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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma vela para a Santa Hebe



É um favor também que presta o amante ao partir súbito (como chegou)
Assim que,
inacabada,
a pessoa vê-se compelida a buscar a si.


Que tanto bem-me-quer-me retirar a palavra?
Para fins de desnudar-me mais, despir a pele também,
não basta testemunhar o enxágue de desejo, o corpo além de falante, adornado de fluidez.

Eu, obedeço.
Sou uma encarnecida sobre a fúria do momento.
E, assim, a voz minha aparece estridecendo no silêncio que era pautado pelo sussurro teu.

A fala minha te aquece?
Eu que falo tanto, calo tão mais fundo.
A presença irretocável de nós dois, o exato sincronismo, o silêncio meu e as intervenções airosas da tua voz.
Para que mais?

Minha voz vem quando preciso dela. Quando urge em mim avisar curvas imprevistas por ti, dobraduras, saliências.
Ou quando piroclástica.
De resto,
é tão sábia a desenvoltura de tua investigação.
Inspirada pelo não saber, ela é tão infundida de mim que parece que me respiras.

A busca instintiva em si me interessa mais:
- só assim pode me encontrar antes mesmo de meu pensamento.

Acho graça na caça.

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