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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Ensaio



Ensaio-me nos textos de ensaio.
Já vi que vou ensaiando ao longo dos textos que se me vêm.
Adiando a estréia de logo mais, parece-me. Vai saber.
Pois agora...
Escrevo pra ninguém.
Então, diante do nada, vão surgindo as palavras que declaro e não penso. De onde vêm elas? Da ausência, presumo: adventos da falta e da ausência pungente e presente a cada momento do dia.

O dia, oco que é, vai-se recheando do que surge. E eu? Vou-me recheando das palavras. Fico-me com as palavras - toda retorcida - como numa roupa justa.
(03.12.06)

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