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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Donairosas

(é o oh do borogoblog,
eu acho lindo,
mas isso aqui virou meu querido diário)



Cor da bala de goma favorita
Pra eu nunca mais esquecer.
Mas eu esqueço mesmo,
E cônscia de que esquecer é atividade e não passividade,
Subscrevo-me
Que esquecer é modo de gostar mais quando lembro.

Mas
Tem mais,
Esqueci de cuidar do aceno,
Eu te-me deixei de lado,
desatendi a mim não te procurando
Esqueci o telefone
Vê eu com desajeito
Nem acredito que isso exista
Acredito, sim, é que eu tenha feito
Descaso com propósito secreto
Que fiz pra te-me manter longe
Eu reconheço isso agora,
Agora,
Sem medo de que ache nisso o pior
Desejando que veja nisso meu melhor
Minha cara-de-pau comigo mesma
Única esperança de não me afogar

(eu peço a mim),
Que eu tenha verdade comigo,
Que eu seja crua
Pra que eu veja quando me passe
Quando te ultrapasse na fuga covarde e surda
Como a de hoje de manhã.

Amo-te os olhos atentos:
São carbonos sensíveis.
Quero sim,
são estrondos necessários,
castigos,
litígios fundamentais.


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