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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ode ao Suzzane Marie

Chego na casa aos correrios.
Espio diretamente para a sala de comer, esperançosa da vaga na mesa que faz quina com duas janelas. As cortinas se embalam no vento, tem crisântemos roxos no balde de lata.

A beterraba é despetalada como a flor que era e eu nem sabia. O mesmo acontece com a cenoura e a manga. Tem amoras junto aos morangos. As folhas recém saídas do banho brilham verde. Tem pastel de camarão e cestinha de queijo. Tem feijão e frango vestido de folhinhas cheirosas. Tem geleinhas pra acobertar as carnes, tem farofinha crocante pra guarnir.

Sento no sofazinho, almofadas de flores se debruçam. Ouço Yann Tiersen em estéreo.
Que mais eu poderia querer?
Ah, sim, suco de laranja com morango.

E tem arroz-doce, quente e com canela, pra mergulhar a alma na doçura de viver.

Pois assim abre-se o portal de meu almoço para outra dimensão.

Na saída, é nominal o desejo de boa tarde.
Com esse berço,
a tarde nasce para ser boa.

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