do armário, do carro, do fogão
Do tapete, do fio e do violão
Da lâmpada, do interruptor
Do aluno, lousa e apagador
Do bronze, do ouro, da prata,
Da laje, do rio serenata
Da pasta de dente, do dente
Da lata, de falta e excedente

(Assim se é alabastro
de torno liso e desalçado
Que fundo nu faz o lastro
Com tempo curto e passado

Dentro do um desigual
Lá no ímpar, lado par
Vai tão junta e frugal
Cadência de mim e do amar

É o parceiro do outro lado
Compadre adversário
Com bom jeito ao carteado
Do baralho aniversário)

Dentro embora corra mínima
Marcada de métrica íntima
A regência do tempo em si mesmo
Que é caos, é acaso, é a esmo.

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